quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Minha mafiosa...


Angels, hoje é aniversário de uma pessoa muito especial e eu não podia deixar de fazer um post sobre isso.

 Thaynara Marques, vulgo Thay, vulgo minha vaca mafiosa.

 Era 26 de Abril de 2011 quando nos falamos pela primeira vez, ainda no Orkut do meu fã clube pro Cody. Era meu primeiro dia lá. Eu estava um pouco perdida por ser fã a pouco tempo e até um pouco tímida em falar com Simpsonizers mais antigas, mas uma garota repentinamente falou comigo. Começamos a conversar e isso se tornou rotina nos meus dias do fã clube. Trocamos MSN e a amizade foi crescendo. Crescendo tanto que quando me dei conta, já estava a amando. Rimos de tudo, conversamos sobre tudo, trocávamos segredos e momentos, fossem eles felizes ou nem tanto. Por diversas vezes me vi a um passo de pegar um voo para a cidade dela, só pra abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem. Ficamos madrugadas no MSN, montamos nosso próprio grupo, participamos de alguns barracos do twitter, incentivamos uma a outra e nos apoiamos quando mais precisávamos.

 O tempo foi passando e a comunicação entre nós foi diminuindo. Começamos a nos falar uma ou duas vezes por semana no máximo, mas quando falávamos parecia que o tempo não tinha mudado nada. É como se o tempo não afete nossa amizade. Nesse tempo em que nos conhecemos eu fiz várias amizades, tive pessoas entrando e saindo da minha vida como se meu coração fosse um aeroporto, mas só uma pessoa está comigo desde o começo, apenas ela, a Thay.

 Hoje é o aniversário de 13 anos dessa garota maravilhosa que eu amo tanto. Não me surpreende saber que amanhã fará um ano e sete meses que nos conhecemos. Ela é tudo pra mim e dói saber que não posso jogar catorze ovos na cabeça dela hoje. Eu a amo tanto e quero que todos saibam disso.

 Thay, você sabe que eu te amo, mas nunca vai saber o quanto eu te amo. Não existem unidades de medidas ou palavras no dicionário o suficiente pra que eu possa te explicar meu amor por ti. Você é minha mafiosa, é minha vaquinha, e sempre será. Sei que às vezes pode parecer que eu te esqueço, ou algo do tipo, mas é impossível. Tudo que a gente já conversou, todas as vezes que você me fez rir quando o que eu mais queria era chorar, nossos desabafos e zoações... Impossível simplesmente apagar tudo isso. Eu quero que você saiba que eu desejo tudo de bom pra você, não só hoje, mas sempre. Não só quero, mas sei que todos os seus sonhos vão se realizar um dia. Você sempre fala dos seus futuros fãs, só que tem uma coisa que eu nunca te disse, é que você já tem uma fã e essa fã sou eu. Eu sou fã de como você é forte, como você sorri apesar de tudo, do seu humor e de tudo de bom que você carrega. Você me faz feliz. Se não fosse por você, eu nem estaria escrevendo esse post, pois não teria começado esse blog. Eu te amo tanto e só quero que você seja feliz, pois pessoas como você merecem essa felicidade. Você é perfeita exatamente do jeito que você é. Feliz aniversário mafiosa, eu te amo muito mais do que você imagina .

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Continuação do capitulo 4 e capitulo 5


Continuação do Capitulo 4

 Ajeitei o top roxo de forma que não marcasse tanto meus seios através da camiseta branca que combinava com o short claro, curto e desfiado na barra, que eu estava usando juntamente com o allstar branco de couro ligeiramente sujo na ponta. Firmei o rabo de cavalo e joguei o que restava da franja para trás, tentando enxergar melhor meu reflexo no espelho que ocupava toda a parede a minha frente. Britt estava ao lado esquerdo de Cody e eu ao direito. Estávamos todos mais sérios hoje pelo fato de que esse era, finalmente, o último ensaio pra Paradise Tour. A batida da música começou e nós começamos a coreografia da última música da setlist. Wish U Were Here bombava no rádio, até que o último verso tocou e nós paramos em nas poses combinadas.
 Matt, Brad, Angie e Alli bateram palmas, assim como nós três que estávamos dançando minutos antes.
- ARREBENTARAM! – Alli disse correndo pra me dar um abraço, depois em Britt e no irmão.
- Eu mal vejo a hora de começar. – Cody disse abraçando a irmã de lado.
- Falta pouco, filho. Só mais quatro dias. – Brad disse dando alguns passos à frente.
- Seus pais vão vir pra turnê querida? – Angie me abraçou de lado e eu sorri.
- Só pra alguns shows. – Respondi e ela fez uma expressão compreensiva.
- O ônibus da turnê está de portas abertas pra eles. – Matt disse não só pra mim, mas para Britt também.
- Falando nisso… - Brad virou para falar com Matt e eu dei um jeito de escapar discretamente dali.
 Saí do estúdio de dança e andei pelo longo corredor branco, até chegar à outra porta. Entrei no vestiário e me apoiei no balcão.
 O vestiário era feito com paredes brancas e armários vermelhos que ficavam em fileiras, formando corredores. No final dele havia alguns chuveiros e balcões, onde nós normamente colocávamos nossas mochilas ou sacolas com trocas de roupas.
 Puxei minha mochila rosa claro pra mais perto e abri o bolso menor. Retirei o celular de lá e chequei o horário. Duas horas da tarde. Isso explicava o porquê de eu estar com tanta fome.
- Hey… - Ouvi Cody falar logo atrás de mim.
- Oi Coalinha. – Sorri pra ele, que retribuiu erguendo os cantos da boca.
- Tem programas pra hoje? – Ele perguntou se apoiando no balcão e eu fiz que não com a cabeça. – Que tal uma festa do pijama em dupla hoje? –
- Como nos velhos tempos é? – Perguntei desenterrando algumas memórias e ele sorriu mostrando os dentes pequenos.
- É, tipo isso mesmo. Mas a gente também podia ir jantar no Breadstix, pra mudar as coisas. – Ele disse arrumando o cabelo e umedecendo os lábios.
- Lógico, só me deixa passar na minha casa primeiro, pra pegar umas roupinhas. – Falei e ele chacoalhou os ombros como um “óbvio que sim”.
 Conversamos sobre como o Breadstix é o melhor restaurante da cidade até chegarmos ao lado de fora do estúdio, onde encontramos Brad, Angie e Alli entrando no carro.
- Carona? – Brad disse e eu sorri grata.
- Você é o cara mais legal da face da terra. – Falei entrando no carro e ele riu.
 Chegamos ao nosso bairro e eu corri pra dentro da minha casa.
- MENINA! – Cher gritou e eu dei um pulo.
- BEBEZA! – Ela sorriu com o apelido bobo que dei pra ela. – Tava me esperando desde quando? –
- Quem disse que ela estava te esperando? – Damian bateu a porta e eu virei.
- Damian! – Cher disse erguendo o copo de água. – Finalmente, to aqui desde as onze e meia. Tava quase virando múmia. –
- Poupe-me do seu drama Cher. – Damian me deu um beijo na bochecha e sentou ao lado de Cher no sofá.
- Peraí… - Ergui o dedo e eles voltaram a atenção pra mim. – Desde quando essa casa virou ponto de encontro? –
- Desde que sua mãe disse que nós somos parte da família. – Cher cruzou as pernas e Damian riu.
- Vocês vão dormir aqui hoje? – Perguntei jogando a mochila no sofá.
- Você não vai? – Damian perguntou confuso e eu ri.
- Na verdade, vou pra casa do Cody. – Falei e Cher arqueou as sobrancelhas.
- Já fizeram as pazes? – Ela disse e Damian riu.
- Ai, ai, viu… - Damian disse como se tivesse avisado.
- Ele veio aqui ontem com a solução pros nossos problemas. – Falei sentando ao lado deles no sofá.
- Ele finalmente admitiu que te ama e você fez o mesmo, aí vocês se beijaram? – Damian perguntou sem tirar os olhos da televisão e Cher gargalhou.
- Primeiro: Isso não aconteceria, porque nós somos apenas amigos. – Falei olhando pro Damian. – Segundo: Isso não resolveria nada. –
- Mas seria bem legal, não seria Cher? – Ele perguntou e Cher assentiu, ainda rindo.
 Senti meu celular vibrar e tirei-o do bolso.
Cadê você?”
- O que o Cody quer? – Cher perguntou e eu olhei confusa pra ela. – O que? Se nós dois estamos aqui, então só pode ser o Cody te mandando mensagem. –
 Ri e respondi a mensagem com um “Estou a caminho Coalinha”. Peguei minha mochila e subi para o meu quarto pra colocar um pijama e uma toalha nela enquanto convencia Cher e Damian de que ficar na minha casa sem mim seria sem graça.
- Ok, nós vamos pra minha casa. – Damian disse e Cher concordou.
- Nos vemos antes de você ir pra turnê né? – Cher perguntou e eu assenti como se fosse óbvio.
 Fechei a porta e a tranquei. Nos despedimos e assisti eles se afastarem por um tempo, até que atravessei a rua e toquei a campainha da casa dos Simpsons.
- AMIIIIIIIGA! – Alli arreganhou a porta e me puxou pra dentro. Acenei pra Angie e Brad que estavam cozinhando juntos na cozinha e virei pra Alli novamente.
- Cadê o Coala? – Perguntei procurando por ele na sala.
- Tá no quarto dele, sobe lá. – Ela disse se jogando no sofá e trocando de canal.
 Subi as escadas e bati na porta do quarto de Cody.
- ENTRA. – Cody berrou e eu arreganhei a porta.
- SHALOW. – Falei e ele me olhou como se eu fosse louca. Cody estava sentado no pufe branco digitando algo no notebook. – O que você tá fazendo? –
- Stalkeando minhas Angels. – Ele sorriu como se estivesse fazendo algo fora da lei.
- Que vida loka você. – Falei rindo enquanto jogava minha mochila na cama e sentava desconfortavelmente ao lado dele no pufe. – Elas surtariam se soubessem disso… -
- São uns amores. – Ele disse todo orgulhoso. Cody estava com uma regata branca e uma bermuda branca com listras azul escuro.
- Realmente. – Concordei e ele riu.
- Mas então, necessito da sua ajuda. – Ele disse fechando o notebook e dando um pulo pra ficar em pé.
- Diga. – Me ajeitei no centro do pufe já quente pela antiga presença da bunda de Cody.
- O Buddy tá precisando de um banho e eu me comprometi a lavar. – Cody sentou na cama de frente pra mim.
- E você precisa de ajuda pra lavar um cachorrinho tão pequeno Cody Simpson? Cadê o Jeff pra ver isso… - Falei como se estivesse decepcionada e depois ri com ele.
- Ele é pequeno e ágil. Eu sou alto e desastrado. – Cody disse e eu ri.
- Vai ser moleza… -
#
- SEEEEEGURA ELE CODY, SEGURA ELE! – Berrei correndo pro outro lado do gramado que ficava ao lado da piscina. Fazia meia hora que estávamos tentando capturar Buddy para tomar banho, mas ele só complicava a situação.
- AGORA EU VOU PEGAR! – Cody entrou na frente do cãozinho, mas, mais uma vez, falhou na missão. Buddy se esquivou, correu para o lado de uma árvore um pouco longe de nós e ficou parado ali enquanto Cody, ofegante, descansava se apoiando nos joelhos. 
- Droga, ele era tão quietinho. – Soltei a coleira dele no chão e me sentei na grama.
- É, mas quando se trata de banho, alguma coisa toma conta do corpo dele. – Cody ficou com o corpo ereto e respirou fundo. – Vamos tentar denovo. –
- Ok. – Falei ficando de joelhos. – Buddy, Buddyzinho… vem cá vem, vem cá. - Repeti dezenas de vezes com voz fina, atraindo a atenção do cachorrinho. Cody foi lentamente se aproximando dele por trás, até que com um movimento ágil, pegou o cão.
- AH RÁ, QUEM É QUE PEGOU O BUDDY? HÃM? HÃM? QUEM? – Cody ficou roçando o rosto no focinho do cachorro. Aproximei-me pra colocar a coleira e Buddy começou a se debater, prevendo o que aconteceria.
- Nunca pensei que um cachorro desse tamanho daria tanto trabalho. Ele corre mais que uma galinha. – Falei caminhando em direção a arvore que amarraríamos o Buddy.
- Eu avisei. – Cody respondeu e amarrou Buddy na árvore.
 Enchemos alguns baldes com água e sabão e ligamos a mangueira em um lugar aonde chegaria o mais perto possível, para podermos colocar mais água depois.
- Sabe… - Me ajoelhei e puxei um balde pra perto. – Ver o Buddy correndo tanto me lembrou duma coisa. –
- Do que? – Cody se ajoelhou ao meu lado e puxou o balde mais próximo dele.
- Se lembra de quando a gente ficou brincando na rua por umas quatro ou cinco horas e sua mãe ficou brava porque você não queria ir tomar banho? – Eu perguntei segurando o riso e ele soltou uma risada alta. Cody se levantou e puxou a mangueira pra mais perto, pra encher mais o balde com água.
-Eu fiquei correndo dela pela casa durante quase uma hora – Ele pressionou o botão que fez com que a água saísse e depois fez uma pausa. - Eu odiava tomar banho naquela época. –
 Eu gargalhei enquanto já ensaboava o Buddy.
- Isso explica porque você ainda não toma banho direito né… - Falei zombando dele e ele fez cara de ofendido. Voltei a esfregar o Buddy que de vez em quando fazia um barulhinho pra reclamar da situação.
- Olha só, eu tomo banho direitinho ok? – Ele falou em tom de voz alto por causa do barulho da água.
- Ah, mas como você só toma de sábado, então tem que tomar direitinho mesmo… - Eu zombei novamente, sem olhar pra ele. Cody ficou quieto por alguns segundos, o que achei estranho e quando o olhei, ele apontou a mangueira pra mim e apertou o esguicho fazendo com que um jato de água acertasse minha camiseta.
 Ele gargalhou e eu fiquei em estátua pensando em uma vingança.
- É assim é? – Perguntei e ele, ainda rindo, assentiu.
 Peguei o balde com sabão mais próximo (o que eu estava usando pra ensaboar Buddy segundos antes) e joguei inteiro no Cody, que parou de rir e fez uma expressão de “você me paga”. Ele pegou um balde e eu saí correndo pelo quintal. Cody começou a me perseguir e nós ríamos sem parar. Continuei correndo e desviando da borda da piscina e baldes, até que vi algo no chão que me chamou atenção e parei.
- Oh, oh… - Cody percebeu que estava encrencado quando me viu segurando a mangueira apontada pra ele. – Calminha aí Pandinha, muita calma nessa hora, abaixa a mangueira e… - Não deixei ele terminar a frase, apertei o esguicho e molhei ele todo com o jato de água. Gargalhei extremamente alto quando ele se contorceu pela temperatura baixa da água. Fiz questão de mexer na mangueira, me certificando de que ele ficasse completamente encharcado.
 Cody, mesmo recebendo constantes jatos de água, começou a vir em minha direção, apenas desviando o rosto. Ele segurou a mangueira e trocou de posição, fazendo com que quem se molhasse agora fosse eu. Tentei correr, mas a água estava tão gelada que eu não consiga me mover direito. Ele ficou jogando água em mim por completo, com um sorriso sapeca no rosto, até que eu peguei um balde com sabão e joguei nele. Ele largou a mangueira e nós começamos a brincar com os baldes de água e sabão.
 Ficamos por ali brincando com a água por quase uma hora, até que o cansaço nos atingiu e nós nos sentamos na grama.
- Essa foi boa… - Cody ainda ria das nossas caretas.
- Foi mesmo, só esquecemos uma coisa. - Falei olhando pra trás dele e Cody fez o mesmo.
 Buddy estava sentado, nos olhando como se não entendesse o que se passava.
 Cody gargalhou e eu também.
- Acho melhor a gente terminar de enxaguar ele e depois ir tomar um banho. – Eu falei e ele assentiu.
 Cody ficou em pé e estendeu a mão pra me ajudar a levantar. Aceitei a ajuda e depois me ajoelhei em frente Buddy.
- Pega um balde e enche. – Falei sem tirar os olhos do cãozinho. Cody pegou um balde e começou a encher.
 Virei para olhar pra ele e percebi que suas roupas estavam coladas, principalmente a parte de cima. A camiseta branca estava praticamente transparente, deixando à mostra o abdômen definido e contraído de Cody. Os braços reluzentes pela água tinham algumas veias saltando, por causa da força pra apertar o botão da mangueira. A expressão relaxada no rosto e os olhos verdes pareciam brilhar. Cody me fitou sério, mas sua expressão foi mudando. Os cantos da boca rosa se ergueram lentamente, até abrir um sorriso mostrando seus dentes brancos e pequenos por completo.
 Percebi que já estava o olhando por muito tempo e desviei o rosto novamente para Buddy. Respirei fundo algumas vezes pra ajustar a temperatura do corpo, se é que me entende.
 Cody se ajoelhou ao meu lado e entregou um balde. Comecei a enxaguar o cãozinho com Cody, até que percebi que algo estava o incomodando.
- O que foi Coalinha? – Perguntei e ele torceu o nariz.
- Essa camiseta tá me sufocando, peraí… - Ele se levantou ao meu lado, segurou a ponta da camiseta com as duas mãos e lentamente a puxou pra cima, deixando todo seu abdômen à mostra. – Pronto. –
 Ele jogou a regata branca na grama e voltou a enxaguar Buddy comigo. Tentei ao máximo evitar olhar os músculos dos braços dele se movendo ao meu lado, mas quando terminamos, dei aleluia por ter conseguido me segurar diante de tal perfeição.
 Droga, o que estava acontecendo comigo? Atração física pelo meu melhor amigo? Sério? Por favor, eu estou delirando.
- Aw, olha que lindinho. – Cody disse com voz afetada. Espantei os pensamentos impuros sobre o corpo dele e desviei o olhar pro Buddy, que estava choramingando pela água gelada.
- Acho que já terminamos. – Falei soltando o balde e apertando os pelos de Buddy, tirando o excesso de água. Enrolamos o cãozinho em uma toalha seca e recolhemos a bagunça.
- NOSSA – Alli deu um pulo do sofá quando entramos na sala carregando o cachorrinho enrolado numa toalha. – FINALMENTE! –
- MAS O QUE É ISSO? – Angie largou o notebook ao nos analisar. – Achei que vocês fossem dar banho no cachorro, não em vocês mesmos! –
- Imprevistos. – Cody disse me olhando torto e eu ri alto.
- Parem de molhar o chão. Subam e tomem banho. – Angie apontou pra escada.
 Cody entregou Buddy à Alli e nós subimos correndo.
- Quem toma banho primeiro? – Perguntei me jogando sentada na cama dele.
- As damas vão primeiro. – Ele sentou no pufe e puxou o notebook.
- Ok, bom stalkeamento. – Falei pegando uma toalha na minha mochila e indo pro banheiro do quarto.
 Fechei a porta atrás de mim e coloquei a toalha na pia. O banheiro de Cody era todo decorado em preto e branco, como ele gosta. O piso preto e os azulejos brancos com uma faixa preta no meio, rodeando todo o banheiro. Os armários brancos e a privada preta, assim como os potinhos de colocar sabonete e escova de dente. O Box de Cody era feito de um vidro negro completamente opaco, não dando visão de quem está fora do Box ou dentro.
Saí do banheiro enrolada na toalha e com o cabelo cheio de grampos e bobis, parecendo a Dona Florinda. Cody analisou meu cabelo e deu umas risadinhas.
- Você pare de rir. Gosto do meu cabelo meio cacheado e meio liso, você sabe disso. – Falei sentando na cama e ele deu ombros. Retirei um roupão da minha mochila e coloquei-o sem deixar nada aparecer. Fiquei de costas para o Cody e comecei a me vestir.
 O roupão estava um pouco curto, à quase dois palmos acima dos joelhos. Peguei uma calcinha colorida da mochila e mantendo o equilíbrio, coloquei-a. Senti algo estranho e olhei pra Cody. Ele estava olhando minhas pernas, mas quando percebeu meu olhar, voltou-o para o notebook.
 Peguei o sutiã e abri o roupão sem deixá-lo cair. Enganchei o sutiã de cabeça pra baixo e depois o virei, ajeitando-o nos meus seios. Coloquei um short curto do pijama, amarelo com estampa de estrelinhas azuis pequenas, e peguei uma camiseta rosa que tinha três desenhos do Piu-Piu fazendo caretas diferentes na altura do peito. Deixei o roupão cair, me mantive de costas e coloquei a camiseta o mais rápido possível.
- Você devia se considerar ninja. – Cody disse sem tirar os olhos do notebook e eu ri.
- Você ainda não me viu correndo pelada pela casa pra pegar uma toalha. – Falei enfiando as roupas sujas dentro da mochila.
- Uma pena… - Cody falou e eu taquei a primeira almofada que vi no rosto dele, o fazendo gargalhar. – BRINCADEIRINHA PANDINHA, RESPIRA FUNDO. –
 Eu gargalhei e sentei com perninhas de índio na cama dele.
- Sua vez. – Apontei com o pente para o banheiro e ele assentiu fechando o notebook, pegando uma cueca e uma toalha e depois entrando no banheiro.
 Ajustei todos os bobis e grampos do cabelo cantarolando alguma música de Cody. Minutos depois a campainha tocou e alguém foi abrir a porta. Ouvi um murmurinho no andar debaixo e depois alguém batendo os pés na escada. Segundos depois, Matt entrou no quarto de Cody com um sorriso.
- Oi Matt coisa linda. – Falei levantando e dando um beijo na bochecha dele.
- Um dia minha mulher te bate. – Ele disse e nós rimos. – Cadê o Cody? –
- Banho. – Apontei pra porta do banheiro e ele deu ombros se sentando ao meu lado. – Seu cabelo é lindo naturalmente liso, não precisa de cachos. –
- Aw Matt, que fofo. – Falei sorrindo. – Mas eu gosto mais dele quando tá um pouco enrolado. –
A porta do banheiro foi aberta e de lá saiu um Cody só de cueca vermelha.
- Matt? – Cody fez uma expressão confusa e depois aliviou o rosto com um sorriso. – Tudo bom? –
- Tudo sim carinha. – Matt disse fazendo um toque planejado com Cody. – Tenho noticias. –
- Diga. – Sorri me ajeitando.
- Bom, vai rolar o iTunes Night, que é a noite que os artistas mais destacados do iTunes desfilam em um tapete vermelho e participam de uma festa nessa quinta-feira e você foi convidado. – Matt disse fazendo um sorriso lindo brotar no rosto de Cody, que já tinha colocado uma calça de moletom e sentado no pufe. – Lá vai ter vários fotógrafos e enfim, vai ser bem badalado. Acho que é o maior evento que você vai até hoje. –
- Ai que leeeeegal! – Falei dando pulinhos e sorrindo pra Cody que fez o mesmo só com um sorriso no rosto.
- Você tem direito de levar uma acompanhante e eu acho que talvez essa seja sua oportunidade pra anunciar pro mundo que você tá “namorando”. – Matt disse fazendo aspas com os dedos e eu arregalei os olhos.
- Oi? – Perguntei tentando compreender as frases anteriores.
- Ele tá certo panda. É melhor já fazer isso de uma vez. – Cody disse em um tom carinhoso e eu suspirei assentindo.
- Então fechou. – Matt deu um pulo da cama e fez um toque com Cody. – Vejo vocês quinta-feira e no domingo de manhã pra nós irmos pra turnê. –
- Até Matt coisa linda. – Dei um beijo na bochecha dele.
- Até Pandinha coisa linda do Matt. – Ele disse e eu abri um sorriso de orelha a orelha.
- AAAAAAAAAAAAAW – O puxei de volta e o abracei pela cintura. Ele riu e acenou enquanto saía do quarto.
- “Pandinha coisa linda do Matt” – Cody disse com voz resmungona e depois fez careta.
- Ele é um amor. – Falei mostrando a língua pra ele.
- Mas você é a Pandinha coisa linda do Coala, não do Matt. – Cody disse sentando ao meu lado e eu ri.
 Cody apenas com a calça de moletom vermelha deixando aparecer o abdômen e os traços do final da barriga. O cabelo molhado penteado pra trás pingava e molhava as costas largas. Enquanto eu estava de pijama do Piu-Piu e bobis na cabeça. 
 Ri com o pensamento e olhei as horas no meu celular que marcava cinco da tarde. Suspirei derrotada pelo sono e joguei meu corpo pra trás na cama de casal de Cody. Ele riu da minha atitude e deitou de barriga pra baixo segurando a cabeça com a mão e o apoio dos braços ao meu lado. Fixei o olhar no teto e respirei fundo tentando espantar a vontade de ficar na cama pelos próximos quatro dias. Cody soltou o apoio e deixou a cabeça encostar à cama. Olhei para o lado e percebi que ele estava me observando com os olhos verdes cansados por causa da guerra de água e a pele levemente bronzeada. Sorri.

Ponto de vista de Cody Simpson - On

 Eu queria que ela se visse como eu a vejo. O olhar cansado, os bobis no cabelo e a carinha de sono não espantam a beleza desta garota. Ultimamente eu estava achando ela tão atraente… não que ela não fosse atraente antes, mas agora ela parecia estar ainda mais.
 Continuei observando os traços de seu rosto pensativo e preocupado com o futuro até que ela me olhou. O sorriso mais lindo do mundo iluminou seu rosto cansado ao me ver. Ergui os cantos da boca como um sorriso, mas meu rosto estava tão cansado que quando o fiz parecia que eu estava chapado. Ela gargalhou me fazendo rir junto.
- Sem mais guerras de água. – Falei praticamente dormindo e ela assentiu secando algumas lágrimas da gargalhada. Ela sempre fora assim: duas risadinhas e já escorriam lágrimas dos olhos. Tão meiga.
- Aaaaah – Ela se espreguiçou e depois soltou o ar. – Que sono. -
- Nem me diga. – Falei esfregando o rosto no edredom preto da cama. Ela se sentou direito e me olhou sapeca.
- Me ajuda aqui? – Ela disse rindo de si mesma enquanto tentava tirar um grampo do cabelo. Ri junto e me sentei atrás dela.
- Já falei que você é linda sem esses cachos. – Eu disse enquanto tirava os grampos. Ela juntou as sobrancelhas e torceu a coluna pra me olhar.
- Você não gosta do meu cabelo com cachos? – Ela perguntou com um olhar que pedia pra eu ser sincero.
- Não muito. Eu acho que ele liso é tão bonito, tão mais… - Acariciei as mechas soltas dos bobis – natural. –
 Ela mordeu o lábio inferior e suspirou. Parecia decepcionada.
- Você nunca tinha me dito isso. – Ela disse tirando um dos bobis da franja.
- Bom, você nunca tinha me perguntado. – Falei rindo da minha atitude de quarta série e depois parei pra pensar melhor no que falar. – Além do mais, eu te acho linda de qualquer jeito. –
 Eu vi as maçãs do rosto dela subirem por causa dos cantos da boca erguidos e depois ela foi abrindo o sorriso pra mostrar os dentes brancos.
- Obrigada. – Ela disse entre dentes e eu sorri enquanto retirava os últimos bobis.
- Prontinho. – Peguei todo o cabelo dela e joguei para trás dos ombros. Ela sorriu agradecida e levantou pra guardar os bobis na gaveta do meu banheiro.
 Empurrei o edredom pra baixo e me enfiei debaixo dele. Ajeitei a cabeça no travesseiro alto e respirei fundo. A Panda voltou batendo os pés descalços no chão alguns minutos depois. Ela me viu deitado e sorriu sapeca. Ela pegou impulso e dois segundos depois senti o peso de seu corpo caindo sobre o meu. Nós gargalhamos juntos.
- Um dia você me mata com isso. – Falei ainda rindo e ela deu ombros se ajeitando ao meu lado.
- Duvido muito. – Ela sorriu entrando debaixo do edredom e me abraçando. Ficamos em silencio por alguns minutos até que percebi que ela estava com aquele olhar preocupado novamente.
- O que foi? – Perguntei a fazendo acordar dos pensamentos. – Você parece preocupada. –
 Ela suspirou e deitou a cabeça no meu peitoral.
- Sobre essa coisa de fingir ser sua namorada. – Ela disse passando as unhas na minha pele. – Tenho medo de que alguma coisa mude entre nós. –
- Ah… - Fixei o olhar no teto branco do quarto. – Mudar pode ser uma coisa boa. –
- Mas já tá bom do jeito que tá. – Ela disse erguendo um pouco o rosto pra falar melhor. – Não precisa mudar. –
- E se mudar pra melhor? – Perguntei desviando o olhar pro dela. Ela encarava o horizonte, pensativa, como se não estivesse convencida com meus argumentos. – Eu prometo que nada vai mudar pra pior, ok? O importante é que você fique na América até o seu visto sair e depois nós voltamos a ser apenas amigos. –
- Eu confio em você. – Ela ergueu o rosto pra me olhar fazendo com que minha mão que estava nos cabelos dela escorregasse para a sua bochecha. Nossos narizes se encostaram e eu podia sentir sua respiração quente se misturando com a minha. Os olhos castanhos mel buscavam algo nos meus olhos. Eu senti algo diferente, algo que eu nunca tinha sentido antes.
 Eu senti vontade de beijá-la.
Acariciei o rosto dela com o polegar e suspirei desviando o rosto. Ela também suspirou e encostou a cabeça novamente no meu peitoral.
 Eu não podia sentir aquilo, quer dizer, não por ela. Ela é minha melhor amiga desde sempre e jamais iria querer algo mais do que isso comigo. Prometi a mim mesmo de que guardaria essa vontade e não a usaria, a menos que um dia a Panda me desse uma chance pra isso.

Ponto de vista de Cody Simpson - Off

Derrotada pelo e confusa pelo que acabara de acontecer, deixei minha mente esvaziar e dormi.


Abri os olhos e esperei a visão voltar ao normal. Esfreguei a testa com a mão e bocejei. Cody ainda estava em sono profundo, dormindo como um anjo. Sentei na cama e alonguei o pescoço. Caminhei para o banheiro, escovei os dentes, fiz toda a higiene necessária e descia as escadas em busca de algo pra comer. Na noite anterior nós não tínhamos comido nada, tamanho o sono que estávamos. E ficar sem comer não é algo que eu costume fazer.
 Passei pela sala vazia e encontrei Alli tomando café da manhã na cozinha.
- Bom dia! – Sorri e ela retribuiu com um joinha enquanto mastigava a maçã.
- Bom dia. – Ela disse quando engoliu. – Dormiu bem? –
- Dormi sim. To acostumada já. – Falei e ela riu concordando com o fato de que eu dormia ali mais do que dormia na minha própria casa.
- Pega alguma coisa pra comer aí. – Ela apontou pro armário e eu assenti. Levantei e peguei um cereal. Acrescentei o iogurte na tigela com cereal e sentei de frente pra Alli.
 Ficamos alguns minutos em silêncio, só mastigando nossos cafés da manhã.
- Alli… - quebrei o silêncio. – o que você usa nas festas que vai com seu irmão? –
 Ela juntou as sobrancelhas provavelmente se perguntando o porquê de eu estar questionando algo desse tipo.
- Vestidos, algo confortável, salto… mas por quê? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Eu vou na iTunes Night com Cody pra gente anunciar o “namoro” – Larguei a colher pra fazer aspas com os dedos. Ela abriu um sorriso animado que virou um sorriso sapeca segundos depois.
- Acho que isso exige um chamado. – Alli, sem parar de sorrir, pegou o iPhone ao lado da maçã e digitou alguma coisa.
- O que? – Perguntei confusa e ela se levantou, jogou as sementes da maçã no lixo e fez sinal pra eu me levantar também.
- Sobe, coloca uma roupa e me encontra aqui daqui meia hora. – Ela disse apontando pro relógio do celular. – Nós vamos ter um dia só pras garotas. –

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 Alli estava terminando de passar o delineador quando Cher buzinou na frente da casa. Arrumei os cabelos pela última vez me checando no espelho do quarto de Alli e peguei minha bolsa. Eu estava com um short, para conseguir provar as roupas mais facilmente, uma camiseta branca e larga caída no ombro, um salto alto preto e um Ray Ban. Passei um batom vermelho e limpei um borradinho do delineador. Conferi novamente e sorri pro reflexo.
- Vamos gatinha? – Alli perguntou e eu ri. Alli estava linda com uma calça preta justa, uma camiseta rosa claro amarrada na cintura, deixando aparecer um pedacinho da barriga, e um salto também preto.
- Vamos. – Saímos do quarto e descemos as escadas.
 Cody estava na sala e quando nos viu arregalou os olhos e sorriu. Pro meu desgosto, Ryan estava com Billy e Cody sentado no sofá. Billy estava passando uma semana na casa de Cody porque seus pais haviam viajado e Ryan é amigo da família.
- Lindas pernas. – Ryan disse olhando pra mim e eu fiz careta deixando claro que não suportei o comentário.
- Vocês estão lindas. – Billy disse olhando pra Alli.
- Aonde vão tão lindas assim? – Cody perguntou se levantando. Ele ainda estava de moletom vermelho, mas agora tinha uma regata branca tampando o abdômen.
- Primeiramente: Nós somos lindas o tempo todo, então não houve muita preparação ok? – Ela disse, eu concordei e os meninos riram alto.
- E nós vamos sair pra um Dia das Garotas no shopping. – Falei jogando os cabelos cacheados nas pontas pra trás.
- Algum de vocês quer ir? – Alli perguntou pretensiosa e eu ri alto.
- Ih Codes, sua irmã tá chamando a gente de viado. – Ryan disse e Cody riu.
- Acho que elas descobriram sobre seu caso com o Billy. – Cody disse pro Ryan e nós gargalhamos.
 Ouvimos a buzina da Cher e demos um pulo.
- Então a gente vai indo. – Falei dando um beijo na bochecha de Cody, Ryan e Billy. Alli fez o mesmo e nós saímos da casa e demos de cara com o conversível vermelho de Cher.
- WASSUUUP BITCHS – Cher gritou e nós gritamos empolgadas em resposta. Madison e Cher estavam na frente e nós pulamos o carro pra poder sentar atrás.
- Preparadas pra um dia de compras? – Madison perguntou e Alli soltou um “YEWWWW” como reposta.
 Cher ligou o rádio e acelerou. The Wanted começou a tocar e nós ficamos divididas entre arrumar os cabelos bagunçados pelo vento e cantar Chasing The Sun.
 Chegamos ao shopping e saímos do carro, tontas pelo vento forte no rosto.
- Cher, você realmente precisa subir a calota desse carro da próxima vez. – Madison disse tentando abaixar o volume do cabelo cacheado.
- Ou me avisa que eu nem faço o esforço de pentear em casa. – Alli disse e eu gargalhei enquanto passava os dedos entre as mechas.
- Ah genteeen, cadê o espírito de aventura de vocês? – Cher perguntou gesticulando.
- Deve ter ido embora junto com meu creme pra cabelo. – Falei e elas riram alto.
- Vamos logo pra uma loja. – Madison disse ajeitando a camiseta estampada.
 Fomos conversando pelo shopping e rindo de alguns meninos que nos olhavam. Entramos em uma loja que parecia ter roupas bonitas.
- MEU DEUS, olha que vestido lindo. – Cher passou por duas sessões diferentes até chegar a um vestido colorido caído no ombro.
- Sou mais esse aqui. – Madison apontou pro preto tomara que caia.
- Vai por mim, esse é mil vezes mais apropriado. – Alli puxou um bege bem marcado na cintura.
- Senhoritas… - Um garoto, de cabelo preto em topete; olhos azuis bem marcantes; e uma boca rosinha, se aproximou.
- Você trabalha aqui? – Alli perguntou estranhando um garoto tão bonito trabalhando em uma loja.
- Não Alli, ele veio aqui pra comprar o uniforme da loja e sair usando pelo shopping. – Cher se intrometeu e Madison gargalhou.
 O garoto sorriu pra mim e eu sorri de volta.
- Hmmm… - Cher gemeu pretensiosa sobre meu flerte com o garoto. – Vamos dar uma volta e pegar vários vestidos pra você experimentar. –
- Vamos? – Madison perguntou e Cher fuzilou ela com os olhos, olhou pro garoto e pra mim e depois fez sinal pra duas irem andando. – Ah, claro que vamos. –
- Aproveite. – Cher saiu rebolando e puxando Madi.
- Ele é fofo. – Alli sussurrou em meu ouvido antes de sair correndo atrás das duas.
 Assistimos elas se distanciarem e voltei meu olhar pra ele.
- Então… - Ele começou. – qual é o seu nome e de onde você é? –
- (Seu Nome) – Dei meu melhor sorriso. – Sou do Brasil e da Austrália. –
- Como assim? – Ele juntou as sobrancelhas e eu ri.
- Longa história. – Pressionei os lábios. – E você? –
- Sou Travis, daqui de Los Angeles mesmo. – Ele deu um sorriso charmoso. – Mas me diz, o que você tá procurando? –
- Um vestido pra um… grande evento. – Falei jogando o cabelo pro lado.
- Que tipo de evento? – Ele perguntou já olhando em volta pra achar alguns vestidos.
- Itunes Night. – Eu disse torcendo o nariz e ele arregalou os olhos. – Sou amiga do Cody Simpson. –
 Ele levou alguns segundos pra absorver a frase e riu.
- Isso é o que eu chamo de ocasião especial. – Ele riu sozinho e quando eu ia responder, três loucas apareceram com uns quinze vestidos em mãos.
- O que diabos é isso? – Perguntei temendo a resposta.
- São os vestidos que você vai experimentar. – Alli disse como se fosse óbvio e eu ri com ironia.
- Você só pode estar brincando. – Falei sem acreditar que teria que vestir e despir tudo aquilo.
- Não, e vai logo. – Alli jogou os vestidos que estavam em suas mãos em mim, seguida de Madison e Cher que fizeram o mesmo.
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- QUE DIABO É ISSO? – Madison gritou e eu bufei de cansaço.
- Próximo, por favor. – Alli fez sinal pra eu ir colocar outro modelo. Fechei a cortina e suspirei diante do espelho.
 Arranquei o vestido extremamente decotado e joguei no canto do provador. Eu já havia experimentado oito vestidos diferentes e nada estava bom o suficiente pras loucas.
 Peguei o último vestido e me enfiei de alguma forma ninja dentro dele. Ajeitei os cabelos novamente e abri a cortina.
 Alli e Cher conversavam empolgadas quando pararam o que estava falando pra me olhar. O queixo de Alli caiu levemente e Cher formou um sorriso sapeca no rosto, assim como Madison.
- Esse. – Alli disse se levantando pra conferir de perto. – Sem dúvidas, esse. –
- Certeza? Não é muito exagerado? – Fiquei de costas pra ela e me olhei no espelho novamente.
- É lindo, ficou perfeito em você. – Madison disse se levantando também e puxando Cher junto.
- Vai abalar aquele tapete vermelho. – Cher disse ajeitando uma mecha do meu cabelo. Ainda sem saber se levava ou não, avistei Travis em pé ao lado do sofá de espera, apenas observando a cena.
- Travis… - Virei e caminhei batendo o salto até ele. – O que acha? –
 Ele sorriu com minha atitude e colocou a mão no queixo, como se estivesse pensativo.
- Deixa eu ver… – Ele segurou minha mão e me girou. Travis continuou fazendo feição de pensativo, me olhou de cima abaixo e sorriu ao ver minha expressão de expectativa – Você tá maravilhosa -
 As meninas soltaram uma risada atrás de nós e eu sorri aliviada e agradecida.
- Então é esse que vou levar. – Falei afetadamente sorrindo como se a opinião dele tivesse mudado completamente minha compra e ele sorriu. Voltei pro provador e coloquei minha roupa inicial (short, camiseta solta branca, salto preto e óculos).
 Quando saí entreguei o vestido que iria comprar pro Travis e esperei ele se distanciar pra efetuar a compra. Voltei pra perto das meninas e encontrei elas dando risadinhas abafadas.
- O que foi? – Perguntei querendo rir também.
- “Então é esse que vou levar” – Elas disseram em uníssono zombando da minha tentativa de flerte.
- Parem. – Falei rindo junto com elas.
- Aqui. – Ouvimos Travis e demos um pulo. Peguei minha carteira e paguei com meu cartão de crédito.
 Saímos da loja rindo dos meus flertes que resultaram em um número a mais nos contatos do celular de Travis. Demos algumas voltas no shopping e depois entramos no conversível de Cher.
- Próxima parada: SPA. – Alli disse apontando pra frente como se estivesse montada em um camelo.
- AAAAH, eu a-do-ro SPA! – Madison disse surtando com a voz aguda que ela sempre teve.
- Eu nunca fui. – Falei atraindo o olhar das três.
- Oi? – Madison disse como se não estivesse acreditando.
- Eu nunca fui… - Eu repeti ajeitando a sacola no canto do conversível.
- Meu deus, acelera aí Cher, temos uma Urgência SPA aqui. – Alli disse batendo no ombro da amiga.
 Fomos cantando Madonna e todas as músicas que passavam na rádio até chegar ao tal SPA. O lugar era enorme, a fachada bege com tons de amarelo mais escuro e marrom tinha uma placa escrita em letras uniformes: “SPA Beleza Natural”.
 Madison deu gritinhos empolgados e Cher estacionou na primeira vaga vazia que viu. Saímos do carro e esperamos a calota do carro subir.
- Vamos, vamos! – Madison foi dando pulinhos até a grande porta de vidro. Uma mulher loira e bem maquiada que aparentava ter trinta a quarenta anos abriu a porta para nós e sorriu como se fizesse aquilo o dia todo.
- Olá meninas, bem-vindas ao SPA Beleza Natural. – O crachá da mulher marcava o nome Denise. – Vocês já são clientes? –
- Sim. – Madison e Alli disseram juntas e depois retiraram um cartão colorido com as cores da fachada do SPA da bolsa.
 Depois de algumas conversas, entendi que faríamos o tratamento completo. A mulher nos conduziu por um longo corredor e abriu passagem para entrarmos em um salão. O salão era todo branco, tanto o piso quanto as paredes. Várias mulheres estavam deitadas em tipos de macas pra fazer tratamento de pele e massagem e outras estavam sentadas em frente penteadeiras para serem maquiadas, terem seus cabelos arrumados e as unhas pintadas por profissionais uniformizadas de bege. No fim desse enorme salão havia uma hidromassagem que ao invés de água, tinha algo que defini como lama, para hidratar a pele.
- Paradise. – Madison disse com os olhos brilhando.
- Vocês podem ir ao vestuário colocar seus roupões para começar o tratamento. Aproveitem. – Denise disse apontando para uma porta ao lado e se retirando. Agradecemos a gentileza dela e saímos em disparada ao vestuário. Colocamos nossos roupões brancos e voltamos para o salão.
 Madison correu pra sentar em uma maca de massagem disponível, Alli foi direto para a cadeira da cabeleireira sorridente e Cher me puxou para a hidromassagem. Entrei na hidromassagem cheia de lama com um pouco de nojo, mas logo acostumei com a sensação e o cheiro de barro.  
 Ficamos por ali durante quase três horas rindo e fofocando com as funcionárias, até que todas já havíamos passado por todos os tratamentos. Saímos do SPA mais sorridentes, lindas e confiantes do que nunca.
 O sol já estava se pondo quando Cher parou em frente à casa dos Simpsons. Nos despedimos com beijos na bochecha e comentários hilários sobre o dia no shopping/SPA.
- Olá! – Alli disse quando entramos na casa.
 Billy e Cody estavam sentados no sofá rindo de algo da televisão e pararam para nos olhar pasmos.
- Wow. – Billy disse e nós fizemos pose como se fossemos modelos.
- Vocês estão maravilhosas. – Cody sorriu me olhando de cima abaixo e eu corei.
- Obrigado maninho, nós fomos ao SPA. – Alli disse jogando os cabelos pra cima e fazendo um coque.
- Não iam ao shopping? – Billy juntou as sobrancelhas e eu assenti.
- Fomos ao shopping e depois ao SPA. – Respondi colocando minha bolsa e a sacola da loja onde comprei o vestido e cima do sofá.
- Essas garotas estão poderosas demais né Cody. – Billy disse com voz afetada e nós rimos.
- Sempre fomos. – Alli falou jogando a cabeça pro lado e eles riram.
- Eu comprei meu vestido pra ir à iTunes Night. – Revelei olhando pro Cody e ele sorriu.
- Isso depois de flertar por quase uma hora com o vendedor né… - Alli zombou rindo de mim. Billy riu e Cody juntou as sobrancelhas.
- Como assim? – Cody perguntou se ajeitando no sofá.
- Um vendedor super gatinho deu bola pra ela e ela deu bola pra ele e no final eles trocaram os números do celular. – Alli se apoiou no meu ombro pra tirar o salto.
 Cody ergueu os cantos da boca pra esboçar um sorriso, mas não funcionou. Uma expressão diferente, um pouco desconfortável de formou em seu rosto.
- Mas não foi nada… - Falei me aproximando dele e dando um beijo em sua bochecha.
- Espero que não. – Cody disse baixinho e eu fingi que não escutei. Beijei a bochecha de Billy e subi as escadas com Alli.
Entramos no quarto dela e caímos deitadas na cama.
- Meu irmão pareceu enciumado. – Ela disse ficando de barriga pra cima e olhando pro teto. Fiquei na mesma posição e suspirei.
- Acho que não… quer dizer, não tem motivo. – Eu falei passando a mão na testa. Alli riu sozinha e eu juntei as sobrancelhas. – O que foi? –
- Você e o meu irmão são dois idiotas viu… - Alli disse escorrendo pela cama e ficando em pé. Ela me fitou mais uma vez enquanto caminhava pro banheiro e repetiu. – Dois idiotas. –
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Quarta-feira passou rápida e desta vez, eu dormi na minha casa. Eu estava bem empolgada para o evento da noite de quinta e passei o dia todo imaginando como seria e como as pessoas reagiriam ao anuncio. Quando o relógio marcou seis da tarde, comecei a me arrumar na companhia de Alli. Após colocar o vestido e arrumar o cabelo, peguei minhas maquiagens no armário e sentei na cadeira da escrivaninha.
- Passa uma maquiagem suave. – Alli se levantou da minha cama e pegou o estojo de maquiagem da minha mão. – Um pó básico e blush fraco, já que do jeito que você é vergonhosa, quando chegar lá sua bochecha vai estar vermelha naturalmente. –
 Alli começou a passar a maquiagem no meu rosto pedindo pra eu sorrir quando necessário.
- Lá vai ter muitos fotógrafos e você sai estranha na foto se estiver sem algo escuro no rosto, e é aí que o lápis, rímel e delineador entram em ação. – Alli disse retirando os três itens do estojo e passando em mim enquanto ouvia minhas ameaças sobre caso ela enfiasse aquele lápis no meu olho. – Sombra clarinha porque seu tom de pele é lindo e um gloss quase transparente. –
 Passei o gloss e me levantei pra olhar no espelho. Não sou de me gabar, mas eu estava linda. Sorri orgulhosa e agradeci Alli.
- Ansiosa? – Alli perguntou quando me sentei na cama pra colocar o salto.
- Muito. Quer dizer, eu nunca fui a um evento desses e ainda mais pra anunciar algo assim. – Falei colocando o primeiro sapato e ela torceu o nariz.
- Mas você vai estar com o Cody, então relaxa. – Ela disse gesticulando bastante. – Ele sempre sabe o que dizer nesses eventos amiga. –
- Tomara. – Falei colocando o outro sapato e ela assentiu como um “confia em mim”. Me levantei pra dar uma volta no quarto enquanto respirava fundo dez vezes. A campainha tocou e ouvi meu pai abrindo a porta e murmurando algo.
- FILHA, CODY CHEGOU. – Meu pai berrou do andar de baixo. Encarei Alli e ela riu do meu desespero.
- Qualquer coisa é só me mandar uma mensagem. – Ela se aproximou e me deu um abraço rápido. – Eu vou estar em casa com Billy. –
- Ok, ok. – Falei respirando fundo pela última vez e saindo em direção às escadas.
 Desci os degraus lentamente, como se não quisesse chegar ao chão. Cody me aguardava na porta, segurando um buquê de rosas. Ele estava de terno preto, extremamente elegante. A gravata borboleta ajeitada perfeitamente no pescoço e o rosto apreensivo. Os olhos verdes pousaram sobre mim e uma espécie de alivio o dominou. Um sorriso Colgate se formou em seu rosto e eu retribui com meu melhor sorriso.
- Você está… - Ele parecia estar buscando alguma palavra. – linda. –
 Sorri me encolhendo um pouco e me aproximei pra dar um beijo em sua bochecha. Depois que fiz, Cody estendeu o buquê de flores em minha direção e mordeu o lábio inferior.
- São pra você. – Ele disse sorrindo e eu peguei o buquê com um sorriso de orelha a orelha.
- Obrigado Coalinha. – Falei cheirando as flores e ele balançou a cabeça como um “de nada”.
- Eu vou colocar isso aqui em um jarro no seu quarto. – Meu pai disse pegando as flores.
- Vamos? – Cody estendeu a mão e eu coloquei minha mãe em cima da dele pra ser conduzida. Acenei pro meu pai e pra Alli que observavam atentos a cena. Meu queixo caiu ao ver uma limusine preta parada em frente meu jardim.
- O que? – Perguntei baixinho e ele riu.
- É uma espécie de padrão da festa. Todos chegam de limusine. – Cody disse um tanto envergonhado do tamanho do carro que estava à nossa frente.
 Entramos na limusine e eu continuei pasma com o luxo daquele carro. O estofado bege parecia ter sido lavado a pouco tempo, o frigobar estava cheio de bebidas e um vidro preto separava o motorista de nós. Assim que fechamos a porta, o carro começou a andar.
- Jeff e o motorista estão ali na frente. – Cody apontou pro vidro e eu sorri com empolgação. – Matt chegou no local do evento antes. –
- Eu to ansiosa. – Confessei arranhando minhas coxas e ele sorriu virando pro lado e pegando um pacotinho de M&M’s.
- Dizem que chocolate tira ansiedade. – Ele disse sacudindo o pacotinho na minha frente e eu ri. Ele abriu o saquinho com os dentes e virou os chocolates coloridos na mão. Fiz o mesmo e entreguei o saquinho pra ele.
- 1, 2, 3 e… - Nós enfiamos os chocolates na boca e rimos enquanto engolíamos lentamente.
- Como nos velhos tempos. – Falei quando consegui engolir. Ele assentiu ainda terminando os chocolates e depois sorriu.
- Então, tecnicamente… - Ele desviou o olhar de mim para o carpete bege. – Esse é o nosso primeiro encontro? –
 Sorri com a cor rosada que surgiu nas bochechas dele e assenti.
- Acho que sim. – Respondi alegre e tímida ao mesmo tempo.
- O que você faria se seu acompanhante te desse um anel no primeiro encontro? – Ele perguntou enfiando a mão no bolso e tirando de lá uma caixinha vermelha. Gelei por um momento e olhei para a caixinha e depois para Cody. Ele sorriu e abriu lentamente a tampa da caixa.
 Dois anéis lindos estavam um ao lado do outro na caixa. Um deles era mais fino e tinha uma pedra brilhante em cima e o outro não tinha pedra e era mais grosso.
- Cody, eu… - Eu não sabia o que falar. Eram os anéis mais lindos que eu já havia visto na vida.
 O carro parou e eu desviei o olhar pra janela. Estávamos estacionados bem em frente ao começo do tapete vermelho, onde vários seguranças continham a multidão de fotógrafos e fãs para que a passagem do tapete ficasse livre. O prédio era luxuoso, com a parede externa coberta com um vidro escuro e brilhante. Uma placa grande e brilhante escrito “iTunes Night” ficava alinhada ao centro da porta de vidro transparente que tinha cinco seguranças de terno na frente.
 Senti minhas pernas tremerem e meu sangue gelar. Senti a necessidade de respirar fundo, mas meu pulmão, aparentemente, tinha esquecido sua função.
 Voltei meu olhar ao Cody, que ainda estava com a caixinha com os anéis aberta na minha frente.
- Olha, eu sei que você tá fazendo isso não só por mim, mas pela sua família e amigos, mas eu quero que você saiba que você tem escolha. Ainda dá tempo de sair daqui e voltar pra casa. Você pode voltar pra Austrália pra esperar seu visto ser liberado e eu posso pegar umas férias depois da turnê e passar um mês ou dois com você. – Cody disse com um olhar e tom de voz compreensivo. Os olhos verdes imploravam uma decisão minha e brilhavam mais do que o normal. A boca umedecida parecia macia e confortante naquele momento. Os cabelos loiros pareciam ter sido arrumados fio à fio de tão ajeitados e a testa franzida indicava preocupação. – Eu só quero que você saiba que eu te amo e não há distância que nos separe, então se você quiser sair dessa festa agora e voltar pra casa, eu vou entender. -
 Ele estava preocupado comigo. Preocupado sobre como eu lidaria com toda aquela gente que estava nos esperando pra fazer perguntas e mais perguntas sobre nosso relacionamento amoroso que nunca havia passado de um abraço.
A frase “eu te amo e não há distância que nos separe” ecoou na minha mente e eu respirei fundo.
- Ah Coalinha, eu te amo mais do que tudo e vou em frente com isso. – Falei segurando a mão dele. – Eu te amo e isso basta. – Eu falei sincera e ele sorriu.
 Cody pegou o anel que tinha a pedra brilhante em cima e colocou no anelar de minha mão direita. Fiz o mesmo colocando o anel no anelar de sua mão esquerda. Sorrimos um pro outro e nos abraçamos por um tempo.
 Jeff abriu a porta ao meu lado e um barulho ensurdecedor de flashs de câmeras invadiu meu tímpano agressivamente. Segurei a mão de Cody com força e ele me fitou com o sorriso mais lindo do mundo.
- Hora do show, pandinha. - 

Autora:
 Olá Angels, espero que tenham gostado da atualização. Eu digitei bastante e to animada com essa parte do Imagine, pois é agora que você e o Cody começam a sentir coisas diferentes sobre o relacionamento de vocês. Jalli dominando as capas dos capítulos, afinal, tem casal mais fofo? (tirando eu e o Cody, claro) Até a próxima att
 Comentem por favor, preciso saber o que vocês estão achando.