domingo, 31 de julho de 2011

Xx DEFEAT THE LABEL xX

Oi Pípou! Tudo bom com vocês? Queria falar uma coisa importante pra vocês, então: lê o POST todo?
Pra quem não costuma ficar Online à tarde, eu sou a Titia Lilah, dona da Máfia Simpson | Fã Clube.
Eu estava olhando os orkuts, twitters e principalmente os Tumblrs e percebi que muitas de vocês sofrem Bullying.
Eu sofro. Muito mesmo. Não vou contar tudo o que as pessoas da minha cidade dizem pra mim, mas vou dizer: Dói Muito.
Como as Simpsonizers sabem, Cody faz parte da campanha "Defeat The Label" (Derrote o Rótulo), que pra quem não sabe, é uma campainha CONTRA o Bullying.
Eu entrei no site e eles tem uma coisa que funciona assim: Mobilize seus amigos e mostre que você quer destruir os Rótulos.
Eu tive milhões de idéias, mas a mais simples e mais mobilizadora foi a seguinte.
Escreva em um papel, ou na sua mão a frase
"Defeat The Label", tire uma foto e me mande. .
Eu vou fazer um video com todas as fotos que eu conseguir, mandar pro site, e pro Cody, é lógico! Mas vou passar o dia inteiro na frente do pc mandando o video pro Cody! kkk'
Se você não sofre Bullying, pelo menos participa porque isso pode não ser pra você, mas é importante pra muitas outras pessoas. Importante até pro próprio Cody que sofreu e apoia a atitude da mobilização.
Você tem um Fã Clube? Divulga! Nós não podemos acabar com o Bullying, mas podemos ajudar certo?
"Um exército começa com um só homem", certo? Que tal começar com uma Máfia?

É isso o que eu tinha pra falar. Espero que isso vá pra frente, mas de qualquer maneira, obrigado você que leu o recado inteiro tá? Participa e divulga?
Obrigada desde já. Beijos da Titia Lilah.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

§ ATUALIZAÇÃO §

[Notinha da Autora: O símbolo “(?)” quer dizer que nem eu entendi o que a autora quis dizer. Logo: Não me entendi. E em minha opinião as capas dessa atualização são as MAIS lindas].
Boa leitura Angel.





Respirei fundo tentando engolir o choro, mas não adiantava. Meu organismo não me respeitava. A areia estava fria e eu já não agüentava mais chorar. Minhas lágrimas escorriam como as gostas de chuva na janela do meu quarto naquele mesmo momento, ou se preferir, as lágrimas escorriam como a água que encharcava meu corpo. Eu já não sabia se o que eu via era chuva ou lágrima.
 Eu não podia acreditar no que minha mãe me disse. Não conseguia me conformar há não ter sequer uma escolha pra sair daquilo. Eu só queria sumir. E foi o que eu fiz. Assim que minha mãe e meu pai me disseram aquelas palavras, seguidas de desculpas e explicações sem pé nem cabeça, eu me levantei já em cachoeiras de lágrimas e saí correndo dali pra praia. O tempo antes agradável agora era tampado por nuvens escuras, pela noite ou pela tempestade. A tempestade me lembrava muitas coisas. Vi tudo o que eu passei durante esse ano, que nem tinha acabado e eu já estava em rios.
 Assim que eu saí da sacada sem calçados, apenas com o short e a camiseta da escola, senti as primeiras gostas de chuva caindo sobre meu rosto. Eu precisava chorar. Precisava daquilo pra descarregar toda a minha raiva.
 Quem passava na rua achava que eu era uma louca, desmiolada que estava mais pirada que a cachaça braba que o cão botou pra nóis beber. (?)
 Olhei pra trás e percebi que estava distante da minha casa. Dei meia volta e comecei a caminhar pra casa. As lágrimas pararam de sair e o cansaço logo me atingiu. Meu corpo esfriou e eu comecei a sentir muito frio. Minhas pálpebras pesavam duas toneladas (cada) e meu instinto para encontrar uma cama macia e quente era feroz. Sem conseguir me mover mais do que dois metros, corri pra baixo de um tipo de quiosque. Parecia uma árvore plantada na areia de frente pro mar. Durante o dia servia pros turistas se acomodarem com as cadeiras em baixo, mas a tarde servia como sombra. Mas não naquele dia feio.
 Encostei-me ao tronco e escorreguei por ele até cair de bunda na areia. Encolhi-me e abracei meus joelhos não me agüentando de frio. Tive que cerrar os dentes pra parar de batê-los tão forte que eu achava que iam quebrar. Deslizei uma mão até meu pescoço, aonde meus dedos gelados encontraram o Cody. Quero dizer: o colar que Cody me deu. De alguma forma, senti que ele realmente estava comigo. Que realmente estava assistindo tudo aquilo e me abraçando como quando me deu o colar.
---------- ---------- -------- ---------- ---------- -------- -----------

Acordei com a areia na minha cara. Primeiro a chuva e depois vento. Não era meu dia. Olhei o relógio no meu pulso e vi que eram seis e meia. Um estalo aconteceu na minha cabeça e eu só pude pensar em uma coisa: “SORVETE!”. Dei um pulo e saí correndo até a minha casa. Tropecei tanto que cheguei toda suja de areia e ainda úmida da chuva. Eta delicia. Abri a porta da sacada com força deixando-a bater e encontrei uma Dulce pálida de susto com o baque da porta.
- O QUE ES ISSO NINA? – Dulce berrou quando olhou pra mim.
- To tão mal assim? – Perguntei me olhando. Qualé, só um pouco de roupa suja e molhada aqui, um cabelo parecendo uma juba ali, um pé branco e enrugado de tanto ficar molhada lá, os lábios roxos de frio colá e um cheiro horroroso por toda a parte. Eu podia me considerar uma porca naquele estado.
 Dulce arregalou os olhos.
- Mal es poco para tu nina, corra para tumar bano! – Dulce disse fazendo sinal pra escada. Assenti. – MÁS CUIDAD COM MI PIISO NINA, HASTA! –
 Parei no caminho esperando Dulce dar o último berro.
- HAAAAAAAAAAAAAAAAAASTA! – Dulce gritou estourando meus tímpanos. Com certeza ela tem pulmões muito fortes. Meus ouvidos nunca irão se recuperar dessa. Vou sentir falta dela. Subi a escada correndo e respingando em todo o chão. Foi quando o gesso escorregou do meu braço e caiu se partindo no chão. Olhei pra ele e depois pro meu braço.
 Eu senti. EU SENTI MEU BRAÇO!
 Entrei no meu quarto correndo e peguei meu celular. Discagem rápida.
- Oi amor, o que foi? – Cody disse preocupado e eu segurei a vontade de dar um berro.
- EU TO SENTINDO! – Gritei empolgada e ele ficou só respirando no telefone. – EU TO SENTINDO MEU BRAÇO! –
- O QUE? SERIO? TO INDO AÍ. – Cody desligou o telefone.
 Fiquei ali admirando meu braço curado até ouvir a campainha.
- NINA! – Dulce gritou e eu apareci na ponta da escada. – O nino esta aqui. –
- O deixa entrar Dulcinha! – Falei e ela sorriu.
 Ele entrou correndo, subiu as escadas correndo e pulou em mim.
- Ai meu deus! Você ta... – Cody me segurava e depois parou. – Fedendo! –
 Olhei com cara e ofendida pra ele e ri.
- Tomei chuva. – Falei e ele ergueu uma sobrancelha.
- Por quê? – Ele disse e eu respirei fundo. Não poderia contar a verdade pra ele. Não agora.
- Fui à padaria e quando voltei acabei tomando chuva, eu ia te ligar pra avisar que me atrasaria e acabei descobrindo que to curada! – Falei empolgada e ele riu alto.
- Você ainda quer ir à sorveteria?  - Cody perguntou e eu sorri.
- Muito. – Respondi e ele sorriu sapeca. – O que? O que você fez? –
- Eu... – Cody apontou pro sofá, onde havia um pote enorme de sorvete.
------------ ----------- ----------- ------ ---------- ----------

Dei mais uma colherada no pote. Cody sorria que nem bobo pra mim. Ergui um pouco o queixo e beijei o pescoço dele que estava deitado um pouco abaixo de mim.
- Que foi? – Perguntei e ele ergueu mais ainda o canto dos lábios.
- Você. – Ele disse e eu ergui uma sobrancelha.
- Eu o que? – Perguntei pegando agora de morango.
- Simplesmente você. – Ele disse e eu sorri.
 Cody se ajeitou sentado na cama me fazendo ficar de frente pra ele, que pegou a colher de sorvete da minha mãe e colocou dentro do pote, como se fosse mostrar uma coisa incrível.
- Eu te amo. – Cody disse e eu sorri bobinha. Fiz cara de “Só isso?”. Tipo, ele pára tudo pra me dizer “eu te amo”?
– Eu quero que você saiba que não importa o que aconteça eu estou e sempre estarei do seu lado. – Cody segurou minha mão pra falar essa parte. – Sempre com você. –
- Você me ama mesmo? – Perguntei extasiada e ele sorriu. Meus olhos estavam ficando embaçados.
- Sente isso. – Cody pegou minha mão e levou até o peito dele. O coração dele batia muito rápido, como se ele tivesse corrido na maratona e sentado na minha cama. Desviei o olhar pros olhos brilhantes e ali sinceros dele.
- Isso sou eu? – Perguntei com voz falha e ele sorriu.
- Não – Ele tirou minha mão dele e se aproximou – Isso somos nós. –
- Como assim? – Perguntei lenta como sempre.
- Se você está comigo, de qualquer maneira, sendo apenas minha, eu tenho a sensação de que meu coração vai pular do meu peito de tanto amor e felicidade... – Cody disse e eu senti uma lágrima escorrer.
- E se um dia eu não estiver? – Perguntei e ele se afastou um pouco.
- Que papo é esse? – Ele perguntou e eu respirei fundo.
- Só me responde. – Retruquei e ele assentiu.
- Então ele pára. – Cody disse olhando nos meus olhos e eu não agüentei nem o sorriso que se formou nos meus lábios, nem as lágrimas que escorreram de felicidade.
 Eu não podia contar.
---------- ----------- ---------- ------------ ------------- ------

 Consegui descer a escada como uma pessoa normal e fui direto pro calendário. Dulce estava de folga e meus pais viajando. Toda sexta feira lembra? Pois é.
 Risquei o dia 23 do calendário e guardei a caneta na gaveta. Um circulo mal feito no dia 29 marcava o dia da viajem pra Miami.
 Encarei o dia mais uma vez e peguei meu lanche. Fui direto pra escola sem olhar pra trás. Não havia tumulto. A maioria dos alunos tinha faltado, ou ido apenas na hora de entrada pra se despedir dos amigos. Encostei-me ao meu armário e o abri. Coloquei minhas coisas dentro da mochila vazia que eu levei e deixei ali dentro até dar o horário de ir pra casa. Olhei pro lado e vi Cristian. Sorri vitoriosa e saí batendo pé até ele. A porta do armário dele tampava minha chegada, e eu fiz questão de dar um tapão nela fazendo-a bater com força e Puck tomar um susto.
- Bom dia... Smith. – Falei e ele ergueu o olhar.
- Foi você sua... –
- Isso serviu de lição pra que você aprenda há ser homem! – Falei batendo a mão no ombro dele que rugiu (ou Mugiu?).
- Você vai me pagar! – Puck me encarou com aquele olhar obscuro, mas o brilho sumiu. Agora estava fosco, fosco como o piso da minha sala (?).
- Você não entendeu ainda? – Falei enquanto Cristian caminhava em direção à saída. – Acabou. Estamos quites. –
- Não conte com isso. – Puck virou e saiu rebolando.
- Menino estranho... – Falei olhando pra porta. Ouvi um pigarro e me virei.
- Estranho? – Dylan disse fazendo careta. – Você ta falando sozinha e... ELE é estranho? –
- Dylan Sprouse, você está protegendo ele? – Perguntei com as mãos na cintura e ele riu.
- Jamais. – Ele veio me abraçar e eu pulei nele.
- Hoje na sua casa? – Dylan perguntou e eu assenti.
- Te espero Lindão. – Falei batendo continência e ele riu se virando.
- Se você ver a Emma, diz que eu to procurando ela? – Ele berrou e eu assenti.
 Virei e esbarrei no garoto sumido.
- COOOOOOOLE! – Pulei nele que riu sem parar com a minha cara.
- Pensei que não falasse mais comigo! – Cole disse e eu ri.
- Lógico que falo! – O abracei de lado e ele sorriu coradinho.
- Você viu a Alli por aí? – Cole perguntou e eu estranhei. Cole perguntando da Alli? O QUE EU PERDI?
- Não ainda. Mas se você achar ela, diz que é pra ela dormir na minha casa hoje. – Falei e ele assentiu.
- Garotas são doidas. – Ele fez careta. “E garotos são estúpidos” pensei.
 Continuei caminhando até encontrar Emma.
- Adivinha safada? – Perguntei e ela riu.
- O que? – Ela ergueu uma sobrancelha e se inclinou pra beber água.
- Cristian foi embora HOJE! – Falei e ela cuspiu toda a água.
- ISSO É ÓTIMO, ANO QUE VEM A GENTE VAI ESTAR EM PAZ! – Emma disse e eu sorri fraco.
- O Dylan ta te procurando... – Falei de sobrancelha erguida. – Acho que alguém fisgou um peixe loiro nesse mar né? –
 Emma me olhou vermelha como uma pimenta e sorriu.
- Só se for você, olha quem ta ali atrás. – Emma disse e eu olhei pra trás. Cody estava mexendo no armário dele. “Mexendo”, já que ele estava encostado olhando a porta do armário e sorrindo que nem bobo.
 Virei pra Emma e senti uma fisgada no coração.
- Vou sentir sua falta. – Falei e ela sorriu.
- Também vou sentir a sua. – Ela abriu os braços e eu a abracei com força. – Calma, só falta dois meses e a gente se vê denovo. –
 Ela disse e eu ri com o sarcasmo dela. Afastei-me e recuperei meu fôlego. O abraço foi mesmo forte.
- Vou indo. – Falei e ela sorriu.
- Até amiga. – Ela disse e eu virei.
 Andei até Cody que ainda encarava o armário. Cheguei por trás pra ver o que ele encarava. Ele encarava uma foto minha, sorrindo pra câmera na praia. Aproximei-me um pouco mais até ele sentir minha respiração na nuca dele.
- Oi meu amor. – Falei o abraçando por trás.
- Oi pequena. – Ele respondeu se virando e me abraçando.
- Olhando minha foto? – Perguntei risonha e ele sorriu.
- “Apreciando” é o termo correto. – Ele disse roçando o nariz no meu.
- Lindo! – Falei dando um selinho rápido nele e ele riu.
- Linda. – Ele segurou minha nuca e me beijou. Preciso mesmo descrever? Não né.
---------- ------------ --------------- ------------ -----------

 As aulas passaram tão rápido que eu nem percebi o que aconteceu. Os professores não passaram lição pras férias nem nada. Foi só bagunça e no final, na hora de ir embora, todas as lágrimas. Férias é sempre um negocio bom e ruim. Bom porque não tem aulas e você pode dormir até tarde. E ruim porque na maioria das vezes você não vê seus amigos e fica no tédio o mês inteiro. No final a gente até sente saudade da escola. Da E-S-C-O-L-A. Não de estudar, ta mãe?
 Abracei cada um da minha galera, até quem eu ia ver e depois fui pra casa com o Dylan.
 Olhei pro lado e sorri pro Dylan que falava sobre a nova música do Coldplay que ele tanto amou.
 É incrível como uma pessoa pode se tornar tão especial em tão pouco tempo pra gente. Como esse energúmeno ao meu lado. Quem diria que aquele ser que eu encontrei quase sem roupa numa viajem toda atrapalhada viraria um amigo tão especial pra mim? Eu diria. Assim que ele me cumprimentou na casa do Fred eu sabia que algo haveria ali.
 O abracei de lado e ele parou de falar pra sorrir.
- O que foi? Ta diferente. – Dylan disse passando o braço por cima do meu pescoço.
- Nada demais lindão, continua falando. – Respondi e ele continuou. Chegamos à minha casa discutindo sobre como a Beyonce teve uma escolha ruim colocando a “Girls Run The Word” como Single, do que “Best Thing I Never Had”, que é bem mais bonita do que o próprio Single.
 Abri a porta e vi Dulce limpando a sala.
- Ola ninos. – Ela disse. Por causa do sotaque Dulce dizia “Hôla” e não “Olá”. Dylan olhou pra mim e ergueu uma sobrancelha.
- Oi Dulce. – Falei entrando e fechando a porta. Dylan colocou as mãos no bolso. – Dulce esse é o Dylan e Dylan essa é a Dulce, nossa empregada espanhola. Mas ela é da família também. –
 Dulce corou e beijou a bochecha do Lindão.
- A gente vai jogar um pouco lá em cima ta Dulce? – Falei e ela assentiu desconfiada. – Só jogar. –
- Ah, ok. – Dulce disse fazendo sinal pra gente subir. – Hasta. –
 Dylan já ia subir, mas eu segurei o braço dele.
- Espera ela gritar. – Sussurrei e ele ergueu a sobrancelha.
- Como as... -
- HAAAAAAAAAAAAASTA! – Ela gritou interrompendo o Dylan que deu um pulo de susto. Saímos em disparada pro meu quarto e quando chegamos rimos muito.
- Mulher doida. – Ele disse ainda rindo.
- Doida do bem. – Falei e ele riu mais um pouco.
- Quer que jogo? – Ele disse e eu fiz cara de pensante.
- GTA. – Retruquei e ele assentiu. Colocamos os controles e ficamos jogando.
 Depois de duas horas jogando, conversando e rindo, nós paramos pra comer. Dulce levou os famosos Nachos dela numa vasilha gigante pro meu quarto e nós estávamos comendo.
- Posso te fazer uma pergunta? – Falei e ele assentiu.
- Todas. – Ele respondeu colocando um Nacho na boca.
- Qual é o seu sonho de adolescente? – Perguntei e ele sorriu.
- O que é isso? – Ele perguntou e eu sentei em perninha de índio pra explicar.
- Existem vários tipos de sonho. O da vida, que seria aquele que você realmente quer. O do amor, que é o que você sonha e o do Adolescente, aquele que você quer que passe, mas é mais uma vontade. – Expliquei e ele sentou também.
- Uma vontade? – Ele perguntou e eu assenti. – Receber um beijo seu. –
 Parei o Nacho que estava a caminho da boca e sorri.
- Jura? – Perguntei e ele corou.
- É, mas melhor não falar disso, eu vou acabar ficando numa fossa depois. – Ele disse e eu ri.
- E se eu te beijasse? – Perguntei com cara de sapeca. Eu queria realizar o maior desejo dele, antes de enfrentar o que vinha pela frente, de acordo com meus pais.
 Ele ergueu o rosto e sorriu olhando pra mim.
- Você faria isso? – Ele perguntou e eu sorri.
- Eu ficaria honrada. – Respondi e ele sorriu. – Mas não aqui. –
 Ele ergueu a sobrancelha. Levantei e peguei a mão dele. Puxei-o até a sacada do meu quarto que era virada pro mar.
- Aqui. – Falei e ele riu. Aproximei-me dele juntando nossos narizes. A respiração dele era falha e o corpo estava tenso. Respirei alto na tentativa dele começar a me acompanhar na respiração, depois coloquei minhas mãos nos ombros dele, os empurrei pra baixo e ele relaxou. Continuei com a mão parada nos ombros dele e ele envolveu minha cintura com as dele. Dei um selinho demorado nele e pedi passagem pra língua. Ele se arrepiou. O beijo foi calmo, mas eu senti que significava muito pra ele. A língua dele era confortável, como na festa da Emma, mas sem gosto de pinga. Era doce. Não senti nada durante o beijo além de um carinho. Eu podia ter beijado de olhos abertos, mas seria muito insensível da minha parte beijar o garoto que gosta de mim de olhos abertos. Rompi o beijo e abri os olhos. Ele abriu lentamente os olhos e me encarou sorrindo. Afastei-me e esperei ele falar alguma coisa.
- Obrigada. – Ele sussurrou se apoiando na sacada. Sorri pela cor dele, que no momento era vermelha. Todo coradinho, que fofo.
 A tarde passou divertida com ele do meu lado. Com o tempo o clima entre a gente voltou ao normal e eu fiz questão de deixar bem claro que eu só quis tirar a vontade dele, não haveria nada sério, pois eu amo meu namorado como nunca amei ninguém. Claro que eu falei isso com um pouco mais de sensibilidade e ele apenas ergueu o canto da boca deixando a covinha aparecer.
 Quando deu sete da tarde, ele se levantou e pegou a mochila.
- Já vai? – Perguntei desligando a tevê.
- Já, eu tenho que ajudar minha mãe com a casa. – Ele disse e eu sorri.
- O filho dos sonhos! – Falei com voz afetada e ele riu.
- Anda, Me da um abraço porque eu preciso ir. – Ele disse abrindo os braços. Eu fiquei em pé no sofá e depois pulei nele.
- Vou sentir MUITO a sua falta Lindão. – Falei sem largar ele.
- Vou sentir MUITA falta de você também Lindona. – Ele disse e eu coloquei os pés no chão. Afastei-me sentindo outra fisgada no coração de culpa e sorri.
- Promete que se cuida? – Perguntei acariciando o rosto dele.
- Pra você, eu prometo. – Ele disse e eu sorri. Fui até a porta com ele e dei outro abraço nele antes de o ver ir andando pro outro quarteirão.
 Entrei em casa e peguei uma blusa. Voltei correndo pra rua e fechei a porta. Atravessei e toquei a campainha dos Senhores Simpson.
- Oi querida. – Angie abriu a porta sorrindo.
- Oi sogrinha... – Falei e ela sorriu.
- Vou chamar o Cody. – Ela já ia subir, mas eu a interrompi.
- Na verdade, vim ver a Alli. – Falei e ela riu.
- Força do hábito. – Ela disse e se virou pra gritar “ALLI, SUA CUNHADA ESTÁ AQUI”. – Faz tempo que vocês não passam um tempo juntas não é? –
- Pois é! Seu filho rouba todo o meu tempo. – Falei e ela riu alto.
- Ontem seus pais me ligaram. – Angie disse se se encostando à porta. – Vocês vão mesmo viajar com a gente pra MIAMI! –
 Angie sorriu e deu pulinhos. Tal mãe, tal filha.
- Eles me falaram, vai ser INCRIVEL! – Falei e dei pulinhos. Alli capotou pela escada e chegou à porta.
- AAAAH SUA VAACA, ME ABANDONOU! – Ela me abraçou. Ri alto.
- Eu não faria isso amiga, nunca. – Falei e ela riu. – Pediu pra sua mãe? –
- Ah é, - Ela disse e se virou. – Mãe, posso dormir na casa dela? –
- LÓÓÓGICO QUE PODE! – A mãe dela disse e eu ri alto.
 Atravessamos a rua correndo e entramos em casa.
- Quer subir? – Perguntei e ela assentiu, mas fez sinal pra eu esperar. A segui até a cozinha, onde ela abriu a geladeira e pegou um pote de alguma coisa. Melhor amiga é uma coisa mesmo.
 Subimos e passamos a noite inteira conversando, rindo e incomodando meus pais, que com certeza reclamariam no dia seguinte.




A semana passou rápido em meio a tarefas de casa, malas pra ser feitas e risadas tanto com a Alli quanto com o Cody. Fred deu uma passada rápida na minha casa durante a semana pra gente conversar. Se bem que a gente mais riu do que conversou.
 Sexta-feira chegou e nós (eu e minha família) estávamos no aeroporto quando a família Simpson chegou toda animada. Meu pai era o mais animado de todos sem dúvidas. Chegava há contagiar todo mundo com a felicidade de ir novamente pra Miami. Ele me aterrorizou falando dessa viajem a semana inteira e o que eu mais queria era chegar logo lá.
 No Natal a galera toda foi pra casa do Fred. Foi uma bagunça, mas pelo menos dessa vez o lugar ficou iluminado o tempo inteiro.
- OOOI BA! – Tommy disse pulando em mim.
- Do que você chamou minha mana? – Sammy cutucou o Tom.
- Ba. De Bazilian Girl. – Tom disse e todos riram.
- É BRAzilian Girl Tommy. – Alli disse se aproximando e cumprimentando minha família. Todos fizeram o mesmo. Fred me deu um beijo na bochecha e se encolheu. Ele estava meio nervoso com o fato de viajar com os pais da Alli. Coloquei o Tommy no chão e fui cumprimentar os sogros.
- Oi menina linda! – Brad me deu um beijo na bochecha.
- Oi sogrão. – Falei brincando e ele riu. Cumprimentei Angie.
- Oi meu amor. – Cody me deu um abraço e depois um beijo.
- AAAAAAH MOLEEEKEE! – Brad gritou no meio do aeroporto e nós rimos.
---------- ------------ -------------- --------------- ---------------- --
 Entramos no avião rindo de alguma besteira que meu pai disse. Cody sentou do meu lado. Alli com Fred, Sammy com Tommy, mães com os devidos pais.
 Olhei pro lado e vi Cody suando que nem porco.
- Calma, to com você. – Falei deslizando minha mão até a mão dele e segurando-a com força. O avião começou a decolar. Ele me olhou e sorriu.
Uma senhora apareceu no fim do corredor de poltronas, pegou fôlego e começou a falar alguma coisa, que eu não ouvi, ela me parecia familiar.
- Ai meu deus. – Falei e Cody virou pra me encarar.
- Pensei que você não tivesse medo, pequena. – Cody disse me encarando e eu neguei.
- Não é isso. É AQUILO! – Apontei pra senhora que ainda dava informações robóticas com a voz arrogante e o coque alto, bem feito.
- Idaí? – Cody perguntou e eu ergui uma sobrancelha.
- Não reconhece? – Perguntei e ele arregalou os olhos.
- Dona Lurdes! – Ele disse e eu assenti. – Essa muié é um cu quadrado mermo. –
 Ri.
- Acho melhor a gente ficar quietinho. – Falei e ele assentiu.
- Tenho uma idéia ótima pra gente ficar quietinho. – Cody disse e eu ri sapeca.
- Ah é? – Perguntei juntando nossas testas.
- Uhum, vemk dlç. –
---------- ---------- ---------- ---------- ----------- ----------

Ficamos nos beijando até nós ouvirmos um pigarro. Precisa dizer quem era?
 Dona Lurdes.
- Cof, Cof. – A senhora tossiu.
 Continuamos nos beijando e ela tossiu de novo.
- A senhora precisa de um xarope? – Cody parou o beijo e disse.
- Vocês não tomam jeito não é mesmo? – Ela disse e o Cody riu.
- A senhora lembra da gente? – Perguntei e ela revirou os olhos.
- Como poderia esquecer? Saibam que eu quase perdi meu emprego quando toda a tripulação foi reclamar do barulho no banheiro. – Ela disse e eu arregalei os olhos. – Todo mundo ouviu. –
- Ai senhor! – Soltei sem pensar e o Cody começou a rir. – Não ri Cody! –
- Por quê? – Cody perguntou parando um pouco.
- Todo mundo ouviu eu... – Me aproximei dele. – Perdendo a PS. –
- PS? – Dona Lurdes perguntou.
- Pixoca Santa. (?) – Retruquei e ela fez careta.
- Pixoca santa? De onde você tirou isso amor? – Cody perguntou segurando o riso.
- Sei lá. – Respondi percebendo a merda que eu falei.
- Ok, se virem. Mas fiquem quietos ok? – Dona Lurdes disse e nós assentimos.
------------ -------------- ---------- ------------ --------- -------
Chegamos à Miami deslumbrados com a vista.
- Certeza que é... AQUI? – Alli perguntou se referindo ao Hotel enorme, cheio de piscinas e arvores. Absurdamente chique de duê.
- É filha, foi aqui que nós reservamos. – Angie disse olhando o mapa.
- Nossa, me senti agora. – Alli disse com voz afetada.
 Saímos do carro que eles alugaram (gente coisa é outra fina né?) e um homem alto, moreno e de uniforme vinho veio pegar as malas.
- Com licença moça. – O homem disse sorrindo pra mim.
- Toda... – Respondi sendo simpática. O homem pegou minhas malas e depois se aproximou.
- A moça está sozinha? – Ele disse se referindo ao parceiro. Tendeu né? Cody imediatamente me abraçou por trás e beijou minha nunca. Olhei pro chão tentando não fitar o homem, que parecia ser de boas intenções. Ele apenas se virou e saiu carregando as malas.
- Esse é meu moleque! Protege território. – Brad disse com cara de orgulho.
- Cody Sedução Rawr. – Fred disse fazendo a pata de uma onça arranhando.
- Há, há, vem não que aqui é Bicha má! – Cody fez voz afetada e todos riram.
- Esse é o seu moleque. – Meu pai disse e o Brad fez cara de choro.
 Entramos no pátio do prédio. Ele era dourado, com os detalhes em vinho pra combinar com o uniforme dos funcionários. Entramos no elevador.
 Detalhe: Primeiro uma porta de madeira corrida, depois uma espécie de porta de sanfona e depois a do Elevador.
 Cobertura.
- AAAAH MEU DEUS, NÓS ESTAMOS NO ULTIMO? – Alli estava deslumbrada.
- Lógico. Mas não pode fazer barulho ok? – Minha mãe disse e Alli fez cara de superior.
- Quem não pode é pobre, rico... – Alli fez pose. – Pode tudo. –
 Nós rimos alto. Chegamos ao nosso andar. Ao contrário dos outros apartamentos, o lugar era um pátio branco e redondo, cheio de portas, exatamente quatro portas.
- Cody e cunhada ali. – Alli apontou pro 287.
- Fred e Alli ali. – Meu pai disse lendo o papel nas mãos de Alli.
- Angie, Tommy e Brad ali e o resto... Ali. – Minha mãe disse e todos saíram caminhando até as suítes.
 Cody segurou a maçaneta e sorriu.
- Pronta? – Ele perguntou.
- Eu nasci pronta. – Retruquei piscando pra ele. Cody abriu a porta e meu queixo caiu.
 A cama de casal inacreditavelmente fofa, por estar cheia de travesseiros coloridos, o piso brilhante e o lugar todo enfeitado, o banheiro com banheira e tudo. Ainda tem a sacada enorme que dava vista pro hotel E para a praia.
- Que lindo! – Falei e Cody sorriu.
- Eu que escolhi pra gente. – Cody disse orgulhoso e eu sorri. Caminhei até ele e passei meu braço por cima dos ombros dele.
- Eu amei. – Falei e ele sorriu.
- Essa viajem vai ser inesquecível. Eu prometo. – Ele acariciou meu rosto e eu sorri ao sentir a pele dele com a minha.
----- -------------- ------------ ---------------- ----------------------
O dia passou rápido. Fomos pra piscina aproveitar o dia com os meninos. Tinha tobogã e tudo. Foi muito divertido, principalmente porque eu e Cody tínhamos o tempo inteiro só pra nós dois.
 Dia 31. Último dia do melhor ano da minha vida. O ano em que eu pude conhecer Cody. Pude enfrentar Bella, ser amada pelo meu maior amor, conhecer gente nova, país novo, alias: CONTINENTE NOVO. Foi incrível e chegou ao fim. Tudo que é bom: dura pouco.
 A noite estava escura e cheia de estrelas. A lua cheia iluminando o lugar me encantava. Faltava apenas vinte minutos pro novo ano começar e eu estava feliz&triste. Feliz por tudo o que aconteceu e triste pelo que ia acontecer.
 Cody me abraçou por trás e colocou o queixo no meu ombro. Todo mundo estava na praia esperando os fogos. Ninguém gostava de muvuca então ficamos distantes do povão.
 Dez minutos.
- Falta pouco. – Cody sussurrou no meu ouvido.
- Pra que meu amor? – Perguntei e eu senti o sorriso do Cody pela pele do queixo esticado.
- Pra outro ano perto de você. – Ele disse, eu abri a boca pra contar o que eu precisava, mas fui interrompida.
- Crianças, querem champagne? – Minha mãe perguntou e nós aceitamos.
- Só porque é de Maçã. – Falei e todos riram da minha cara.
 O assunto com o Cody morreu quando Alli e Fred chegaram e um novo nasceu. Ficamos conversando até meu pai chegar correndo com os outros pais e as crianças.
- TÁA NA HORA! – Ele gritou e nós viramos pra olhar pro céu.
- 5. – Todos gritavam em coro.
- 4. – Alli e Fred estavam de mãos dadas. Cody ainda abraçado comigo.
- 3. – Desviei o olhar pro Cody, que me olhava desde o começo da contagem.
- 2. – Os olhos dele brilhavam como nunca.
- 1. – Cody sibilou “Eu te amo”.
 Enquanto todos comemoravam, eu virei e abracei Cody. Beijei-o com carinho.
- Eu te amo muito. – Sussurrei no ouvido dele e ele deu o melhor sorriso. Se é que tem melhor.
- Muito, muito. – Cody disse e eu ri. Nós demos Feliz Ano novo pra todos e fomos pro canto da praia. Sentamos perto o suficiente do mar, pra quando a menor onda viesse molhasse nossos pés.
 O silencio verbal predominava, mas nós falávamos com os olhos. De mãos dadas e corpos abraçados. Eu estava sentada no colo dele.
- Quando voltar às aulas, bem que a gente podia pedir pra fazer trabalho juntos. – Cody disse rindo de si próprio. Por mais esforço que eu fizesse, não conseguia forjar um sorriso. Desviei o rosto de Cody, mas ele viu. – O que foi? –
 Eu fiquei em silêncio.
- O que aconteceu? – Cody perguntou e eu respirei fundo.
- Eu não vou poder fazer trabalho com você Cody. – Falei já sentindo o rosto quente e as lágrimas escorrendo.
- Tudo bem, não precisa chorar. A gente se encon... – Eu o interrompi.
- Não! – Soltei um pouco mais alto. As lágrimas escorriam sem parar molhando Cody, mas ele não parecia se importar. – Eu não vou poder fazer nada com você ano que vem Cody! –
 Cody me encarava com os olhos vazios, mas ele pareceu ter entendido quando os olhos dele lagrimaram e o rosto ficou vermelho.
- É o que eu to pensando? Foi por isso que você se despediu de todos? – Ele perguntou secando as lágrimas. O choro aumentou e o nó na garganta não se desfazia. Soluçamos juntos não agüentando o sentimento.
- Eu vi que... Que não era um simples tchau, parecia um adeus quando você estava no portão da escola. – Cody teve dificuldade em falar pela intensidade do choro. Os soluços aumentavam durante o choro e nossas mãos agora se apertavam. – Me... Me conta. –
- Eu cheguei a casa naquele dia, e meus pais pediram pra conversar comigo. Foi quando meu pai me disse que... – Eu senti o nó crescendo. – Que a gente ia ter que voltar pro Brasil. –
 Cody soluçou mais vezes e me abraçou com força. Passei meus braços por cima dos ombros dele e abracei com força.
- Desculpa, desculpa não ter te contado antes. – Falei entre os soluços e ele segurou o choro com força pra conseguir falar. Soltei o pescoço dele e me inclinei um pouco pra trás. Olhei pra ele. Vermelho de tanto chorar, as lágrimas escorrendo sem parar e os olhos fixados em mim, como uma coisa perdida que ele tem que lembrar.
- Eu... – Ele fechou os olhos com força pras lágrimas saírem e ele conseguir me enxergar. – Não precisa se desculpar meu amor. –
- Quer subir? – Perguntei ainda chorando. Ele olhou pro céu e depois pra mim.
- Não. – Ele respirou fundo pra engolir o choro, mas não pareceu funcionar. – Vamos ficar aqui... Juntos, até o Sol nascer. –
 Assenti o abraçando e deixando o resto do choro sair.
Cody e eu choramos a noite inteira. Abraçados ali na areia apenas olhando as ondas do mar batendo.
 Com as testas juntas nós não precisávamos nos beijar. Não era esse sentimento que nós precisávamos. Só precisávamos saber que estávamos juntos, um sendo do outro enquanto o sol se punha e, a mesma lua que estava pendurada em nossos pescoços, desaparecia do céu.

#Continua.


Autora:
Gente, eu amei esses capítulos.
 Eu acho que são as capas mais lindas que eu já fiz, e vocês?
                     E o texto?
Acharam triste? Eu chorei escrevendo. Na verdade quando a idéia veio na minha cabeça eu já fiquei meio... Sei lá. Triste porque ta acabando. Próxima atualização já é o fim. Ou não.
Gostaram do capitulo? 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

§ FINALMENTE ATUALIZAÇÃO §

 Um relâmpago iluminou rapidamente os olhos brilhantes e cheios de medo de Cody.
- Eu sei que é um medinho bobo de criança, mas... – Interrompi Cody com um beijo.
Selei nossos lábios com carinho, o beijo foi calmo. Afastei meu rosto e passei a mão no rosto do Cody, passei toda a confiança que podia. Ele suspirou.
Pra minha (ou nossa) surpresa, Cody segurou minha mão novamente e seguiu caminhando e me puxando pelo corredor.
- É aqui. – Ele empurrou a porta. O quarto estava iluminado por um abajur fluorescente.
- Deve ter na gaveta dele, tem tudo aqui. – Cody disse soltando a minha mão. Olhei em volta. Nossa tudo aquilo era um quarto?
 Entrei no banheiro, só pra olhar mesmo. Esse não era iluminado.  Um degrau separava a banheira do resto do banheiro, pena que eu não sabia disso antes.
 Pisei em falso. Virei o pé e por pouco não caí no chão. Antes tivesse caído. Seria melhor.
- AÍ PORRA! – Gritei. Ouvi Cody soltar tudo o que estava segurando e correr pro banheiro. Olhei pra porta e vi Cody me olhando assustado.
- Pequena? – Ele disse sem conseguir me ver. – To entrando. –
- Cuidado! Tem uma porcaria de um degrau aqui! – Falei sentindo uma dor imensa.
- Amor, é você né? – Cody disse assustado. Eu podia sentir o medo na voz dele.
- Sou... AÍ! – Falei sentindo as lágrimas se formarem.
- O que aconteceu? – Ele perguntou sentando do meu lado.
- Eu ia meter a cara no chão e acho que quebrei o braço. – Falei e ele não falou nada. Deve ter assentido. – Me ajuda a levantar? –
- Calma aí! – Ele correu pra fora do banheiro e voltou segurando uma lanterna. – Ai meu deus! – Ele disse preocupado.
 Colocou a lanterna na boca, envolveu minhas pernas com um braço e segurou minhas costas com outro. Levantou-me como se estivéssemos em lua de mel. Ri sozinha.
 Saí do quarto sendo carregada. Cody me carregava como se eu fosse uma pena. Olhei o rosto dele, tão preocupado, com a lanterna na boca e descendo as escadas.
- O QUE ACONTECEU? – Dylan gritou já vindo em direção do Cody.
- Tomei um rola... – Falei. – Pode me colocar no chão amor, quebrei o braço, minhas pernas estão bem. –
- Certeza? Eu posso te carregar até o sofá, não! Eu VOU te carregar até lá... – Cody disse e depois foi até o sofá. Colocou-me sentada.
- Obrigada amor, mas é só uma dorzinha de nada... – Falei e ele franziu a testa em negação.
- “Dorzinha de nada”? Vou pegar o gelo! – Cody deu um pulo.
- Quer alguma coisa? Um suco, uma água, um bolo, um miojo, uma salada, um refrigerante, vitamina, talvez um café, ou... –
- Não precisa Dylan, serio, vou ficar bem! – Respondi sorrindo. – Dá pra tirar essa porcaria de lanterna da minha cara? –
- Desculpa – Dylan respondeu rindo.
- Aqui amor. – Cody voltou carregando uma sacola com gelo arrumou a almofada e me deitou. – Isso vai aju... –
- AAAAÍ! – Berrei e ele fez cara de assustado.
- Ta melhorando? – Dylan perguntou e eu bufei.
- Não, mas vai melhorar. – Respondi sorrindo. Fred e Emma desceram as escadas correndo.
- O que aconteceu? – Emma perguntou preocupada.
- Aquela porcaria de degrau no banheiro do Fred machucou minha pequena! – Cody disse fazendo carinho no meu rosto.
- Não ta doendo, calma! – Respondi e todos me olharam assustados.
- Você não ta sentindo dor? – Cody fez uma cara estranha. Por que eles estavam assim?
- Não... – Falei e eles se entreolharam. Emma se abaixou e fez alguma coisa no meu braço.
- Você sentiu isso? – Ela perguntou e eu franzi a testa.
- Sentir o que? – Respondi e Dylan tirou o celular do bolso.
- Alô, emergência? -

Olhei denovo pro meu braço engessado.
Eu não senti dor porque eu não sentia nem meu braço.
A emergência chegou rápido, Cody foi junto comigo pro hospital. Meus pais já tinham sido avisados, pedi pra que eles não viessem afinal não era nada. De qualquer maneira eles falaram com o Cody, com a secretaria e com o doutor pra se convencerem a não ir.
- <Seu nome>, - Uma mulher de branco abriu o quarto e eu olhei pra ela. – Pode deixar entrar? –
- Pode. – Falei sorrindo. Ouvi um estrondo na porta e a mulher bufou ao ser empurrada.
- Um de cada vez! – Ela disse. Ri já imaginando o que seria. Cody esperou ela passar e depois entrou.
- Ai meu deus, como você ta? – Cody segurou meu rosto e me deu um selinho. Começou a olhar pra mim desesperado. Melhor eu responder logo.
- Calma, eu to bem. Já falei que não sinto nada. – Respondi.
- Esse é o problema. O que o doutor falou? – Ele beijou a minha testa. Cody ergueu uma sobrancelha.
- Nada ainda. – Respondi e ele suspirou.
- Você vai pra sua casa amor? Fiquei sabendo que seus pais viajaram sexta-feira – Cody brincou com uma mecha do meu cabelo.
- Vou, quer ficar comigo lá? – Perguntei e ele sorriu.
- Lógico pequena. – Ele se aproximou pra me dar um beijo, mas fomos interrompidos pela porta do quarto. Um homem bonitão apareceu de jaleco branco. Moreno, alto, olhos verdes e topete desarrumado.
- Ora, tenho notícias boas e ruins, qual você quer primeiro? – O doutor disse levantando a prancheta e se sentando do meu lado.
- Mistura. – Respondi me virando pra ele.
- Você vai poder ser liberada hoje ainda, mas vai ter que fazer fisioterapia por pelo menos dois meses. – Ele disse e eu bufei.
- Aff, serio? – Perguntei e ele riu.
- Pois é, e vai ter que me visitar várias vezes também. – O doutor disse fazendo careta. “Isso não vai ser tão ruim...” pensei. Cody me encarou como se tivesse lido meus pensamentos e eu ri.
- E vai demorar pra ela tirar o gesso doutor? – Cody perguntou e o doutor analisou a prancheta.
- Se ela fizer tudo direitinho: Duas semanas. – Ele disse e eu suspirei aliviada.
- Ainda bem! – Falei e ele sorriu.
– Você tem pra onde ir minha linda? – O doutor perguntou. Cody ergueu as duas sobrancelhas.
- Tenho sim doutor. – Respondi e ele assentiu.
- Então, você está liberada. – Ele disse me dando um beijo na bochecha e saindo dali.
- “Você tem pra onde ir... Minha linda?” – Cody fez voz afetada e eu ri alto.
- Deixa de besteira! Ele tem idade pra ser meu pai. – Falei e ele arregalou os olhos.
- Então você pensou na possibilidade? – Ele retrucou de boca aberta.
- Vamos sair daqui. – Respondi e ele riu. Cody segurou minha cintura, tão forte que me erguia conforme os passos. Abriu a porta e deixou-a bater quando saímos.
- Cody, meu braço que está engessado, minhas pernas estão bem. – Falei e ele me soltou rindo.
- AMIGA! – Alli berrou e eu dei um pulo. Ela se lembrou de ser menos escandalosa quando o hospital inteiro já havia parado pra encarar ela. – Opa, desculpa... –
 Angie e Brad se levantaram.
- Que susto, quando Cody me ligou desesperado achei que você tava morrendo! – Angie disse me dando um beijo e eu ri.
- Por pouco quem não fica internado é o Cody. – Brad disse e eu olhei pro Cody, todo corado.
- Ownt, que linds! – Apertei a bochecha dele que riu que nem criança.
- Vamos então? – Angie disse e eu assenti.
 Fomos até o carro conversando. Entrei no carro e me lembrei que passei a noite inteira acordada. Cody segurava minha mão (a que restou) e olhava a paisagem. Sem falar uma palavra me aconcheguei e deitei a cabeça no ombro dele, colocando o rosto na curva do pescoço. Fechei os olhos e senti os braços dele me envolvendo de lado e puxando ainda mais pra perto. Fiquei apenas inalando aquele perfume gostoso durante um tempo e depois acabei dormindo como um anjo. Ou seria com um anjo?



- Sua mãe é um amor sabia? – Falei rindo e ele assentiu.
- Pensei que ela não fosse deixar, mas foi tão fácil. – Ele disse sentando no sofá. A Angie deixou de primeira que o Cody dormisse o fim de semana na minha casa, sozinho comigo.
- Ainda bem, não queria ficar sozinha! – Falei me sentando do lado dele.
- E eu queria passar um tempo contigo. – Cody disse fazendo carinho no meu rosto. Ele deitou e eu deitei em cima dele tomando cuidado com gesso.
- É também. Sabia que você não me deu um beijinho hoje? – Falei com cara de ofendida e ele riu.
- Desculpa, é que o doutor interrompeu... “MINHA LINDA”! – Cody fez voz afetada última parte e eu ri alto. Ele segurou minha cintura com força e me pressionou com cuidado contra o corpo dele. Rocei a ponta do meu nariz no dele e ele sorriu. Ele inclinou o rosto juntando nossas testas. Misturamos nossas respirações por um tempo, sentindo os dois ares quentes juntos. Dei um selinho demorado nele que sorriu sem mostrar os dentes e subiu a mão pra minha nuca. Segurou-a acariciando, e me puxou. Ele pediu passagem pra língua e deixei. As nossas línguas se tocaram como um choque térmico. Eu sempre fui gelada. Todos meus amigos que seguravam minha mão, ou algo assim diziam “Nossa, que gelo.”. Eu nunca pensei que seria tão bom; tão aconchegante e confortável ter o corpo gelado sendo esquentado por alguém tão especial.
 Rompi o beijo e me sentei quando ouvi a porta sendo aberta.
- Nina o que acontecer? – Dulce fechou a porta com a bunda, já que as mãos estavam ocupadas com sacola do mercado. Cody se levantou e pegou algumas sacolas da mão dela pra levar pra cozinha.
- Quebrei o braço. O Cody vai passar o fim de semana aqui ta? – Falei e ela ergueu uma sobrancelha.
- Os pais da nina sabem? – Ela disse e eu ri.
- Ainda não, mas não se preocupe. A gente vai ficar quietinho. – Respondi e ela fez cara de incerteza, mas sorriu depois.
- Está bien, mas nada... – ela se aproximou conferindo se ninguém ouvia – Daquilo. –
 Ri sozinha.
- Ok Dulce. – Respondi. Cody veio correndo da cozinha e me abraçou de lado.
- Quer subir? – Perguntei e ele assentiu.
 Subimos rindo de alguma besteira. Entramos no quarto e nos jogamos na cama.
- Vídeo Game? – Falei e ele assentiu. Coloquei “Mortal Kombat” e os controles. – Vou ganhar de você com uma mão só! –
- Quero ver! Quem perder faz a janta. – Cody me lembrou de que Dulce não trabalhava de fim de semana.
- Feito! – Aceitei o desafio.

Vinte minutos depois...

- RÁDUGUEEET! – Gritei dando o golpe mortal no personagem do Cody, que caiu jorrando sangue.
- NÃO VALEU! – Cody disse dando um pulo e eu ri.
- Já era. – Respondi e ele fez não com a cabeça.
- Revanche. Melhor de duas. – Ele disse e eu ri.
- Vai perder denovo! – Retruquei e ele riu.
- Vamos ver. –

Meia hora depois...

- KÁTATUGHEET! – Dei o golpe. Esperei aparecer o “Game Over” pro Cody e levantei pra fazer o movimento de vencedor junto com meu personagem. Cody fez biquinho e eu sorri. – TADINHO! –
- Perdi três vezes de você! – Ele disse e eu o abracei deixando a cabeça dele no meu ombro.
- Tudo bem, isso não te faz menos homem, amor. – Falei e ele riu alto. – De qualquer maneira, eu faço a janta. –
 Ele mostrou os dentes.
- Serio? – Ele disse alegrinho.
- Lógico, se fosse pra comer sua comida eu teria ficado no hospital tomando canja... – Falei abrindo a porta. Ele fez cara de ofendido e passou.

- Ta pronto? – Cody berrou pela centésima vez da mesa de jantar da sala.
- NÃAO! – Retruquei pegando o molho e jogando na panela.
- E agora? – Ele gritou e eu bufei.
- Você ta com tanta fome assim? – Perguntei e ele riu.
- ♫ TO COM FOMEE, QUERO LEEITE... NA NA, NA NA, QUERO CROQUETE, COM MAIONESE, EU TE APRENSENTO A LARICA DOS MULEKE - Cody cantou e eu ri. [Larica Dos Muleque – música no youtube]
- Preparado pra provar o melhor macarrão feito na terra? – Perguntei gritando da cozinha.
- SIIIIIM! E MUITO. – Cody berrou. Ele não tinha parado de reclamar de fome enquanto eu preparava o suco de manga natural e o macarrão à bolonhesa especial da vovó Bright. Essa véia cozinha muito. Não a conheci, mas gostaria.
 Tirei a panela do fogo e levei-a até a mesa, onde encontrei Cody com o guardanapo encaixado na gola da camiseta e segurando os garfos em pé.
- Não dá face da terra, mas quem sabe da América... – Falei colocando os pratos. – Ou talvez só de Los Angeles... Ou... –
- SERVE LOGO ESSA COMIDA MULÉ! – Cody me fez dar um pulo e eu ri. Tirei a tampa e Cody respirou fundo sentindo o cheiro da massa.
- Sirva-se. – Falei e ele (num movimento quase ninja) roubou o pegador da minha mão e tirou metade da panela pra colocar no prato. Cody enfiou uma garfada gigante na boca que me fez até sentir vergonha alheia.
- O que achou? – Perguntei apreensiva. Cody engoliu tudo.
- Ainda bem que você não cozinha pra viver. – Cody disse e eu arregalei os olhos. – Porque se cozinhasse eu já estaria um velho barrigudo e obeso. –
 Respirei aliviada.
- É agora que eu jogo toda essa panela na tua cabeça né! – Peguei a panela e ameacei. – Que susto, já pensou você não gosta? –
Cody riu de boca cheia.
- Agora vou comer, porque deu trabalho tudo isso. – Falei enfiando a garfada na minha boca.

 Acabamos com toda a macarronada.
Cody colocou os pratos na pia e eu os copos.
- Nunca comi tanto. Acho que só vou comer amanhã, ou talvez nem isso. – Cody fazia drama. Abri o congelador.
- Quer sorvete? – Perguntei.
- Quero. – Ele retrucou sem nem pensar. Peguei o pote e duas colheres. – Eu te levo amor. –
 Ri sozinha enquanto Cody me carregava de cavalinho até o sofá. Já estava de noite. Abri o pote e dei uma colher pra ele.
- Que canal? – Perguntei pegando o controle.
- Faz um Tour. – Cody responde e eu fui passando canal por canal.
- PLAYBOY TV! – Cody berrou de boca cheia e eu ri.
- Assiste? – Perguntei olhando aquela putaria.
- As vezes, é impressionante! Umas posições que nossa... – Cody disse deitando no meu colo.
- Cody Robert Simpson, você assiste Playboy TV pela elasticidade das coelhinhas? – Perguntei e ele riu.
- É ué. – Ele disse e eu apertei o botão do canal com força. Cody olhou pro controle e depois pra mim. – Ficou com ciúme? –
- Eu? Não. – Falei e ele riu.
- Amor, - Cody se arrumou no sofá ficando de frente pra mim. – Você gosta de beijo gelado? –
 Lancei um olhar sapeca pro Cody que sorriu e me beijou. Tudo gelado. Nossa senhora. Um arrepio subiu minha espinha, passou pela barriga e foi até o cérebro. Congelou como uma raspadinha engolida ao contrário (?). Cody me beijou com força, explorou cada canto da minha boca, parecia uma escova de dente Colgate (Créditos pra Thay).
 Desgrudei nossos lábios sentindo falta de ar. Eu e Cody ofegávamos. Nós estávamos morrendo de vontade, mas não podíamos fazer aquilo. Não com o meu braço engessado.
 Olhei pro meu braço engessado e me condenei por tomar um rola no banheiro do Fred. “Porra de Degrau” resmunguei mentalmente. Cody pareceu ler minha mente ao fazer uma careta.
 - Deixa pra próxima. – Falei e Cody suspirou, deitando novamente no meu colo. Coloquei na Warner e ficamos assistindo Supernatural.
Acabamos dormindo.


- EMMAAAA, VAMBORA ANIMAL DE TETA! – Gritei no portão da Emma. Ela havia me feito esperar uma hora na cerca que separava a casa da rua. Era três da tarde de segunda-feira.
- OOOE FILADAPUTA, JÁ DISSE QUE TO INU! – Ela retrucou já fechando a porta.
- Oi amiga. – Falei dando um beijo na bochecha dela. – Preparada? –
- Preparadérrima. – Ela disse colocando os óculos escuros e ajeitando os cachos. – E você? –
- Eu nasci preparada minha filha. – Respondi colocando os óculos também.
- Ué, cadê o carro? – Emma perguntou olhando a vaga vazia. Ri perversa.
- Aqui é zica da Paraíba, nóis vai de Bus... BUSÃO. – Respondi e ela riu alto.

Chegamos à Highway School morrendo de cansaço. A escola era longe de tudo. A escola era construída pra cima e toda grafitada colorida.
 Entramos na escola batendo o All Star. Eu estava com um short jeans escuro, um all star cano médio preto e uma camiseta roxa decotada e com desenhos. Levantei o óculos e deixei em cima da cabeça. Ignoramos os olhares curiosos das pessoas, e principalmente dos garotos e entramos na secretaria.
- Bom dia garotas, o que desejam? – Ouvimos uma voz vinda de trás do balcão. Chegamos mais perto e uma mulher loira, de cabelo preso e sorriso contagiante nos olhou curiosa.
Emma levantou o óculos e se apoiou no balcão.
- Cristian Corázon. – Emma disse e o sorriso da secretária sumiu.
- O que ele fez? Ele está aqui? – A loira disparou em perguntas.
- Não, nada disso. Precisamos saber de tudo sobre ele. – Falei e ela juntou as sobrancelhas. Ficando mais séria.
- Não posso revelar nada sobre os alunos. Expulso ou não, não é da conta de vocês. Agora vão! – Ela apertou o botão de fechar o portão da escola. Emma ia abrir a boca pra implorar algo, mas eu a interrompi.
- Ok, nós iremos. Mas podemos pelo menos dar uma volta pela escola? – Perguntei e ela assentiu, aliviando a expressão.
 Saímos da sala batendo pé. Emma me parou no fim do corredor.
- Como assim, “ok”? – Ela disse indignada e eu ri.
- Em uma escola, só existe uma pessoa que sabe de tudo e não regula informações... – Falei e ela ergueu as duas sobrancelhas.
- Quem? –

 Interrompi a tia da Cantina e me apoiei no balcão de mármore pra ouvi-la.
- Esse capeta? – Ela disse e Emma riu alto. – Esse menino era o porreta da escola. Batia em todo mundo. –
- Nossa, mas por quê? – Emma foi mais rápida. Apertei o gravador.
- Ele é todo envocado, gosta de ver as pessoas sofrerem, mas tudo tem motivo. O dele ninguém sabe. Mas ele estava proibido de entrar em Los Angeles. - A tia disse colocando os pratos no balcão.
- Por quê?- Perguntei e ela se aproximou como Dulce faz quando fala de sexo.
- É filho do Andrea Smith Corázon. – Ela respondeu e Emma deixou o queixo cair levemente.
- SERIO? – Emma arregalava os olhos cada vez mais.
- Quem é “André Smith”? – Perguntei sem informação. Emma agradeceu a moça e nós saímos em direção à rua.
- Desenrola carretel. – Falei e ela respirou fundo.
- Senta, o babado é forte. –

Capotei escada abaixo e fui direto pra cozinha.
- BOM DIA, BOM DIA, BOM DIIIIIIIAAAAA - Cantei pra Dulce que riu.
- Pra que tanta felicidade Nina? – Dulce disse cortando cenoura. Sabe que só agora notei: Onde ela usa essa cenoura toda?
- Hoje eu vou fazer o Cristian, ou Puck, se esse for o nome verdadeiro dele, se arrepender de ter mexido com: BRAZILIAN POWER GIRL! – Eu fiz muque e ela riu.
- Nossa, depois me conta tudo. Seus pais vão vir mais cedo, disseram que tinha que falar sobre algo com você. – Dulce disse e eu murchei.
- Serio? – Perguntei com medo. Da ultima vez que ouvi isso nós nos mudamos pra Los Angeles.
- Muito serio nina, não se atrase. – Dulce apontou pro relógio com a faca. Peguei meu lanche (lê-se: Salada de Frutas) e coloquei na pequena bolsa que eu carregava, já que tudo era guardado no armário da escola. Coloquei no ombro e fui até o calendário.
Risquei mais um dia e não pude evitar o sorriso.
- Acredita Dulce? Penúltimo dia de aula. – Falei quase que sozinha.
- É nina, o ano passou rápido. – Ela disse e eu assenti.
- Amanhã é o último dia de aula, e o começo das férias. – Falei com os olhos brilhando.
– Já consigo me imaginar em Miami, com o Cody, praia, festa, peru, Natal, festa, Ano novo, festa, romance... FESTA! – Dei um pulinho e Dulce sorriu.
- Vai se atrasar Nina, Hasta! – Dulce disse apontando com a faca pra porta.
- HAASTA! – Imitei Dulce e corri pra rua.

Cheguei na escola e já corri até a Emma.
- BUENOS DÍAS NINA! – Gritei e ela sorriu.
- Pronta para a revanche? – Ela pegou o gravador e os papeis do armário. Mordi o lábio e fiz cara de safada.
- Nasci pronta. – Falei. Ela riu e nós corremos pra secretaria.
- Epa, aonde vão meninas? – A secretaria falou e nós nos encaramos.
- Diretoria, é urgente. – Falei fazendo cara de desesperada.
 A secretaria nos encarou por um tempo e apertou o botão do telefone. Algumas palavras trocadas em código com a diretora e ela colocou o telefone no gancho.
- Entre, ela vai atender vocês. – Ela disse e nós assentimos.

Entramos na sala quase tendo um treco.
- O que dese... Filha? – A diretora disse olhando pra Emma.
- É mãe, é serio. – Emma disse e a mãe dela fez sinal pra gente se sentar.
- O que precisam me dizer? – A diretora disse e eu respirei fundo.
- É sobre o P... Cristian, Cristian Corázon. – Falei e ela fez sinal pra gente continuar.
- Ele é filho do Andreas Smith Corázon. – Emma disse e a mãe dela arregalou os olhos.
- O matador da Máfia Mexicana? – A diretora disse e eu a interrompi.
- Espanhola. – Falei e ela fechou a boca ao notar o queixo caído.
- Meu deus, vocês tem provas? – Ela disse e eu sorri.
- MUITAS! – Coloquei os papeis em cima da mesa e ela foi olhando.
Emma bateu um Hi-5 comigo e voltou a olhar pra mãe.
 Cristian Smith Corázon, eu só tenho uma palavra pra te dizer:
Ganhei.
---------        ---------------  ----------------      ---------    ----------

- Lindona! – Dylan me parou no corredor quando o sinal bateu pra ir pra casa. – Não fala mais com os pobres não? –
 Ri dele e o abracei.
- Desculpa, andei meio ocupada. Mas porque você não me leva hoje em casa? – Perguntei e ele negou com a cabeça.
- Melhor não, o Cody vai querer fazer isso. – Dylan disse corado e eu sorri.
- Mas... –
- Mas nada, eu entendo. Alias amanhã eu apareço na sua casa ok? – Ele disse e eu sorri.
- Feito então. – Respondi dando um beijo na bochecha dele. Recuei e dei as costas, mas parei no meio do caminho. Virei e segurei braço dele. – Lindão!-
 Ele riu.
- Pensei que não me chamaria assim! – Ele disse sorrindo e eu ri.
- AHTÁ! – Falei me virando. – Até amanhã. –
- Até. – Ele respondeu e eu continuei andando. Reconheci minha amiga com o Fred.
- OOE! – Gritei e eles me olharam sorrindo.
- Pensei que não falaria mais comigo sua vaca! – Obviamente Alli disse. Ri e cumprimentei os dois.
- Vocês sabem que eu amo vocês. – Falei e o Fred me abraçou de lado.
- Eu vou pra Miami também! – Ele disse e eu sorri. Melhor que isso? Só Lasanha.
- AAAH, VAI SER INCRIVEL! – Berrei e os dois riram.
- Amanhã a gente se fala, vou correndo pra casa. – Falei e os dois assentiram. Despedi-me e fui até o bebedouro.
- GOXTOSO! – Meti a mão na bunda do Cody.
- Opa! – Ele disse se virando. – Vemk dlç! –
 Ri e beijei Cody.
- Posso te levar pra casa? – Ele perguntou e eu ri. “O Cody vai querer fazer isso” imitei o Dylan mentalmente.
- Lógico, mas meus pais tão lá, e querem conversar comigo. – Falei já caminhando de mãos dadas com ele pra fora da escola.
- Ok, senti a indireta. – Cody disse fazendo voz afetada e eu ri.
- Parece ser sério. – Falei e ele fez biquinho.
- Quer sorvete? – Ele disse e eu fiz cara de brava.
- TO FALANDO QUE É SERIO HOMI! – Eu berrei e ele riu.
- Pensei que você ia querer descontrair um pouco! – Ele disse e eu sorri.
- Deixa pra outra hora. – Falei e ele sorriu.
- Às sete? – Ele disse e eu sorri.
- Perfeito. – Retruquei.
 Fomos conversando de mãos dadas até minha casa e depois ele foi pra dele. Abri a porta da minha casa e encontrei meus pais sentados no sofá. Minha mãe desligou a televisão e me encarou.
 Beijei a bochecha dos dois e me sentei na poltrona.
- Filha, temos um assunto sério pra falar com você. – Meu pai disse e eu estremeci.
- É sobre...

Continua*



Autora:

Pípou: EU VOLTEI.
Titia Lilah.
Gostaram? Tem só mais quatro capítulos acreditam?
JÁ!
Já pedi desculpas, mas queria agradecer o apoio também.
SENTI MUITAS SAUDADES DE VOCÊS! MUITA MESMO.
Comentem