[Notinha da Autora: O símbolo “(?)” quer dizer que nem eu entendi o que a autora quis dizer. Logo: Não me entendi. E em minha opinião as capas dessa atualização são as MAIS lindas].
Boa leitura Angel.
Respirei fundo tentando engolir o choro, mas não adiantava. Meu organismo não me respeitava. A areia estava fria e eu já não agüentava mais chorar. Minhas lágrimas escorriam como as gostas de chuva na janela do meu quarto naquele mesmo momento, ou se preferir, as lágrimas escorriam como a água que encharcava meu corpo. Eu já não sabia se o que eu via era chuva ou lágrima.
Eu não podia acreditar no que minha mãe me disse. Não conseguia me conformar há não ter sequer uma escolha pra sair daquilo. Eu só queria sumir. E foi o que eu fiz. Assim que minha mãe e meu pai me disseram aquelas palavras, seguidas de desculpas e explicações sem pé nem cabeça, eu me levantei já em cachoeiras de lágrimas e saí correndo dali pra praia. O tempo antes agradável agora era tampado por nuvens escuras, pela noite ou pela tempestade. A tempestade me lembrava muitas coisas. Vi tudo o que eu passei durante esse ano, que nem tinha acabado e eu já estava em rios.
Assim que eu saí da sacada sem calçados, apenas com o short e a camiseta da escola, senti as primeiras gostas de chuva caindo sobre meu rosto. Eu precisava chorar. Precisava daquilo pra descarregar toda a minha raiva.
Quem passava na rua achava que eu era uma louca, desmiolada que estava mais pirada que a cachaça braba que o cão botou pra nóis beber. (?)
Olhei pra trás e percebi que estava distante da minha casa. Dei meia volta e comecei a caminhar pra casa. As lágrimas pararam de sair e o cansaço logo me atingiu. Meu corpo esfriou e eu comecei a sentir muito frio. Minhas pálpebras pesavam duas toneladas (cada) e meu instinto para encontrar uma cama macia e quente era feroz. Sem conseguir me mover mais do que dois metros, corri pra baixo de um tipo de quiosque. Parecia uma árvore plantada na areia de frente pro mar. Durante o dia servia pros turistas se acomodarem com as cadeiras em baixo, mas a tarde servia como sombra. Mas não naquele dia feio.
Encostei-me ao tronco e escorreguei por ele até cair de bunda na areia. Encolhi-me e abracei meus joelhos não me agüentando de frio. Tive que cerrar os dentes pra parar de batê-los tão forte que eu achava que iam quebrar. Deslizei uma mão até meu pescoço, aonde meus dedos gelados encontraram o Cody. Quero dizer: o colar que Cody me deu. De alguma forma, senti que ele realmente estava comigo. Que realmente estava assistindo tudo aquilo e me abraçando como quando me deu o colar.
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Acordei com a areia na minha cara. Primeiro a chuva e depois vento. Não era meu dia. Olhei o relógio no meu pulso e vi que eram seis e meia. Um estalo aconteceu na minha cabeça e eu só pude pensar em uma coisa: “SORVETE!”. Dei um pulo e saí correndo até a minha casa. Tropecei tanto que cheguei toda suja de areia e ainda úmida da chuva. Eta delicia. Abri a porta da sacada com força deixando-a bater e encontrei uma Dulce pálida de susto com o baque da porta.
- O QUE ES ISSO NINA? – Dulce berrou quando olhou pra mim.
- To tão mal assim? – Perguntei me olhando. Qualé, só um pouco de roupa suja e molhada aqui, um cabelo parecendo uma juba ali, um pé branco e enrugado de tanto ficar molhada lá, os lábios roxos de frio colá e um cheiro horroroso por toda a parte. Eu podia me considerar uma porca naquele estado.
Dulce arregalou os olhos.
- Mal es poco para tu nina, corra para tumar bano! – Dulce disse fazendo sinal pra escada. Assenti. – MÁS CUIDAD COM MI PIISO NINA, HASTA! –
Parei no caminho esperando Dulce dar o último berro.
- HAAAAAAAAAAAAAAAAAASTA! – Dulce gritou estourando meus tímpanos. Com certeza ela tem pulmões muito fortes. Meus ouvidos nunca irão se recuperar dessa. Vou sentir falta dela. Subi a escada correndo e respingando em todo o chão. Foi quando o gesso escorregou do meu braço e caiu se partindo no chão. Olhei pra ele e depois pro meu braço.
Eu senti. EU SENTI MEU BRAÇO!
Entrei no meu quarto correndo e peguei meu celular. Discagem rápida.
- Oi amor, o que foi? – Cody disse preocupado e eu segurei a vontade de dar um berro.
- EU TO SENTINDO! – Gritei empolgada e ele ficou só respirando no telefone. – EU TO SENTINDO MEU BRAÇO! –
- O QUE? SERIO? TO INDO AÍ. – Cody desligou o telefone.
Fiquei ali admirando meu braço curado até ouvir a campainha.
- NINA! – Dulce gritou e eu apareci na ponta da escada. – O nino esta aqui. –
- O deixa entrar Dulcinha! – Falei e ela sorriu.
Ele entrou correndo, subiu as escadas correndo e pulou em mim.
- Ai meu deus! Você ta... – Cody me segurava e depois parou. – Fedendo! –
Olhei com cara e ofendida pra ele e ri.
- Tomei chuva. – Falei e ele ergueu uma sobrancelha.
- Por quê? – Ele disse e eu respirei fundo. Não poderia contar a verdade pra ele. Não agora.
- Fui à padaria e quando voltei acabei tomando chuva, eu ia te ligar pra avisar que me atrasaria e acabei descobrindo que to curada! – Falei empolgada e ele riu alto.
- Você ainda quer ir à sorveteria? - Cody perguntou e eu sorri.
- Muito. – Respondi e ele sorriu sapeca. – O que? O que você fez? –
- Eu... – Cody apontou pro sofá, onde havia um pote enorme de sorvete.
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Dei mais uma colherada no pote. Cody sorria que nem bobo pra mim. Ergui um pouco o queixo e beijei o pescoço dele que estava deitado um pouco abaixo de mim.
- Que foi? – Perguntei e ele ergueu mais ainda o canto dos lábios.
- Você. – Ele disse e eu ergui uma sobrancelha.
- Eu o que? – Perguntei pegando agora de morango.
- Simplesmente você. – Ele disse e eu sorri.
Cody se ajeitou sentado na cama me fazendo ficar de frente pra ele, que pegou a colher de sorvete da minha mãe e colocou dentro do pote, como se fosse mostrar uma coisa incrível.
- Eu te amo. – Cody disse e eu sorri bobinha. Fiz cara de “Só isso?”. Tipo, ele pára tudo pra me dizer “eu te amo”?
– Eu quero que você saiba que não importa o que aconteça eu estou e sempre estarei do seu lado. – Cody segurou minha mão pra falar essa parte. – Sempre com você. –
- Você me ama mesmo? – Perguntei extasiada e ele sorriu. Meus olhos estavam ficando embaçados.
- Sente isso. – Cody pegou minha mão e levou até o peito dele. O coração dele batia muito rápido, como se ele tivesse corrido na maratona e sentado na minha cama. Desviei o olhar pros olhos brilhantes e ali sinceros dele.
- Isso sou eu? – Perguntei com voz falha e ele sorriu.
- Não – Ele tirou minha mão dele e se aproximou – Isso somos nós. –
- Como assim? – Perguntei lenta como sempre.
- Se você está comigo, de qualquer maneira, sendo apenas minha, eu tenho a sensação de que meu coração vai pular do meu peito de tanto amor e felicidade... – Cody disse e eu senti uma lágrima escorrer.
- E se um dia eu não estiver? – Perguntei e ele se afastou um pouco.
- Que papo é esse? – Ele perguntou e eu respirei fundo.
- Só me responde. – Retruquei e ele assentiu.
- Então ele pára. – Cody disse olhando nos meus olhos e eu não agüentei nem o sorriso que se formou nos meus lábios, nem as lágrimas que escorreram de felicidade.
Eu não podia contar.
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Consegui descer a escada como uma pessoa normal e fui direto pro calendário. Dulce estava de folga e meus pais viajando. Toda sexta feira lembra? Pois é.
Risquei o dia 23 do calendário e guardei a caneta na gaveta. Um circulo mal feito no dia 29 marcava o dia da viajem pra Miami.
Encarei o dia mais uma vez e peguei meu lanche. Fui direto pra escola sem olhar pra trás. Não havia tumulto. A maioria dos alunos tinha faltado, ou ido apenas na hora de entrada pra se despedir dos amigos. Encostei-me ao meu armário e o abri. Coloquei minhas coisas dentro da mochila vazia que eu levei e deixei ali dentro até dar o horário de ir pra casa. Olhei pro lado e vi Cristian. Sorri vitoriosa e saí batendo pé até ele. A porta do armário dele tampava minha chegada, e eu fiz questão de dar um tapão nela fazendo-a bater com força e Puck tomar um susto.
- Bom dia... Smith. – Falei e ele ergueu o olhar.
- Foi você sua... –
- Isso serviu de lição pra que você aprenda há ser homem! – Falei batendo a mão no ombro dele que rugiu (ou Mugiu?).
- Você vai me pagar! – Puck me encarou com aquele olhar obscuro, mas o brilho sumiu. Agora estava fosco, fosco como o piso da minha sala (?).
- Você não entendeu ainda? – Falei enquanto Cristian caminhava em direção à saída. – Acabou. Estamos quites. –
- Não conte com isso. – Puck virou e saiu rebolando.
- Menino estranho... – Falei olhando pra porta. Ouvi um pigarro e me virei.
- Estranho? – Dylan disse fazendo careta. – Você ta falando sozinha e... ELE é estranho? –
- Dylan Sprouse, você está protegendo ele? – Perguntei com as mãos na cintura e ele riu.
- Jamais. – Ele veio me abraçar e eu pulei nele.
- Hoje na sua casa? – Dylan perguntou e eu assenti.
- Te espero Lindão. – Falei batendo continência e ele riu se virando.
- Se você ver a Emma, diz que eu to procurando ela? – Ele berrou e eu assenti.
Virei e esbarrei no garoto sumido.
- COOOOOOOLE! – Pulei nele que riu sem parar com a minha cara.
- Pensei que não falasse mais comigo! – Cole disse e eu ri.
- Lógico que falo! – O abracei de lado e ele sorriu coradinho.
- Você viu a Alli por aí? – Cole perguntou e eu estranhei. Cole perguntando da Alli? O QUE EU PERDI?
- Não ainda. Mas se você achar ela, diz que é pra ela dormir na minha casa hoje. – Falei e ele assentiu.
- Garotas são doidas. – Ele fez careta. “E garotos são estúpidos” pensei.
Continuei caminhando até encontrar Emma.
- Adivinha safada? – Perguntei e ela riu.
- O que? – Ela ergueu uma sobrancelha e se inclinou pra beber água.
- Cristian foi embora HOJE! – Falei e ela cuspiu toda a água.
- ISSO É ÓTIMO, ANO QUE VEM A GENTE VAI ESTAR EM PAZ! – Emma disse e eu sorri fraco.
- O Dylan ta te procurando... – Falei de sobrancelha erguida. – Acho que alguém fisgou um peixe loiro nesse mar né? –
Emma me olhou vermelha como uma pimenta e sorriu.
- Só se for você, olha quem ta ali atrás. – Emma disse e eu olhei pra trás. Cody estava mexendo no armário dele. “Mexendo”, já que ele estava encostado olhando a porta do armário e sorrindo que nem bobo.
Virei pra Emma e senti uma fisgada no coração.
- Vou sentir sua falta. – Falei e ela sorriu.
- Também vou sentir a sua. – Ela abriu os braços e eu a abracei com força. – Calma, só falta dois meses e a gente se vê denovo. –
Ela disse e eu ri com o sarcasmo dela. Afastei-me e recuperei meu fôlego. O abraço foi mesmo forte.
- Vou indo. – Falei e ela sorriu.
- Até amiga. – Ela disse e eu virei.
Andei até Cody que ainda encarava o armário. Cheguei por trás pra ver o que ele encarava. Ele encarava uma foto minha, sorrindo pra câmera na praia. Aproximei-me um pouco mais até ele sentir minha respiração na nuca dele.
- Oi meu amor. – Falei o abraçando por trás.
- Oi pequena. – Ele respondeu se virando e me abraçando.
- Olhando minha foto? – Perguntei risonha e ele sorriu.
- “Apreciando” é o termo correto. – Ele disse roçando o nariz no meu.
- Lindo! – Falei dando um selinho rápido nele e ele riu.
- Linda. – Ele segurou minha nuca e me beijou. Preciso mesmo descrever? Não né.
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As aulas passaram tão rápido que eu nem percebi o que aconteceu. Os professores não passaram lição pras férias nem nada. Foi só bagunça e no final, na hora de ir embora, todas as lágrimas. Férias é sempre um negocio bom e ruim. Bom porque não tem aulas e você pode dormir até tarde. E ruim porque na maioria das vezes você não vê seus amigos e fica no tédio o mês inteiro. No final a gente até sente saudade da escola. Da E-S-C-O-L-A. Não de estudar, ta mãe?
Abracei cada um da minha galera, até quem eu ia ver e depois fui pra casa com o Dylan.
Olhei pro lado e sorri pro Dylan que falava sobre a nova música do Coldplay que ele tanto amou.
É incrível como uma pessoa pode se tornar tão especial em tão pouco tempo pra gente. Como esse energúmeno ao meu lado. Quem diria que aquele ser que eu encontrei quase sem roupa numa viajem toda atrapalhada viraria um amigo tão especial pra mim? Eu diria. Assim que ele me cumprimentou na casa do Fred eu sabia que algo haveria ali.
O abracei de lado e ele parou de falar pra sorrir.
- O que foi? Ta diferente. – Dylan disse passando o braço por cima do meu pescoço.
- Nada demais lindão, continua falando. – Respondi e ele continuou. Chegamos à minha casa discutindo sobre como a Beyonce teve uma escolha ruim colocando a “Girls Run The Word” como Single, do que “Best Thing I Never Had”, que é bem mais bonita do que o próprio Single.
Abri a porta e vi Dulce limpando a sala.
- Ola ninos. – Ela disse. Por causa do sotaque Dulce dizia “Hôla” e não “Olá”. Dylan olhou pra mim e ergueu uma sobrancelha.
- Oi Dulce. – Falei entrando e fechando a porta. Dylan colocou as mãos no bolso. – Dulce esse é o Dylan e Dylan essa é a Dulce, nossa empregada espanhola. Mas ela é da família também. –
Dulce corou e beijou a bochecha do Lindão.
- A gente vai jogar um pouco lá em cima ta Dulce? – Falei e ela assentiu desconfiada. – Só jogar. –
- Ah, ok. – Dulce disse fazendo sinal pra gente subir. – Hasta. –
Dylan já ia subir, mas eu segurei o braço dele.
- Espera ela gritar. – Sussurrei e ele ergueu a sobrancelha.
- Como as... -
- HAAAAAAAAAAAAASTA! – Ela gritou interrompendo o Dylan que deu um pulo de susto. Saímos em disparada pro meu quarto e quando chegamos rimos muito.
- Mulher doida. – Ele disse ainda rindo.
- Doida do bem. – Falei e ele riu mais um pouco.
- Quer que jogo? – Ele disse e eu fiz cara de pensante.
- GTA. – Retruquei e ele assentiu. Colocamos os controles e ficamos jogando.
Depois de duas horas jogando, conversando e rindo, nós paramos pra comer. Dulce levou os famosos Nachos dela numa vasilha gigante pro meu quarto e nós estávamos comendo.
- Posso te fazer uma pergunta? – Falei e ele assentiu.
- Todas. – Ele respondeu colocando um Nacho na boca.
- Qual é o seu sonho de adolescente? – Perguntei e ele sorriu.
- O que é isso? – Ele perguntou e eu sentei em perninha de índio pra explicar.
- Existem vários tipos de sonho. O da vida, que seria aquele que você realmente quer. O do amor, que é o que você sonha e o do Adolescente, aquele que você quer que passe, mas é mais uma vontade. – Expliquei e ele sentou também.
- Uma vontade? – Ele perguntou e eu assenti. – Receber um beijo seu. –
Parei o Nacho que estava a caminho da boca e sorri.
- Jura? – Perguntei e ele corou.
- É, mas melhor não falar disso, eu vou acabar ficando numa fossa depois. – Ele disse e eu ri.
- E se eu te beijasse? – Perguntei com cara de sapeca. Eu queria realizar o maior desejo dele, antes de enfrentar o que vinha pela frente, de acordo com meus pais.
Ele ergueu o rosto e sorriu olhando pra mim.
- Você faria isso? – Ele perguntou e eu sorri.
- Eu ficaria honrada. – Respondi e ele sorriu. – Mas não aqui. –
Ele ergueu a sobrancelha. Levantei e peguei a mão dele. Puxei-o até a sacada do meu quarto que era virada pro mar.
- Aqui. – Falei e ele riu. Aproximei-me dele juntando nossos narizes. A respiração dele era falha e o corpo estava tenso. Respirei alto na tentativa dele começar a me acompanhar na respiração, depois coloquei minhas mãos nos ombros dele, os empurrei pra baixo e ele relaxou. Continuei com a mão parada nos ombros dele e ele envolveu minha cintura com as dele. Dei um selinho demorado nele e pedi passagem pra língua. Ele se arrepiou. O beijo foi calmo, mas eu senti que significava muito pra ele. A língua dele era confortável, como na festa da Emma, mas sem gosto de pinga. Era doce. Não senti nada durante o beijo além de um carinho. Eu podia ter beijado de olhos abertos, mas seria muito insensível da minha parte beijar o garoto que gosta de mim de olhos abertos. Rompi o beijo e abri os olhos. Ele abriu lentamente os olhos e me encarou sorrindo. Afastei-me e esperei ele falar alguma coisa.
- Obrigada. – Ele sussurrou se apoiando na sacada. Sorri pela cor dele, que no momento era vermelha. Todo coradinho, que fofo.
A tarde passou divertida com ele do meu lado. Com o tempo o clima entre a gente voltou ao normal e eu fiz questão de deixar bem claro que eu só quis tirar a vontade dele, não haveria nada sério, pois eu amo meu namorado como nunca amei ninguém. Claro que eu falei isso com um pouco mais de sensibilidade e ele apenas ergueu o canto da boca deixando a covinha aparecer.
Quando deu sete da tarde, ele se levantou e pegou a mochila.
- Já vai? – Perguntei desligando a tevê.
- Já, eu tenho que ajudar minha mãe com a casa. – Ele disse e eu sorri.
- O filho dos sonhos! – Falei com voz afetada e ele riu.
- Anda, Me da um abraço porque eu preciso ir. – Ele disse abrindo os braços. Eu fiquei em pé no sofá e depois pulei nele.
- Vou sentir MUITO a sua falta Lindão. – Falei sem largar ele.
- Vou sentir MUITA falta de você também Lindona. – Ele disse e eu coloquei os pés no chão. Afastei-me sentindo outra fisgada no coração de culpa e sorri.
- Promete que se cuida? – Perguntei acariciando o rosto dele.
- Pra você, eu prometo. – Ele disse e eu sorri. Fui até a porta com ele e dei outro abraço nele antes de o ver ir andando pro outro quarteirão.
Entrei em casa e peguei uma blusa. Voltei correndo pra rua e fechei a porta. Atravessei e toquei a campainha dos Senhores Simpson.
- Oi querida. – Angie abriu a porta sorrindo.
- Oi sogrinha... – Falei e ela sorriu.
- Vou chamar o Cody. – Ela já ia subir, mas eu a interrompi.
- Na verdade, vim ver a Alli. – Falei e ela riu.
- Força do hábito. – Ela disse e se virou pra gritar “ALLI, SUA CUNHADA ESTÁ AQUI”. – Faz tempo que vocês não passam um tempo juntas não é? –
- Pois é! Seu filho rouba todo o meu tempo. – Falei e ela riu alto.
- Ontem seus pais me ligaram. – Angie disse se se encostando à porta. – Vocês vão mesmo viajar com a gente pra MIAMI! –
Angie sorriu e deu pulinhos. Tal mãe, tal filha.
- Eles me falaram, vai ser INCRIVEL! – Falei e dei pulinhos. Alli capotou pela escada e chegou à porta.
- AAAAH SUA VAACA, ME ABANDONOU! – Ela me abraçou. Ri alto.
- Eu não faria isso amiga, nunca. – Falei e ela riu. – Pediu pra sua mãe? –
- Ah é, - Ela disse e se virou. – Mãe, posso dormir na casa dela? –
- LÓÓÓGICO QUE PODE! – A mãe dela disse e eu ri alto.
Atravessamos a rua correndo e entramos em casa.
- Quer subir? – Perguntei e ela assentiu, mas fez sinal pra eu esperar. A segui até a cozinha, onde ela abriu a geladeira e pegou um pote de alguma coisa. Melhor amiga é uma coisa mesmo.
Subimos e passamos a noite inteira conversando, rindo e incomodando meus pais, que com certeza reclamariam no dia seguinte.
A semana passou rápido em meio a tarefas de casa, malas pra ser feitas e risadas tanto com a Alli quanto com o Cody. Fred deu uma passada rápida na minha casa durante a semana pra gente conversar. Se bem que a gente mais riu do que conversou.
Sexta-feira chegou e nós (eu e minha família) estávamos no aeroporto quando a família Simpson chegou toda animada. Meu pai era o mais animado de todos sem dúvidas. Chegava há contagiar todo mundo com a felicidade de ir novamente pra Miami. Ele me aterrorizou falando dessa viajem a semana inteira e o que eu mais queria era chegar logo lá.
No Natal a galera toda foi pra casa do Fred. Foi uma bagunça, mas pelo menos dessa vez o lugar ficou iluminado o tempo inteiro.
- OOOI BA! – Tommy disse pulando em mim.
- Do que você chamou minha mana? – Sammy cutucou o Tom.
- Ba. De Bazilian Girl. – Tom disse e todos riram.
- É BRAzilian Girl Tommy. – Alli disse se aproximando e cumprimentando minha família. Todos fizeram o mesmo. Fred me deu um beijo na bochecha e se encolheu. Ele estava meio nervoso com o fato de viajar com os pais da Alli. Coloquei o Tommy no chão e fui cumprimentar os sogros.
- Oi menina linda! – Brad me deu um beijo na bochecha.
- Oi sogrão. – Falei brincando e ele riu. Cumprimentei Angie.
- Oi meu amor. – Cody me deu um abraço e depois um beijo.
- AAAAAAH MOLEEEKEE! – Brad gritou no meio do aeroporto e nós rimos.
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Entramos no avião rindo de alguma besteira que meu pai disse. Cody sentou do meu lado. Alli com Fred, Sammy com Tommy, mães com os devidos pais.
Olhei pro lado e vi Cody suando que nem porco.
- Calma, to com você. – Falei deslizando minha mão até a mão dele e segurando-a com força. O avião começou a decolar. Ele me olhou e sorriu.
Uma senhora apareceu no fim do corredor de poltronas, pegou fôlego e começou a falar alguma coisa, que eu não ouvi, ela me parecia familiar.
- Ai meu deus. – Falei e Cody virou pra me encarar.
- Pensei que você não tivesse medo, pequena. – Cody disse me encarando e eu neguei.
- Não é isso. É AQUILO! – Apontei pra senhora que ainda dava informações robóticas com a voz arrogante e o coque alto, bem feito.
- Idaí? – Cody perguntou e eu ergui uma sobrancelha.
- Não reconhece? – Perguntei e ele arregalou os olhos.
- Dona Lurdes! – Ele disse e eu assenti. – Essa muié é um cu quadrado mermo. –
Ri.
- Acho melhor a gente ficar quietinho. – Falei e ele assentiu.
- Tenho uma idéia ótima pra gente ficar quietinho. – Cody disse e eu ri sapeca.
- Ah é? – Perguntei juntando nossas testas.
- Uhum, vemk dlç. –
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Ficamos nos beijando até nós ouvirmos um pigarro. Precisa dizer quem era?
Dona Lurdes.
- Cof, Cof. – A senhora tossiu.
Continuamos nos beijando e ela tossiu de novo.
- A senhora precisa de um xarope? – Cody parou o beijo e disse.
- Vocês não tomam jeito não é mesmo? – Ela disse e o Cody riu.
- A senhora lembra da gente? – Perguntei e ela revirou os olhos.
- Como poderia esquecer? Saibam que eu quase perdi meu emprego quando toda a tripulação foi reclamar do barulho no banheiro. – Ela disse e eu arregalei os olhos. – Todo mundo ouviu. –
- Ai senhor! – Soltei sem pensar e o Cody começou a rir. – Não ri Cody! –
- Por quê? – Cody perguntou parando um pouco.
- Todo mundo ouviu eu... – Me aproximei dele. – Perdendo a PS. –
- PS? – Dona Lurdes perguntou.
- Pixoca Santa. (?) – Retruquei e ela fez careta.
- Pixoca santa? De onde você tirou isso amor? – Cody perguntou segurando o riso.
- Sei lá. – Respondi percebendo a merda que eu falei.
- Ok, se virem. Mas fiquem quietos ok? – Dona Lurdes disse e nós assentimos.
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Chegamos à Miami deslumbrados com a vista.
- Certeza que é... AQUI? – Alli perguntou se referindo ao Hotel enorme, cheio de piscinas e arvores. Absurdamente chique de duê.
- É filha, foi aqui que nós reservamos. – Angie disse olhando o mapa.
- Nossa, me senti agora. – Alli disse com voz afetada.
Saímos do carro que eles alugaram (gente coisa é outra fina né?) e um homem alto, moreno e de uniforme vinho veio pegar as malas.
- Com licença moça. – O homem disse sorrindo pra mim.
- Toda... – Respondi sendo simpática. O homem pegou minhas malas e depois se aproximou.
- A moça está sozinha? – Ele disse se referindo ao parceiro. Tendeu né? Cody imediatamente me abraçou por trás e beijou minha nunca. Olhei pro chão tentando não fitar o homem, que parecia ser de boas intenções. Ele apenas se virou e saiu carregando as malas.
- Esse é meu moleque! Protege território. – Brad disse com cara de orgulho.
- Cody Sedução Rawr. – Fred disse fazendo a pata de uma onça arranhando.
- Há, há, vem não que aqui é Bicha má! – Cody fez voz afetada e todos riram.
- Esse é o seu moleque. – Meu pai disse e o Brad fez cara de choro.
Entramos no pátio do prédio. Ele era dourado, com os detalhes em vinho pra combinar com o uniforme dos funcionários. Entramos no elevador.
Detalhe: Primeiro uma porta de madeira corrida, depois uma espécie de porta de sanfona e depois a do Elevador.
Cobertura.
- AAAAH MEU DEUS, NÓS ESTAMOS NO ULTIMO? – Alli estava deslumbrada.
- Lógico. Mas não pode fazer barulho ok? – Minha mãe disse e Alli fez cara de superior.
- Quem não pode é pobre, rico... – Alli fez pose. – Pode tudo. –
Nós rimos alto. Chegamos ao nosso andar. Ao contrário dos outros apartamentos, o lugar era um pátio branco e redondo, cheio de portas, exatamente quatro portas.
- Cody e cunhada ali. – Alli apontou pro 287.
- Fred e Alli ali. – Meu pai disse lendo o papel nas mãos de Alli.
- Angie, Tommy e Brad ali e o resto... Ali. – Minha mãe disse e todos saíram caminhando até as suítes.
Cody segurou a maçaneta e sorriu.
- Pronta? – Ele perguntou.
- Eu nasci pronta. – Retruquei piscando pra ele. Cody abriu a porta e meu queixo caiu.
A cama de casal inacreditavelmente fofa, por estar cheia de travesseiros coloridos, o piso brilhante e o lugar todo enfeitado, o banheiro com banheira e tudo. Ainda tem a sacada enorme que dava vista pro hotel E para a praia.
- Que lindo! – Falei e Cody sorriu.
- Eu que escolhi pra gente. – Cody disse orgulhoso e eu sorri. Caminhei até ele e passei meu braço por cima dos ombros dele.
- Eu amei. – Falei e ele sorriu.
- Essa viajem vai ser inesquecível. Eu prometo. – Ele acariciou meu rosto e eu sorri ao sentir a pele dele com a minha.
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O dia passou rápido. Fomos pra piscina aproveitar o dia com os meninos. Tinha tobogã e tudo. Foi muito divertido, principalmente porque eu e Cody tínhamos o tempo inteiro só pra nós dois.
Dia 31. Último dia do melhor ano da minha vida. O ano em que eu pude conhecer Cody. Pude enfrentar Bella, ser amada pelo meu maior amor, conhecer gente nova, país novo, alias: CONTINENTE NOVO. Foi incrível e chegou ao fim. Tudo que é bom: dura pouco.
A noite estava escura e cheia de estrelas. A lua cheia iluminando o lugar me encantava. Faltava apenas vinte minutos pro novo ano começar e eu estava feliz&triste. Feliz por tudo o que aconteceu e triste pelo que ia acontecer.
Cody me abraçou por trás e colocou o queixo no meu ombro. Todo mundo estava na praia esperando os fogos. Ninguém gostava de muvuca então ficamos distantes do povão.
Dez minutos.
- Falta pouco. – Cody sussurrou no meu ouvido.
- Pra que meu amor? – Perguntei e eu senti o sorriso do Cody pela pele do queixo esticado.
- Pra outro ano perto de você. – Ele disse, eu abri a boca pra contar o que eu precisava, mas fui interrompida.
- Crianças, querem champagne? – Minha mãe perguntou e nós aceitamos.
- Só porque é de Maçã. – Falei e todos riram da minha cara.
O assunto com o Cody morreu quando Alli e Fred chegaram e um novo nasceu. Ficamos conversando até meu pai chegar correndo com os outros pais e as crianças.
- TÁA NA HORA! – Ele gritou e nós viramos pra olhar pro céu.
- 5. – Todos gritavam em coro.
- 4. – Alli e Fred estavam de mãos dadas. Cody ainda abraçado comigo.
- 3. – Desviei o olhar pro Cody, que me olhava desde o começo da contagem.
- 2. – Os olhos dele brilhavam como nunca.
- 1. – Cody sibilou “Eu te amo”.
Enquanto todos comemoravam, eu virei e abracei Cody. Beijei-o com carinho.
- Eu te amo muito. – Sussurrei no ouvido dele e ele deu o melhor sorriso. Se é que tem melhor.
- Muito, muito. – Cody disse e eu ri. Nós demos Feliz Ano novo pra todos e fomos pro canto da praia. Sentamos perto o suficiente do mar, pra quando a menor onda viesse molhasse nossos pés.
O silencio verbal predominava, mas nós falávamos com os olhos. De mãos dadas e corpos abraçados. Eu estava sentada no colo dele.
- Quando voltar às aulas, bem que a gente podia pedir pra fazer trabalho juntos. – Cody disse rindo de si próprio. Por mais esforço que eu fizesse, não conseguia forjar um sorriso. Desviei o rosto de Cody, mas ele viu. – O que foi? –
Eu fiquei em silêncio.
- O que aconteceu? – Cody perguntou e eu respirei fundo.
- Eu não vou poder fazer trabalho com você Cody. – Falei já sentindo o rosto quente e as lágrimas escorrendo.
- Tudo bem, não precisa chorar. A gente se encon... – Eu o interrompi.
- Não! – Soltei um pouco mais alto. As lágrimas escorriam sem parar molhando Cody, mas ele não parecia se importar. – Eu não vou poder fazer nada com você ano que vem Cody! –
Cody me encarava com os olhos vazios, mas ele pareceu ter entendido quando os olhos dele lagrimaram e o rosto ficou vermelho.
- É o que eu to pensando? Foi por isso que você se despediu de todos? – Ele perguntou secando as lágrimas. O choro aumentou e o nó na garganta não se desfazia. Soluçamos juntos não agüentando o sentimento.
- Eu vi que... Que não era um simples tchau, parecia um adeus quando você estava no portão da escola. – Cody teve dificuldade em falar pela intensidade do choro. Os soluços aumentavam durante o choro e nossas mãos agora se apertavam. – Me... Me conta. –
- Eu cheguei a casa naquele dia, e meus pais pediram pra conversar comigo. Foi quando meu pai me disse que... – Eu senti o nó crescendo. – Que a gente ia ter que voltar pro Brasil. –
Cody soluçou mais vezes e me abraçou com força. Passei meus braços por cima dos ombros dele e abracei com força.
- Desculpa, desculpa não ter te contado antes. – Falei entre os soluços e ele segurou o choro com força pra conseguir falar. Soltei o pescoço dele e me inclinei um pouco pra trás. Olhei pra ele. Vermelho de tanto chorar, as lágrimas escorrendo sem parar e os olhos fixados em mim, como uma coisa perdida que ele tem que lembrar.
- Eu... – Ele fechou os olhos com força pras lágrimas saírem e ele conseguir me enxergar. – Não precisa se desculpar meu amor. –
- Quer subir? – Perguntei ainda chorando. Ele olhou pro céu e depois pra mim.
- Não. – Ele respirou fundo pra engolir o choro, mas não pareceu funcionar. – Vamos ficar aqui... Juntos, até o Sol nascer. –
Assenti o abraçando e deixando o resto do choro sair.
Cody e eu choramos a noite inteira. Abraçados ali na areia apenas olhando as ondas do mar batendo.
Com as testas juntas nós não precisávamos nos beijar. Não era esse sentimento que nós precisávamos. Só precisávamos saber que estávamos juntos, um sendo do outro enquanto o sol se punha e, a mesma lua que estava pendurada em nossos pescoços, desaparecia do céu.
#Continua.
Autora:
Gente, eu amei esses capítulos.
Eu acho que são as capas mais lindas que eu já fiz, e vocês?
E o texto?
Acharam triste? Eu chorei escrevendo. Na verdade quando a idéia veio na minha cabeça eu já fiquei meio... Sei lá. Triste porque ta acabando. Próxima atualização já é o fim. Ou não.
Gostaram do capitulo?