Capitulo 6
Dei um pulo da cama ao ouvir um grito masculino.
- MÁ QUE DIABO É ISSO INFERNO? – Berrei olhando pra porta, aonde Cole, Dylan e Cody riam alto. Olhei pro chão e vi Fred com a mão no olho. Voltei o olhar pra Alli que bufou e disse:
- Eu avisei que ia te meter o sopapo na fuça! –
- Aí, me desculpa Fred, eu não pensei direito... – Alli implorava pro Fred que estava sentado no sofá. Eu ia passar um álcool no olho dele, pois ela bateu com tanta força que o anel raspou na cara dele e agora lá estava o menino, com a testa sangrando e o olho roxo.
- Que nada Alli, - Fred foi interrompido por mim.
- Se doer fala pára... – Eu disse e ele assentiu.
- Eu que devia ter te acordado de outra forma, afinal, você... Pára... – Ele disse e eu tirei o pano e voltei a colocar.
- Afinal, você me avisou né? Pára. – Ele se virou pra ela e depois pra mim. Coloquei o pano novamente. Cole entrou feito ninja na sala, pulando que nem uma gazela.
- Que isso homi? – Cody olhou fazendo careta pro Cole que mostrou o dedo do meio.
- Adivinhem? – Cole disse empolgado.
- Pára... – Fred disse. – O que? –
- Eu... – Cole segurou o riso ao ver o sofrimento do amigo. – Eu consegui achar um cara que aluga pranchas e...-
- Aí, eu disse PÁRA PORRA! – Fred gritou quase chorando e a gente riu.
- Eu to tentando de ajudar, se você não quer ajuda me fala e eu paro! – Eu disse rodando o dedo no ar e ele soltou o ar.
- Desculpa Brazilian Girl? Vem cá neném, me ajuda aqui. – Fred disse e Cody fechou a cara. – Com todo o respeito pow! –
- Do que vocês estão falando? – Alli ergueu uma sobrancelha e Madison riu da cara da amiga. Fred e Madison sabiam do meu amor proibido pelo irmão da minha melhor amiga.
- Nada não. – Fred respondeu rápido e recebeu um peteleco seguido de uma panada na cara. Eu ri sozinha e voltei a passar o pano no machucado. – Continua Cole-purpurina... –
- Purpurina é o caralho! – Cole disse e Fred riu.
- Não, não, é glitter em português... – Fred disse e fez uma cara de “Só os fortes entendem” pra mim.
- Hã? Voltando, aí a praia ta vazia e as ondas tão chegando há cinco metros! – Cole disse empolgado e eu me encolhi.
- Vou pegar minha roupa! – Alli subiu as escadas, seguida por Madison, e Bella-psicopata. Alias depois que ela tentou me matar, ta toda boazinha, to até desconfiando. Essa manhã ela me deu “Bom Dia” beliva? Eu não belivo ainda.
- Eu também. – Dylan deu um pulo, seguido animadamente por Cole e Fred que sequer pediu licença ou falou obrigado pela ajuda.
Fiquei sentada no sofá pensando em alguma desculpa. Cody sentou do meu lado e tirou uma mecha do meu cabelo do meu rosto.
- O que foi meu amor? – Ele disse me abraçando de lado.
- É que eu... Tenho medo de água. – Falei e ele não riu.
- Serio? – Cody juntou as sobrancelhas e eu assenti abraçando ele.
- Não sei surfar, nadar... Nem sei boiar na água!! – Falei/choraminguei e ele riu.
- Que drama amor, faz assim, eu te ensino à surfar hoje ok? – Ele parecia realmente querer aquilo. Era impossível dizer não. Respirei fundo e bufei.
- Ta bom vai! – Eu falei cedendo e ele sorriu.
- Agora me dá um beijinho de Bom Dia. – Ele disse e eu fiz não com a cabeça brincando. – Ah, é? É assim agora? –
Eu levantei e ele veio correndo atrás de mim, me abraçou pela cintura e me levantou e girou, me deixando de frente pra ele. Nós dois sorrimos e ele me beijou. Aquela língua quente, me aquecendo novamente.
A areia da praia estava quente e da calçada da nossa casa – comprei a casa do Fred agora né? - dava pra escutar as ondas quebrando. Senti um arrepio e continuei caminhando com aquela roupa mais do que justa no meu corpo. Cody carregava minha prancha e a dele. Fred carregava a da Alli, da Madison e a dele, já que Cole e Dylan carregava os isopores com alguma coisa dentro. Quando perguntei o que tinha Dylan respondeu “Frango com farofa!” e eu ri.
- É aqui. – Cody parou e todos se bateram atrás dele. A praia era limpa, vazia, mas não era calma. O som das ondas quebrando eram intensas, altas e aterrorizantes. Pra mim, já que Cody encarava o mar como se fosse uma divindade. Era isso que ele devia achar que era: Uma coisa divina.
- Prancha dahora Brazilian Girl! – Cole sorriu apontando pra minha prancha e do Cody, que se completavam fomando uma imagem do mar furioso.
Tive vontade de mandar ele enfia-la em um lugar feio, mas me contive quieta e me mantive com um “Ah, valeu”. Cody me olhava empolgado enquanto nós passávamos... O que era aquilo? Cera? Sabão? Enfim, passávamos na prancha.
- Pronta? – Cody e eu íamos à direção ao mar.
- Não, definitivamente: Não. – Eu disse e ele sorriu e segurou minha mão.
- Eu to com você. – Cody disse olhando no fundo dos meus olhos e eu assenti. Aqueles olhos verdes. Entramos na água e eu mal conseguia levar a prancha até onde ele queria. O mar estava agitado e eu senti um calafrio subir minha espinha (ossos) inteira e para num nó na garganta.
- Olha, você faz assim: - Cody começou há explicar e depois de um tempo eu cheguei há gostar da idéia. – ENTENDEU? –
- Acho que sim... – Respondi e ele sorriu.
- Quer tentar a próxima? – Ele perguntou apontando pro fundo, aonde uma onde enorme se formava. Senti aquela sensação novamente subir minha espinha e assenti engolindo a seco a idéia de surfar naquilo que estava vindo.
- Quer que eu vá contigo?- Cody perguntou sorrindo com os olhos. Assenti novamente. Eu estava muda. Não sentia nada que não fossem calafrios subindo a espinha do meu corpo.
Ali estava ela, com uns seis metros de altura e vindo em minha direção. Segurei o grito e a vontade de correr também. Deitei na prancha e esperei começar a ser levada por ela. Fiquei em pé na prancha e quando estava na crista da onda (topo da onda), olhei para baixo. Um “Puta que pariu!” saiu arranhando minha garganta, me desequilibrei e caí.
Acordei, mas não consegui abrir os olhos. Respirei fundo e conclui que estava com um aparelho pra respirar, logo, estava no hospital. Encubada em aparelhos pra me manter viva. Terceiro dia na Austrália e segunda ameaça de morte. Abri os olhos fazendo força. Pisquei algumas vezes a fim de tirar aquele embaço da visão. Quando voltou ao normal, conclui o que já tinha concluído. Estava no hospital. A sala branca ganhava cores apenas ao meu lado, aonde um vaso com um buquê de rosas azuis, minhas favoritas, davam contraste. Apertei o botão pra cama subir e me ajeitei sentada. Inclinei pra sentir o cheiro das rosas, e sorri ao ver um cartão:
“‘Para o meu amor, que o que tem de falta de equillibrio, tem de especial em mim’. Amo-te muito.”
“By: Cody”
Sorri boba com tamanha fofura. Afastei a toalha que me cobria e coloquei um pé no chão. Uma dor de cabeça me atingiu e Flashes começaram a passar pela minha cabeça. Apertei o fio em minha mão e fechei os olhos com força.
Cody me carregava correndo pela praia e Dylan, Fred e Cole pediam pras pessoas se afastarem. Alli e Madison entravam na ambulância. Uns caras de branco me prenderam na maca e colocaram-me na van.
“O que o senhor é dela?” Um deles perguntou.
“Namorado” Foi o que ele respondeu. Ele entrou na ambulância e segurou minha mão o caminho todo, mas algo me chamou mais atenção do que isso: foi algo escorrendo pelo rosto de Cody que eu ainda não vira antes; Algo que nos quatro anos em que eu o observava nada parecido havia lá. Foi uma... Uma lágrima.
Forcei meus olhos a se fecharem novamente pra tentar lembrar o que aconteceu depois, mas meu cérebro não obedecia.
A porta do quarto foi aberta com força, me fazendo pular.
- Hey, deite-se, você não pode se levantar ainda! – A enfermeira deu um pulo ao me ver quase de pé.
- Cadê o Cody? – Perguntei enquanto ela me deitava novamente e me cobria.
- O moçinho loirinho? – Ela perguntou e eu sorri fraco. – Está cavando um buraco no corredor do hospital, de tanto andar de um lado pro outro. – Ela disse arrumando o soro e regulando o aparelho de respiração.
- Peça pra ele entrar? – Perguntei e ela assentiu.
- Você forma um casal lindo com ele! – Ela fechou a porta. Dois segundos depois a mesma foi arrombada por um loiro cheio de olheiras. Ele fechou a porta com pressa e correu pro lado da cama. Acariciou meu rosto e beijou minha testa.
- Eu apaguei por quanto tempo? – Perguntei gemendo pra ele que sentou ao meu lado e ficou acariciando meu rosto.
- Dois dias. – Ele disse. Estava quente, muito quente. Ele chegava a estar vermelho. E seus olhos não brilhavam. Levei minha mão, que tinha um tipo de pregador preso pra medir as plaquetas do sangue, até seu rosto, onde fiz carinho e o puxei para perto. Dei um selinho demorado e ele abaixou a cabeça, deitando-a na curva do meu pescoço, e ali, ele começou a chorar.
- Você me assustou, e muito. – Cody secou as lágrimas. Os olhos encharcados pelas lágrimas. A esse ponto eu já chorava também.
- Me desculpe, eu não devia ter tentado surfar. – Eu disse tentando secar as lágrimas.
- Eu é que não devia ter investido nessa idéia louca de te colocar pra surfar. – Ele disse e eu ri. Era tão obvio que idéia era louca?
- Eu vou poder ir pra casa hoje? – Perguntei desejando receber como resposta um “Sim, claro!”, mas tudo que ganhei foi um:
- Não. – Ele respondeu erguendo os ombros. – Disseram que você tomou muita água do mar e tem que tomar bastante soro... –
- Pelo menos meus pais não vão saber disso, certo? – Perguntei fazendo careta e ele fez não com a cabeça.
- Se bem que eu acho que vão nos processar por você ter bebido quase toda a água do mar... – Ele disse e eu ri.
- Mas você vai dormir aqui comigo certo? – Perguntei fazendo bico. Mãe, obrigada. Ele se deitou ao meu lado e me abraçou.
- Adivinha quem chegou? – Cody empurrou a porta e me ajudou a entrar na casa do Fred.
- AAAAAAAAAAAAAAAAH AMIIIIIIIIIGAAAAA! – Alli correu e me abraçou com força. Tipo, esmagando mesmo.
- BRAZILIAN GIRL, essa casa é horrível sem você! – Fred me abraçou e Dylan e Cole também depois dele. Madison já estava de saída, mas me cumprimentou e me abraçou forte também.
- Você ta melhor? – Bella apareceu no meio daquele povo. NÃO DISSE? Estranha demais.
- To sim, obrigada. – Falei falsa. Sentei-me (lê-se: Capotei) no sofá e peguei a Coca-cola da mão do Dylan.
- Surfa muito em Brazilian Girl ? – Cole zuou. E todos riram.
- Zica do pântano. – Respondi tirando uma comigo mesma. – Vou tomar banho pessoas! Já volto. –
- Precisa de ajuda? – Dylan perguntou e recebeu um olhar mortal de Cody.
- Porque se precisar estamos aqui! – Vez do Cole recebeu não só um olhar, mas um soquinho. Soquinho que o fez voar pra cima da estante. Ri e subi as escadas.
Como é bom tomar banho! Meu Senhor.
Desci as escadas e fui pega de surpresa por um Fred pulante.
- Adivinha? – Ele falou com voz afetada.
- Não me diga que vocês vão surfar, porque não contem comigo se for! – Respondi de olhos arregalados.
- Eu consegui as passagens pra PARIS pra AMANHÃ! – Ele disse pulando que nem gazela em cima de mim. Pulei junto. Alli chegou perto e começou a pular também.
- Porque estamos pulando? – Ela perguntou sem parar de pular.
- Vamos pra Paris amanhã! – Eu disse e todos começaram a pular.
- Chega, cansei. – Alli parou e saiu andando. Eu ri e me sentei no sofá, ao lado de Cody.
- Então nós vamos? – Falei boba. A cidade do romance. O verdadeiro destino dessa viajem e melhor, com o Cody. Minha paixão agora correspondida.
- Lógico! – Fred falou e eu ergui uma sobrancelha.
- Você vai? – Cody pensou mais rápido, ou talvez, tenha lido minha mente.
- Então, eu tava pensando aqui e... – Fred foi interrompido pelo meu pulo. Abracei-o com força.
- AAAAAAH VOCÊ VAAAAAAI! – Berrei e todos não entenderam nada. Eu ri e Fred também. Sabe, Fred podia até ser meio chato às vezes, com todo esse mistério. Mas ele se tornou especial de uma forma tão, mais tão rápida. Ele sorriu e sentou novamente, e eu voltei pro meu lugar.
- Enfim, eu vou! – Fred falou e eu bati palma. Alli juntou as sobrancelhas e fez cara de “Hein?”.
- Dylan, Cole? – Alli apontou pros dois que fizeram carinha triste.
- Nós não vamos. – Eles disseram em uníssono e eu fiz bico e cara de choro.
- Que pena gente! – Falei. – Seria bem legal. –
- É que não dá pra gente ir mesmo, mas serio, foi muito bom conhecer vocês, Alli e, principalmente você Brazilian Girl, muito gente boa! – Cole disse e eu senti os olhos encherem de lágrimas, quero dizer, quando eu os veria novamente? Daqui uns três anos talvez, talvez nunca mais!
- Mas vai ser azarada assim em outro lugar ehm? – Dylan disse e eu ri. As lágrimas caíram sem querer e eu limpei rápido, mas não tão rápido quanto deveria.
- Ai Brazilian, não choooraaa!! – Cole e Dylan me abraçaram.
- É que foi tão bom sabe? Apesar de tudo que aconteceu comigo, os machucados, mesmo que eu tenha bebido o suficiente de água pra nunca mais ficar desidratada, eu realmente amei ficar aqui. – Eu falei e a gente deu um abraço em grupo.
- Mas do mesmo jeito, a cidade do romance nos espera! – Alli disse e Cody olhou pra mim e sorriu. Algo me diz que Paris nunca mais será a mesma.
Continua...
2 comentários:
Poxa, mt bom... Amei de paixão!!
A historia tah linda to amando mto ...
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