sábado, 3 de dezembro de 2011

PENÚLTIMA ATUALIZAÇÃO - Cap. 14 & 15



Heroína – Continuação | cap. 14

 Corri até o meio da rua e senti meus olhos encherem de lágrimas em menos de dois segundos.
 Não podia ser… eu só não queria acreditar no que via.
- Você consegue! – Cody tentava reanimá-la.
 Vou lhe explicar o que aconteceu: Sammy ia ser atropelado quando Creuza o empurrou pra calçada, infelizmente ela não conseguiu sair do meio da rua a tempo e agora lá estava minha melhor amiga. Ela se sacrificou pelo meu irmão.
 As lágrimas começaram a escorrer e eu tampei a boca pra não gritar. Meus pais não sabiam muito bem o que fazer. Sammy também estava chorando, mas não estava entendendo o que havia acontecido. Alli tentava falar comigo, mas eu estava incomunicável.
 Creuza era realmente minha melhor amiga. Ela podia não falar, mas ela sempre me entendeu. Isso pode parecer ridículo pra maioria das pessoas, mas a dor era grande.
 Cody tentava de tudo, mas obvio que não ia adiantar. Ela estava com os olhos abertos, mas a hemorragia forte.
 Ignorei as perguntas de Alli pra mim e me ajoelhei ao lado de Cody.
Creuza ergueu os olhos cansados e me encarou confusa. Eu não tinha ideia do quanto estava chorando, eu só sentia as lágrimas molharem a camiseta. Creuza foi um milagre pra mim. Você pode não ter percebido, mas ela entrou na minha vida após toda aquela bagunça, todo aquele sofrimento com Bryan. Exatamente um mês depois que Bryan sumiu da minha vida e eu acordei desesperada do coma com um rim novo. Ela apareceu pra mim quando eu estava tomando as rédeas da minha vida novamente e recuperando meu amor, minha confiança. Todas as noites mal dormidas, as lágrimas, as risadas, os móveis quebrados… ela estava lá. Sempre comigo.
 Sequei algumas lágrimas com a mão e inclinei-me um pouco pra poder dizer só pra ela uma coisa que eu ainda não havia dito, mas devia.
- Obrigada por tudo. – Sussurrei e me distanciei.
 Acariciei pela última vez o pelo dela e forcei um sorriso, como um obrigado. Ela, apesar de toda a dor, soltou um “bé” fraco e fechou os olhos pra morrer.
 Levantei-me e fui para o lado de Alli.
- Droga Creuza, volta! – Cody implorou com a voz afetada pelo choro. Assim que percebeu que não adiantava tentar, virou pra me encarar.
Cody estava com as mãos sujas de sangue. Precisávamos chorar, mas não ali, não naquele momento.
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 Depois do ocorrido não houve ânimo pra continuar a festa. Meus pais foram pro hotel, mas eu insisti pra deixar Sammy comigo, algo me dizia que quando ele acordasse, ele ia precisar de mim.
Cody estava deitado na minha cama, nós dois soluçávamos entre as lágrimas, mas após um tempo, uma hora eu diria, a intensidade delas diminuiu. Agora era o cansaço que dominava nossos corpos.
- Cody… - Sussurrei sem forças. Ele abriu os olhos e acariciou meu rosto com o polegar.
- Melhor eu ir pra minha… minha república. – Ele disse um pouco confuso e eu assenti. Se o fiscal passasse ali e o pegasse deitado comigo ia pensar besteira e nos dar ocorrência. Estamos no período final de provas e não podemos nem pensar em perder pontos.
 Ele sentou e eu sentei ao lado dele. Cody estava tão afetado quanto eu.
- Você vai ficar bem? – Cody passou uma mecha do meu cabelo pra trás da minha orelha.
- Vou… ér… vou sim. – Falei um pouco insegura. Ele assentiu e me beijou. Ficamos de pé e nos abraçamos com força.
- Eu te amo viu? – Ele falou sem me soltar e eu deitei minha cabeça em seu ombro.
- Eu também te amo cabrito. – Soltei ainda sentindo um nó.
  Ele suspirou e me soltou. Antes de sair fez um carinho na cabeça de Sammy, que dormia tranquilamente na cama de Tom. Encostei a porta e peguei a primeira toalha que vi entre a bagunça. Tudo que eu precisava era um banho pra chorar o que tinha que chorar e sair dali renovada. Aprendi com a vida que o melhor lugar pra chorar é debaixo de um chuveiro ligado na água quente.
 Praticamente fiz um strip-tease até o banheiro, jogando toda a roupa pelo quarto, e fechei a porta. Não pensei duas vezes antes de enfiar a cabeça debaixo da água quase fervente.
 Saí do banheiro enrolada na toalha e peguei uma calça cinza, uma blusa azul de moletom, e claro, minha querida pantufa do Scooby Doo.
 Sentei e observei Sammy por um tempo. Ele nunca havia encarado a morte de maneira tão brutal. Alguns peixinhos dourados, mas minha mãe os jogava na privada e dava descarga antes dele ver. Agora assistir a morte de Creuza, deve ter sido o fim pra ele.
 Levantei e fui pra cozinha improvisada no canto do quarto. Esquentei o leite e roubei um pouco do Nescau que tinha “Tom” escrito na tampa. Ele e essa mania de escrever o nome nas coisas só pra eu não pegar, “Você come demais!” ele sempre dizia quando eu pedia um pedaço do que ele estava devorando. Tom há essa hora devia estar com John. Esses dois ficam tão bonitos juntos. É um pouco estranho, mas eu acabei me acostumando.
 Misturei o leite no copo e caminhei até minha cama. Encontrei Sammy sentado, olhando a parede, estático. Não estático de assustado, estático de pensativo. Mais um pouco ia sair fumaça da cabeça dele. A mente de Sammy parecia borbulhar.
- Oi mano. – Falei me ajoelhando ao lado da cama. Estendi o copo de leite, ele demorou um pouco, como se assimilasse quinhentas coisas ao mesmo tempo, mas o pegou depois.
 Percebi que algo nele estava o incomodando.
- O que foi Sammy? Olha pra mim. – Falei erguendo a cabeça dele com a ponta do dedo.
 Ele me olhou com os olhos lacrimejados, pronto pra abrir o berreiro.
- A culpa foi minha não foi? Eu sei que foi! – Ele disse deixando as lágrimas escorrerem.
 Demorou pra eu assimilar o que ele estava dizendo.
- Não! Sammy, não foi sua culpa. – Praticamente berrei. Ele me encarou certo de seus argumentos.
- SOU SIM! Se eu não fosse ‘bulo de ficar ali no meio, ela não ia me ‘empula. - Ele bateu o pé no chão tentando segurar as lágrimas. Ele estava com raiva dele mesmo, isso é cruel pra uma criança. Uma criança de cinco anos.
- Sammy, ela que te empurrou pra calçada, não havia como saber que aquilo ia acontecer. – Tentei consolá-lo, mas ele não acreditava no que eu dizia.
- Mas ela sua amiga! E minha também. – Sammy abaixou a cabeça, magoado consigo mesmo.
- Sammy… - Falei baixinho esperando ele me olhar, mas ele não o fez, apenas continuou encarando o chão. – Olha pra mim mano. –
- Não consigo. – Ele sussurrou e eu ergui uma sobrancelha. – Tenho velgonha… -
- Não sinta vergonha. Eu já disse que a culpa não foi sua, ela te salvou, eu estou feliz por isso. – Falei passando a mão na cabeça dele.
 Ele hesitou, mas virou o rosto pra me olhar.
- Então você ainda me ama mana? – Ele perguntou com os olhinhos brilhantes.
- Claro que te amo! Nada nesse mundo vai me fazer parar de te amar Sammy! Você vai ser pra sempre meu maninho! – Dei um soquinho no ombro dele e ele riu. Aos poucos a pele dele foi corando, me fazendo rir também.
- Que lindo. – Ele falou um pouco encolhido e eu gargalhei.
- Dá um abraço na mana? – Perguntei e ele assentiu pulando em mim.
- Te amo muito. – Ele falou e eu o abracei mais forte ainda.
- Também te amo Sammy… - O soltei. – Agora toma esse leite pra ficar fortão! -
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O veterinário levou o corpo de Creuza para o consultório dele, pois eu concordei em ele utilizar o corpo dela pra fazer experiências com cirurgias, injeções, etc. Talvez um dia ele possa salvar outro animal com os testes.
 Fiquei assistindo TV acompanhada do abraço de Sammy, do DVD do Pateta e das nossas gargalhadas.
- Quer mais pipoca mano? – Perguntei o vendo roer alguns milhos que não haviam estourado.
- Quelo. – Ele falou e eu ri. Estava na hora dele aprender a falar sem esse élê. Peguei o balde de pipoca vazio e me levantei. Meu celular começou a tocar e eu desviei para a minha cama. Achei o celular debaixo da blusa do Cody berrando Do It Like A Dude da Jessie J.
- Alô? – Não reconheci o número da tela.
- Oi, é o veterinário. – Uma voz grossa disse do outro lado da linha.
- Hm, oi, precisa de algo? – Perguntei confusa.
- Tenho boas noticias. – Ele falou e eu dei um pulo.
- O que? Creuza está bem? – Perguntei e ele suspirou.
- Não, Creuza está morta, mas é sobre outra coisa. – Ele falou se empolgando.
- Ora, diga doutor. – O apressei.
- Bem, antes de levar para a mesa de testes, eu precisei analisá-la e bem… seja lá quem lhe deu esta cabra, lhe deu prenha. – Ele disse e eu tampei a boca.
- A CREUZA TEM FILHOTINHOS? – Berrei sem conseguir me segurar e Sammy desviou o olhar pra mim.
- Sim! Uma cabrinha. – Ele falou tão empolgado quanto eu. Se é que isso era possível.
- E… tem como tirar? – Perguntei preocupada.
- Sim, com sua permissão, claro. – Ele disse e eu ri.
- É CLARO QUE EU PERMITO DOUTOR! – Gritei na orelha do coitado novamente.
- Ok, então… a senhorita pode passar aqui amanhã? Tenho que preparar tudo. – Ele disse com ar de quem sabia o que estava fazendo.
- Claro, me ligue. – Falei e ele concordou desligando.
 Sammy me olhava curioso e eu pulei em cima dele e o abracei com muita força.
- AAAAAAA, o que foi? – Ele perguntou sendo exprimido e eu ri.
- A Creuza morreu, mas deixou um filhotinho! –
 Essas palavras bastaram pra gente passar a tarde toda rindo de nós mesmos, fazer brigadeiro, assistir desenho animado a noite toda, fazer guerra de travesseiro e dormir no meio do quarto sujos de marshmallow derretido.
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  Abri os olhos e dei de cara com dois rostinhos me encarando de muito perto. Os olhos esbugalhados de Sammy e as pérolas verdes de Cody me fizeram pular de susto e soltar um grito estrondo. Os dois gargalharam e eu ofeguei ainda de pelos eriçados.
- BOOM DIAA AMOR! – Cody berrou pulando com um pouco de cuidado em cima de mim.
- AAAAA DEUS, VOCÊS TOMARAM REDBULL ESSA MANHÃ? – Perguntei me contorcendo e deixando Cody cair pro lado.
- NÃO SEI O QUE É ISSO, MAS TAMBÉM TO EMPOLGADO! – Sammy esmagou meus peitos com o peso da cabeça dele.
- Ok, chega de montinho em cima de mim coisas lindas da tia! – Joguei Sammy pra cima de Cody.
- O que vai fazê agola? – Sammy perguntou ficando de pé. Eu ia me levantar sozinha, mas Cody logo se levantou e me ajudou. Qualé, assim parece que eu estou é velha! Nem com barrigão eu estou ainda. Ok, talvez um pouco. Não parei pra olhar ainda.
- A mana tem que se arrumar pra ir pro trabalho. Hoje minhas férias acabam. – Falei fazendo bico e Cody riu.
- E você Titio Co? – Sammy perguntou confuso.
- Eu tenho um compromisso. – Cody respondeu rápido me abraçando de lado.
- Onde? – Perguntei quase tendo um treco.
- Em um tal de “estágio de engenharia”. – Cody fez aspas e eu olhei mais confusa que o normal. – Um amigo meu quer fazer, mas é um cagão e pediu pra eu participar também, e como eles pagam pra eu aprender… bem, achei uma boa ideia. –
- Mas você nem quer ser engenheiro Cody! – Falei rindo e ele deu ombros.
- Algo me diz que vai ser uma boa experiência… eu ia te chamar, mas você não tem muito tempo… - Cody fez carinha fofa e eu neguei.
- Tem o trabalho, a faculdade e… acho que já ta na hora de marcar um ultrasson. – Cody sorriu ao me ouvir falar.
- Claro! Está na hora de começar o rodízio de hospitais. – Ele retrucou e eu assenti.
- Será que é um menino? – Falei e ele segurou minha cintura, fez cara de pensativo e riu de si mesmo.
- Tanto faz… a gente vai amar do mesmo jeito. – Cody falou e eu concordei assentindo.
 Cody acariciou meu rosto com o polegar me fazendo sorrir.
- Quem diria? Eu Papacito e você Mamacita. – Ele disse e eu gargalhei.
- Eu sabia desde o começo! Quando cuspi cereal na sua cara. – Falei e ele fez careta.
- Não precisava me lembrar disso! – Ele me apertou e eu ri.
- Me solta cabrito, tenho que me arrumar. – Falei e ele negou enquanto eu tentava me soltar.
- Antes: Uma bitoquinha. – Cody exigiu e eu ri. Deslizei minhas mãos pelos braços dele e não pude evitar a tentação de apertar os músculos fortes dali. Ele sorriu gostando e eu ri dele. Inclinei-me e o beijei.
 A língua dele acariciava a minha de forma sexy e fofa ao mesmo tempo. Nossas respirações descompassadas estavam me deixando excitada e…
- éer… Eu ainda to aqui. – Sammy falou e eu dei um pulo. Parei o beijo e Cody riu de nós dois.
- Me desculpa mano. – Falei e Sammy riu.
- O pai e a mãe vivem fazendo isso. – Ele parecia se lembrar de algo engraçado.
- Sammy, quer ir pro trabalho com a mana? – Ajoelhei na frente dele e ele sorriu empolgado.
- QUELO! – Ele pulou e eu ri.
- Então tira esse pijama e vai colocar uma roupa pra gente ir – Falei e ele assentiu correndo pro banheiro. – Rápido… E PEGA UMA BLUSA! –
 Falei igualzinha minha mãe.
- Posso te dar uma carona? – Cody perguntou balançando a chave da Mitsubishi vermelha que eu senti falta.
- Deve! – Respondi tirando a camiseta.
- Ui. – Cody falou olhando pros meus peitos.
- O que Cody? São os mesmos que sempre tive… - Falei apertando meus seios e ele negou se aproximando.
- Impressão minha ou você está com os peitos maiores? – Ele perguntou com a mão no meu quadril, subindo pra cintura e depois apalpando.
- Hm - Gemi e ele sorriu sem parar de apertar.
- C… Cody pára. – Falei quase subindo pelas paredes e ele chupou meu pescoço. – Melhor parar amor, a gente não sabe se pode transar ou… não sei. –
- Mas ta uma delícia. – Ele ainda não havia parado de me apalpar, mas agora distribuía chupões pelo meu pescoço.
- Vamos ao médico primeiro e depois a gente vê se pode ou não, aí se puder eu… - Sussurrei algumas coisas que não se pode falar no momento, pois estamos em horário nobre.
 Afastei o rosto e vi Cody com aquele sorriso malicioso que eu adoro.
- Vai mesmo? – Ele perguntou e eu ri.
- Prometo, mas agora tenho que me vestir. – Falei largando ele e indo até meu armário.
- Vou buscar o carro… volto em dez minutos. – Cody me deu um selinho e saiu.
 Abri o armário e tirei de lá uma calça skinning, uma camiseta solta caída pro lado (pra ninguém notar minha barriguinha) e um salto scarpan preto.
 Sammy saiu do banheiro rindo de si mesmo com uma calça skinning preta, uma camiseta xadrez e um Allstar preto.
- Hey, não se esqueceu de nada não? – Perguntei enquanto arrumava minha pasta de papéis.
- Mas eu nem to com frio! – Ele bateu o pé e eu balancei a cabeça em negação.
- Ta um pouco frio lá fora, anda, coloca aquela cinza que a mana adora. – Falei ficando de pé e ele suspirou.
 Cody estava nos esperando em frente o prédio apoiado no carrão. Ri com a cena, já que as garotas que passavam por ali só faltavam se afogar na própria baba.
- Vamos? – Ele ergueu os óculos rayban.
- EBA! – Sammy pulou em Cody.
 Entramos no carro e como sempre, Cody acelerou. Jesse McCartney começou a ecoar pelo carro e nós cantávamos com toda a força dos pulmões.
- SHE WANTS SHAKE WITH MEEEEE – Sammy gritou e nós rimos alto.
- Sammy, chegamos amor. – Abri a porta do carro e Sammy saltou do mesmo.
- Eu te busco pra gente ir pra faculdade, pequena. – Cody falou e eu assenti.
- Você é o melhor namorado do mundo. – Falei e ele riu.
- Faço o possível, agora me dá um beijo vai! – Ele falou e eu pulei nele.
- QUALÉ, DENOVO? – Sammy gritou inconformado e eu desgrudei nossos lábios.
- Foi mal mano! – Desci do carro e fechei a porta. – Fala tchau pro tio Cody. –
- TCHAU TIO CO, ATÉ DEPOIS. – Sammy acenou e eu ri com o escândalo.
- Agora você precisa ficar quietinho lá em cima ta? – Perguntei e ele assentiu.
- E depois a gente vai no Mcdonalds? – Sammy perguntou e eu ri.
- Hm, se você se comportar sim. – Começamos a andar em direção ao elevador.
- Ta, vou fica quietinho mana. – Ele passou o zíper na boca e eu ri.
 Entramos no elevador e ele estava quase fechando quando…
- SEGUUUURAAAAA! – Eu sabia.
- Entra logo John. – Falei segurando a porta e ele suspirou.
- Você salvou a minha vida! – Ele me abraçou.
- Denovo. – Completei e ele riu.
- Senti saudades de você sua… - John parou de falar ao ver um garotinho se escondendo entre minhas pernas. – Oi fofinho. -
 Sammy ainda escondido atrás das minhas pernas acenou todo coradinho de tanta vergonha. John riu e me encarou.
- Ta com vergonha? – John perguntou e eu peguei Sammy no colo.
- Esse aqui é o John, amigo da mana. – Eu disse apontando pro John que sorriu simpático. Sammy retribuiu o sorriso ainda um pouco tímido.
- Você é o namolado do Tom? – Sammy perguntou curioso e John me olhou assustado.
- Eu falei de você pra ele ontem. – Expliquei e John riu.
- É eu sou. – Ele respondeu e Sammy ergueu as sobrancelhas.
- Meu nome é Samuel. – Ih, o garoto se soltou.
- Que nome bonito, você tem apelido? – John perguntou e Sammy começou a brincar com uma mecha do meu cabelo.
- Tenho: Sam! E Sammy também, mas só minha mãe e a mana me chamam assim. – Ele respondeu e eu concordei.
- Então posso te chamar de Sam? – John perguntou e Sammy assentiu. – Quantos anos você tem? –
- Seis. – Sammy fez o número seis com os dedos. – E você? –
- Vinte. – John disse e Sammy se impressionou.
- Minha irmã tem dezenove. – Sammy tentou fazer dezenove com os dedos, mas não deu certo e nós rimos.
- E você gosta da sua irmã? – John perguntou brincalhão.
- Claro! Ela é a melhooooor irmã do mundo! – Ele desenhou um circulo com os braços.
- E você vai passar o dia com ela? – John perguntou e Sammy assentiu empolgado. – Então a gente vai se ver mais tarde também. –
- Polquê? – Ele perguntou confuso.
- Eu estudo com ela também. – John respondeu e Sammy sorriu.
- Legal! – Sammy disse e a porta do elevador abriu.
- Lembra do combinado né mano? – Perguntei e Sammy assentiu passando o zíper novamente.
 Coloquei-o no chão e entrei no pátio da maior Revista dos Estados Unidos. O pessoal estava bem animado. Pelo que parece o chefe não havia comparecido. EBA!
- BRAZILIAN GIRL! – Marie gritou e eu pulei nela.
- Marie, sua fofa! – A abracei.
- Ai meu deus, que criaturinha mais cutecute! – Marie apertou a bochecha do meu irmão.
- Você é bonita… - Sammy falou e Marie me olhou sorrindo.
- Vou casar com ele, posso? – Ela perguntou e John riu.
- O menino tem seis anos e já ta na atividade! – John disse fazendo um toque de mão com Sammy.
- Mana, eu posso casar com ela? – Sammy perguntou confuso e eu gargalhei.
- Vai com calma aí amigona, é meu maninho e eu tenho ciúmes. – Falei pegando ele no colo.
- Ahhh, ouviu né Sammy? Sua irmã é uma chata que está proibindo nosso amor. – Marie rodou o dedo no ar.
- É que ela me ama. – Sammy disse e nós gargalhamos.
- Sente o poder da criança! – John “jogou o cabelo” pro lado.
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Ok, eu confesso que nem trabalhei direito. Devo ter escrito cinco linhas e o resto do tempo gargalhado com as pérolas que Sammy soltava. De qualquer maneira, aquela edição já estava pronta há um bom tempo, não era preciso correr com os textos.
- Até daqui a pouco John! – Sammy gritou acenando com uma mão enquanto a outra estava ocupada segurando a minha.
- Hey, mano, olha quem ta esperando a gente ali. – Falei como se estivesse impressionada e Sammy parou de andar de tão surpreso.
- TIO CODY! – Sammy se soltou de mim e saiu correndo. Cody abriu os braços e esperou Sammy pular nele.
- AH, MEU CUNHADINHO. – Cody fez cócegas em Sammy.
- Oi cabrito. – Falei parada em frente os dois. Cody colocou Sammy no chão e segurou minha cintura.
- Ih, lá vamos nós. – Sammy falou inconformado.
- Oi amor da minha vida. – Cody me puxou pro corpo dele e eu ri.
- Beijo? – Perguntei passando meus braços por cima dos ombros dele.
- Beijo. – Ele respondeu rápido e nós selamos os lábios.
 Faz três anos, preciso mesmo descrever o que o toque da língua dele causa na minha?
Desgrudamos os lábios e Sammy suspirou.
- Plonto? – Ele perguntou de braços cruzados e eu ri.
- PRonto. – Corrigi e Sammy riu de si mesmo.
- Agora vamos antes que nos atrasemos pra aula. – Cody falou abrindo a porta do carro.
 Desta vez não foi o Jesse que ficou sofrendo com os nossos pulmões extremamente fortes, mas sim o Black Eyed Peas, com The Time.
- CAUSE I! HAVED! A GOOD! TIME! WITH YOU! I TELLING YOU: I I I I HAAAVE THE TIME OF MY LIFEE ♫ -
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 Sammy, Cody e eu começamos a caminhar pelos corredores compridos da faculdade. Sammy ia ter que ficar bem quietinho na sala de Cody, já que eu tenho prova de redação.
- BITCH! – Alli jogou um amendoim na minha cabeça.
- Boa tarde pra você também. – Ela retrucou rindo.
- RÉLOU! – Fred disse soltando a mão da namorada.
- AI MEU DEUS, VOCÊS ADOTARAM UMA CRIANÇA? – Tom gritou e todos que passavam nos olharam.
- Tom cala a boca seu monte de purpurina, é meu irmão. – Respondi disfarçando. – É MEU IRMÃO GENTE! – Esclareci pra quem passava.
- Oi menininho, tudo bom? – Tom se inclinou e Sammy juntou as sobrancelhas.
- Você é o que namora o John? – Sammy perguntou e Alli riu.
- É sou eu. Você o viu por aí? – Tom perguntou e Sammy assentiu.
- Ele ta ali. – Sammy apontou pro final do pátio e todos se viraram pra olhar.
- Ih, olha meu namorado ali. – Tom falou e fez sinal pra gente esperar. Ele saiu rebolando atrás do bofe e nós voltamos a nos encarar.
- ALLI! – Sammy pulou na bitch.
- OE! – Ela o apertou com força.
- FRED! – Ele pulou pro Fred. Ok, isso aqui já está ficando clichê.
 Os gêmeos apareceram e a mesma cena aconteceu.
Abracei Cole e Dylan só por saudade mesmo.
- Oi gente. – Emma fez cara surpresa ao ver Sammy. – Oi lindinho! –
- Hoje tem festa. – Tom falou ao chegar de mãos dadas com John.
- OI JOHN! – Sammy berrou e John riu.
- OI SAM! – John gritou de volta.
- Ah, mas eu não vou não. – Falei e todos me encararam.
- Nem eu. – Cody falou e todos o encararam.
 Lá se foi outra cena clichê de seriado mexicano.
- O QUE EU PERDI? – Emma falou confusa.
- Brazilian Girl não ir a uma festa? Ok precisa sentar pra saber o que ta acontecendo? – Cole perguntou de olhos arregalados.
- Tenho ultrasson marcado pra amanhã de manhã. – Falei e Dylan riu.
- Gases? – Fred.
- Um pouco maior… um bebê. – Cody respondeu rápido e todos arregalaram os olhos. Menos Alli, claro.
- DIGAM ALGO! – Ordenei e todos se olharam.
- VOCÊ TÁ… - Cole mal conseguia terminar a frase.
- Grávida? – Tentei adivinhar o fim da frase.
- GRÁVIDA! – Cole falou e Cody riu.
- COMO ISSO ACONTECEU? – John berrou e eu o encarei confusa.
- Ainda não te explicaram? – Cody perguntou e nós rimos.
- AI MEU DEUS BRAZILIAN, PARABÉÉNS! – Dylan foi o primeiro a nos abraçar.
 Todos nos deram parabéns cada um fazendo um comentário que me fazia rir.
- IH, VAI NASCER MEIO CABRITO MEIO PESSOA. – Fred falou e nós rimos.
- Falando em cabrito, preciso contar uma coisa triste pra vocês. – Falei e todos me olharam curiosos.
- A Creuza foi atropelada. – Já não bastava minha cara triste, mas mais sete rostos tristes.
- Ela morreu? – Fred estava com os olhos cheios de lágrimas.
- Morreu. – Respondi e o maior chororô começou.
- Poxa, eu sei que eu discuti com ela algumas vezes, mas eu gostava dela! – Cole dizia entre algumas lágrimas.
- É! Ela era da galera! – Dylan secou o rosto.
- Droga, eu adorava o jeitinho dela, ela só faltava falar com a gente! – Emma disse inconformada.
 Fred permaneceu quieto, apenas entre as lágrimas.
- Mas ela deixou um filhotinho. – Falei e todos ergueram o olhar.
- Hã? – Fred perguntou e eu sorri.
- Você me deu uma cabra prenha. Eu vou buscar o filhotinho hoje. – Falei e todos ficaram parados como se absorvessem o que eu havia dito.
- AAAAAH! – Emma gritou e eles começaram a comemorar.
 “Depois eu que sou bipolar” pensei enquanto eles pulavam.
- A gente pode ir junto? – Alli perguntou e eu ri.
- Ah, acho que… LÓGICO QUE PODEM! – Gritei e eles riram.
- Mais alguma noticia bombástica? – Dylan perguntou rindo.
- É mesmo, assim você mata a gente do coração. – John falou e eles concordaram.
- Hm… acho que só isso por hoje. – Falei pensativa e eles suspiraram aliviados.
- Ainda bem! Acho que eu não agüentaria mais uma. – Cole falou ofegando e eu ri.
 O sinal tocou e nós fizemos um coro de “Ahhh”.
- No lugar de sempre no intervalo? – Emma perguntou e todos assentiram.
- Boa aula pípou. – Cada um foi pro seu lado.
 Cody me deu um selinho e pegou Sammy no colo.
- Tchau mana, até daqui a pouco. – Ele acenou e eu acenei de volta.
- Vamos senhora? – Tom estendeu a mão e eu ri.
- Vamos! – Envolvi minha mão na dele e fomos caminhando até a sala.
 A prova foi fácil. Quero dizer: pra mim. Se há uma coisa que nunca tive dificuldade, essa coisa se chama redação. O que posso fazer? É como respirar pra mim. Tão simples que é pegar uma caneta e escrever sua opinião sobre um determinado assunto. E uma história então? Chega uma hora que a caneta se move sozinha.
 O sinal tocou e a galera toda estava reunida no gramado.
- Eu ainda to chocada amiga! – Tom falou mordendo o sanduíche integral. A cada dia ele fica mais bicha.
- Com minha gravidez? – Perguntei confusa.
- Claro! Se você não falasse eu nunca ia descobrir! – Tom falou de boca cheia.
- Tem mais alguém prestes a parir aqui? – Dylan perguntou e nós rimos.
- Mas a gente tem que começar a planejar as coisas. – Alli falou batendo palminhas de empolgação.
- Planejar o que? – Retruquei com medo.
- Ora, o chá de bebê, as roupas do bebê, os brinquedos, o convenio médico… amiga, você ainda não fez nada disso? – Cole perguntou incrédulo.
 Bem, na realidade eu estava preparando todos os papéis pra tudo quanto é coisa, mas para não acabar com a graça da Alli, a madrinha, era melhor eu apenas suspirar.
- Vocês querem ajudar? – Perguntei e eles se entreolharam.
- CLARO QUE SIM! – Gritaram em uníssono. Olhei pra Cody que sorriu sabendo que o que eu fiz foi apenas pra eles participarem.
- Então vamos começar! - Fred falou se ajeitando e Emma virou a folha do caderno e pegou a caneta frufru.
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(Paraíso) – Um mês depois.

 Já estava escuro quando o sinal tocou e todos os alunos levantaram-se juntos. Enfiei a caneta no bolso e sorri orgulhosa. Novamente consegui tirar boa nota na prova, desta vez foi Gramática, outro ponto forte que carrego.  
- Vai ter grupo de estudos amanhã, quer ir? – Tom perguntou nada empolgado.
- Nem vou viu. – Falei me apoiando nele.
- Ultrasson? – Alli surgiu não-sei-de-onde.
- Aham, e vamos ver se é menina ou menino. – Me apoiei nos dois.
- Ta difícil andar? – Cole perguntou aparecendo do mesmo lugar que Alli.
- Um pouco. – Ok, está muito difícil andar. Eu já estava com uma barriga maior e estava ficando difícil fazer muitas coisas. Sentar é uma delas. Andar nem tanto, mas eu tinha que parar de cinco em cinco minutos senão passava mal.
- Percebi. Ta parecendo um pato. – Fred disse e eu olhei pra ele fazendo cara de brava – Um cisne? –
- Cala a boca Fred, ela ta grávida, é normal. – Dylan disse chegando. Ele fez sinal pra Alli sair do meu lado e passou o braço em volta da minha cintura.
 Não é que eu estivesse enorme… só parecia que eu tinha engolido uma melancia.
- Precisa de alguma coisa amiga? – Emma disse toda gentil.
 Esse povo já está me irritando.
- Não! Eu to bem gente. – Falei e eles suspiraram.
- MAS A GENTE QUER AJUDAR POXA, TÁ DIFICIL ENTENDER? – John berrou.
 Ajudaria se ele parasse de estourar meu tímpano.
 - Ok, gente, é o seguinte: - Os fiz parar de andar e fiquei de frente pra turma. – Eu agradeço muito tudo o que vocês andam fazendo por mim, mas não há mais o que fazer. O jeito é esperar nascer! –
- Falta muito? – Emma perguntou e eu neguei.
- Um mês. – Acariciei minha barrigona sorrindo.
- Caramba, já? – Fred falou impressionado.
- Pois é… eu não vejo a hora. – Sorri involuntariamente.
 Quanto menos tempo faltava, mais ansiosa eu ficava.
- Ai amiga, nós também! Imagina, todos nós cuidando de um bebezinho… - Tom falou com os olhos brilhando.
- Calma que falta pouco. – Cole disse acariciando minha barriga.
 Ultimamente estava tudo uma maravilha sem tamanho. Só que o cansaço estava do mesmo tamanho que a maravilha. Ao total foram onze consultas e uns trinta exames. Meus pais ligavam de meia em meia hora, os pais de Cody a mesma coisa, tanto pra mim quanto pra ele. Os gastos não eram muitos, mas uma hora eles iam chegar. O ano estava quase acabando, a gestação também. A formatura estava chegando, e o parto também. Eu estava cansada e Cody… bem, essa é minha preocupação. Ele anda preocupado demais comigo. Isso me dá medo. Ele praticamente não parou de trabalhar na engenharia e gostou tanto que começou a levar o tal curso a sério. Mas ele estava preocupado mesmo é com nossa casa. Lembra da casa da Barbie que eu vi em um folheto há uns meses atrás? Ele cismou que aquela seria a nossa casa. Estava muito cara, muito mesmo. Nós tínhamos apenas um mês pra sair da república e ir pra uma casa. Bem, ele quer ir para aquela casa.
 Continuamos caminhando até chegar aos prédios. Aos poucos cada um foi indo pra sua direção e eu fiquei sozinha. Apesar de estar escuro, eu não sentia medo. Meus pensamentos estavam tão distantes que eu estava no piloto automático pra chegar à república.
 Após alguns passos dolorosos, cheguei ao prédio e entrei no elevador.
- Oi… - Ouvi e olhei pro lado.
 Eu conheço essa criatura?
- Oi, é… - Eu ia falar algo, mas ele riu.
- Não, você não me conhece. – O garoto com um violão nas costas disse.
- Ah, ufa, achei que ia pagar mico. – Falei aliviada e ele riu.
- Você é a namorada grávida do Cody não é? – Ele disse e eu fui obrigada a usar sarcasmo.
 Olhei pro meu anel e depois pra minha barriga.
- Acho que sou. – Eu disse e ele riu.
- Ah eu sou Léo, ele não anda passando muito tempo com a galera e eu queria perguntar se ele ta bem, ou sei la, precisando de alguma coisa - O garoto… quero dizer, Léo, disse preocupado.
 Duas coisas me surpreenderam. A primeira foi que o tal Léo veio até mim para perguntar se o Cody estava bem e eu nem sabia que esse menino existia na vida do meu namorado. E a segunda: Eu não sabia o que responder.
 Cody não estava bem! Ele não anda se divertindo e isso ta me deixando louca. Uma lâmpada acendeu na minha cabeça e eu naturalmente fingi estar normal.
- Hm… ninguém te contou ainda? – Perguntei e Léo pareceu curioso.
– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
 Léo acenou pra mim e agradeceu. Saí do elevador e entrei em casa. Foi um pouco difícil abrir a porta, já que uma cabra elétrica estava doida pra sair.
- Calma Teodora! – Gritei. Quase não passei pela abertura da porta. Antes de você fazer piadinha com minha barriga, vou te explicar. Depois que a Creuza morreu, descobriram que eu tinha uma cabra dentro do campus e bem… isso não é permitido. Todos os dias o fiscal passa e olha se tem algum bichinho. É eu sei: QUARTEL. Se ela fizesse algum barulho o fiscal iria subir e me dar uma multa, e dinheiro não anda brotando no chão ultimamente.
 A Teodora não é toda branca, tem algumas manchas marrons pelo corpo e as orelhas maiores do que Creuzinha. É um pouco difícil conversar com ela sem lembrar a mãe, mas andamos sendo grandes amigas.
 Fiz carinho na Teo e corri pro banheiro. URINAR, MIJAR, URINAR E MIJAR é o que eu ando fazendo toda hora. O doutor disse que é normal e que eu não posso segurar o xixi. Logo eu ia ter que ficar de repouso, eu só quero que essa hora não chegue. Imagino eu deitada em uma cama o dia inteiro? NOT.
 Saí do banheiro, aliviada e fui para a cozinha.
Ultimamente eu ando aprendendo a cozinhar. Acho que motivada pela minha fome. Puxei a cadeira e com muito esforço, subi nela.
 Ouvi a porta batendo e deduzi que Cody havia chegado.
- AMOR? – Cody berrou e eu tropecei levando as panelas pro chão junto comigo. Em menos de dois segundos Cody chegou desesperado pra me ajudar. – VOCÊ TA BEM? – Ele me ajudou a ficar de pé.
- To sim amor foi só um… - Ergui o olhar e o encarei. A expressão de desespero dele me fez rir alto.
- Hey, não ri! – Ele cruzou os braços.
- Desculpa é que, você tinha que ver sua cara! – Falei gargalhando e ele cedeu um sorriso.
- E meu beijo? – Ele perguntou e eu sorri. Ele segurou minha cintura (se é que era possível) e grudou nossos corpos (ok, nada de comentários). Selei nossos lábios e deixei minha mente esvaziar. Nossas línguas se acariciando e nenhum sinal de mundo em volta. Parei o beijo com alguns selinhos rápidos e deitei minha cabeça no ombro dele.
- Senti sua falta. – Falei quase num suspiro. Ele sorriu e brincou com uma mexa do meu cabelo.
- Já acabaram as provas. Não vou mais chegar tarde, prometo. – Cody disse e eu sorri.
- Preparado pra amanhã? – Perguntei e ele abriu um sorriso maior do que o normal.
- Acho que sim, não vejo a hora. – Ergui a cabeça e olhei nos olhos verdes dele.
- Eu também. Hum… - Fitei as panelas caídas no chão. – Porque não vai tomar um looongo banho pra gente jantar logo?
- Ok, precisa de ajuda em alguma coisa? – Ele perguntou e eu neguei. – Qualquer coisa me chama. –
- Claro, vai lá. – Demos um selinho e ele foi pro banheiro.
 Após alguns minutos, a janta já estava pronta e posta em cima da mesa. Minha fome estava maior do que o normal, Cody ria alto com meu desejo pelo bife.
- Amor do céu, o que a pobre vaca fez pra você? – Ele disse quase caindo da cama de tanto rir.
- Pára de rir de mim! – Falei mastigando metade do bife.
- É que você ta tão sem piedade da leiteira que dá até dó! – Ele disse secando algumas lágrimas e eu ri.
- Eu to com fome ué, fazer o que? – Limpei a boca com guardanapo e levantei pra colocar o prato na pia, mas não fui muito longe.
- Espera! Eu levo. – Ele pulou da cama e pegou meu prato da minha mão. Deitei na cama e suspirei acariciando o bebê, digo, a barriga. Ele apareceu na porta da cozinha com uma taça de vidro enorme e eu arregalei os olhos.
- Cody Robert Simpson, não me diga que o que você tem aí é… - Comecei e ele assentiu.
- Sorvete de creme com pedaços de morango e cobertura de chocolate. – Ele completou e eu pude sentir meus olhos brilhando.
- Mas… como você… - Falei sem entender e ele deu ombros.
- Como eu o que? – Ele falou e eu balancei a cabeça.
- Eu tava na cozinha o tempo todo! – Eu disse e ele fez cara de mistério.
- Um bom mágico nunca revela seus truques. – Ele disse com voz afetada e fazendo pose com a taça em mãos. – Enfim… - Ele voltou a postura normal e eu ri.
 Cody se aproximou da cama e como se fosse mágica, tirou duas colheres da manga da camiseta.
- Ok, você já está me assustando. – Fiz careta e ele riu.
- Cabe mais um aí? – Ele se referiu inocentemente à cama.
- Hm… sei não. – Falei rindo da minha barriga e ele pulou pra deitar ao meu lado.
- Deixa disso, você ta linda! – Ele falou e eu o encarei.
- As Baleias também são. – Falei e ele riu alto. Cody pegou um pouco de sorvete com a colher e fez aviãozinho pra mim. Abri a boca e deixei ele me servir.
- Huuuuuum… - Gemi sentindo o sorvete derreter no céu da boca.
- Bom? – Cody perguntou.
- Delicioso! – Abri os olhos e encontrei Cody sorrindo orgulhoso.
 Incrível como ele me faz tão bem e gosta disso.
- Opa. – Senti algo estranho e ele deu um pulo.
- O que? – Ele perguntou e eu juntei as sobrancelhas. Peguei a mão dele e a coloquei sobre minha barriga.
 Um chute. Uma coisa tão simples e tão mágica.
Cody se emocionou que só. Os olhos lacrimejaram até a borda e o sorriso ia de orelha a orelha. Era inevitável não ficar emocionada também.
- Ai meu deus! – Cody dizia e eu ria.
Terminamos de comer a taça inteira de sorvete enquanto contávamos uma história pro bebê, conversamos mais um pouco e acabamos pegando no sono. Eu dormi aconchegada pelos braços fortes dele e ele com a cabeça na curva do meu pescoço.
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 #Sábado
Chegamos ao hospital, um pouco mais ansiosos do que no dia anterior, e sentamos para esperar o médico chamar. Quero dizer: eu sentei. Cody estava cavando um buraco no chão de tanto andar de um lado pro outro. As enfermeiras já estavam olhando feio para nós quando o médico bonitão gritou meu nome. E quando digo gritou não é exagero, posso dizer com toda convicção que o hospital inteiro pode me adicionar no Facebook. 
 Cody deu um pulo e foi me ajudar a levantar. Ok, eu não perdi as pernas, ainda sei andar.
- Bom dia doutor. – Falei e ele agradeceu desejando o mesmo.
- Sentem-se. – Ele nem precisava falar, eu já estava sentada. – Bem, como anda a gravidez? –
- Bem doutor, eu estou comendo tudo o que o senhor pediu – “E um pouco mais” pensei.
- Esses dias ela anda sentindo algumas dores. São normais? – Cody parecia ter ensaiado e re-ensaiado essa pergunta antes de fazê-la.
- Claro que são. Falta menos de um mês para ela dar a luz e algumas dores vão aparecer normalmente. Não precisa se preocupar, é completamente normal. – O doutor respondeu com toda aquela pose de “sei do que estou falando”.
- Então doutor, deixa eu te perguntar, pode ter relações sexuais durante a gravidez? – Perguntei e o doutor deixou escapar uma risadinha discreta.
- Bem… - Ele se recuperou. – Não é aconselhável, ainda mais com essas dores que você anda sentindo. É melhor deixar esse tipo de coisa pra daqui uns dois meses ok? –
- Claro. – Cody respondeu rindo da cara do doutor.
- Mais alguma dúvida? – Ele perguntou e nós negamos. – Então se deite ali. – Ele apontou pra “cama” ao lado de um aparelho que parece um computador. Assenti e com, obviamente, a ajuda de Cody, deitei.
 O doutor passou um gel sobre minha barriga e começou a deslizar o aparelho pequeno sobre ela. Cody estava todo o tempo apreensivo ao meu lado, segurando minha mão com força.
- Olhem. – O doutor apontou pra tela.
 A imagem estava cinza com algumas manchas brancas. Essas manchas era nosso filho. Todo encolhido com o dedo na boca.
- Ele está chupando dedo. – O doutor disse e eu olhei pro Cody. Ele devolveu um olhar todo emocionado e algumas lágrimas de felicidade começaram a cair de nós dois.
 Tão pequeno e tão sensível, frágil. A coisa mais linda que eu já vi em toda a minha vida. Desejei aquela criança nos meus braços naquele momento.
- Querem saber o sexo? – O doutor perguntou e nós dois nos olhamos sorrindo.
- Sim. – Dissemos em uníssono.
 As borboletas do meu estomago começaram a bater asas e eu já ia pular no doutor e enforcá-lo quando ele disse as palavras mais importantes da minha vida.
- É um garoto. –
 Não tenho descrições pro que senti. Foi como se minha felicidade fosse um foguete. As lágrimas aumentaram e tanto eu quanto Cody, principalmente Cody, estávamos com um sorriso bobo no rosto.
- Ouviu isso? – Cody sussurrou entre dentes e eu assenti. – Um Little cabrito. – Ele disse e eu acariciei o rosto dele. Cody se inclinou e me beijou. Nesse mundo ou de outra galáxia, nada ia nos separar.
- Eu te amo. – Falei e ele me olhou ainda emocionado.
- Eu te amo muito amor, muito. – Ele falou e eu ri à toa.
Saímos da sala agradecendo o doutor e parecia que todos da sala de espera queriam saber qual era o sexo do bebê. Ninguém perguntou, mas todos os olhares que recebi serviram de tecla SAP.
- Espera amor! – Falei e Cody apertou minha mão. – Vou ligar pra minha mãe. –
 E assim começou um turbilhão de telefonemas. Até pra Dona Lurdes nós ligamos (o telefone profissional dela estava no cartão que ela entregou para nós). Todos se emocionaram, gritaram (essa foi a Alli), choraram… todos muito felizes por nós.
 Uma música muito bonita começou a tocar no rádio da Mitsubishi e Cody tirou uma mão do volante pra segurar a minha.
- Toda vez que escuto essa música lembro de você, mas é a primeira vez que você escuta comigo. – Ele disse indeciso entre olhar pra estrada e olhar pra mim.
- É linda, quem canta? – Perguntei e ele sorriu. A banda parecia trazer uma lembrança boa pra ele.
- Coldplay. – Ele falou com os olhos brilhantes e eu virei a cabeça curiosa.
- Conta. – Falei e ele franziu a testa.
- O que? – Ele perguntou se fingindo de bobo.
- Seus olhos brilharam, conta o que essa banda te lembra. – Pedi e ele riu sozinho.
- Não é nada, é que… - Cody ia dar outra desculpa e eu fiz “sh”.
- Se fosse nada seus olhos não iam brilhar. – Falei e ele deu ombros.
- É o reflexo. – Ele disse sarcástico e eu ri.
- Não vem com essa! – Falei rindo. O celular começou a tocar e eu parei a conversa. – Ainda não acabou! – Falei e ele riu.
 Passei o dia na casa da Alli conversando sobre quinhentas coisas e enfins. Depois voltei pra casa, o dia seguinte seria todo dedicado a uma única pessoa.
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Ponto de vista do Cody – ligado.

 Olhei no relógio, já era meio-dia. Meus amigos não haviam ido pro estágio, o que eu sinceramente estranhei muito. Não que eles sejam nerds, ao contrário, são bem doidinhos, mas eles gostam de engenharia tanto quanto eu. E olha que tem que gostar muito pra em um domingo, acordar cedo e ir trabalhar.
- Por hoje é só isso, dispensados. – O chefe disse e eu pulei da bancada.
- Oi Cody. – Ashley, a doidinha que trabalha como gerente da empresa correu em minha direção.
- Oi Ashley. – Suspirei incomodado. Será que ele ainda não entendeu que eu tenho namorada?
- Me chama de Ash. – Ela pediu e eu a encarei risonho. Qualé, precisa se jogar assim?
- Não, tudo bem, gosto de te chamar de Ashley. – Falei tirando a chave do carro do bolso e ela assentiu.
- Vai pra casa? – Ela perguntou e eu tive vontade de dar uma boa patada, mas não quero magoar ninguém.
- Vou, minha namorada está me esperando. – Só faltei soletrar a palavra “namorada” pra ela entender.
- Ah ta, então até segunda. – Ela disse sorrindo e eu acenei.
 Acelerei o carro deixando a loirinha de roupa rosa pra trás. Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece. Liguei o rádio e troquei de estação umas cinco vezes até ouvir a introdução de Coldplay. Deixei a música tocar e minha mente ir direto a uma única pessoa.
 Já teve a sensação de que algo muito bom estava prestes acontecer?
Ajeitei-me no banco e diminuí a velocidade.
 Há alguns dias eu andei pensando em milhares de coisas, mas a mais importante decisão da minha vida já estava tomada. Passei por uma joalheria e suspirei. Continuei ouvindo a música e deixando tudo passar como um flash.
 Por um impulso, muito reflexo mesmo, virei pra direita e peguei o contorno.
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Saí da loja agradecendo cinqüenta vezes seguidas a moça super simpática. Coloquei a sacola no banco de trás e aconcheguei no banco. Fiquei parado, ali só pensando, até que meu celular tocasse.
Pensando nela…
- Amor? – Falei tranqüilo.
- CABRITO, ME AJUDA! – Ela gritou desesperada e eu dei um pulo.
- O QUE TA ACONTECENDO? – Gritei por impulso e ela que estava ofegante respirou um pouco pra falar.
- A BOLSA ESTOROU! – Ela disse e eu só enfiei a chave na ignição e virei já com o pé no acelerador.
 Os pneus queimaram e o celular voou pra longe.
Difícil é explicar o que passou pela minha cabeça naqueles longos cinco minutos de viagem. Uns turbilhões de coisas passaram sobre as outras e minha cabeça parecia o quarto do Fred de tão bagunçada. Pensei no quanto eu amava ela, pensei no nosso filho, pensei em tudo mesmo. Mal estacionei o carro, puxei o freio de mão e corri pro prédio. Apertei o botão do elevador, mas ele não chegava, os dois segundos em que esperei pareceram séculos. Olhei pros lados procurando outra opção e não pensei duas vezes antes de subir as escadas.
 Foi pulando de quatro em quatro degraus que cheguei ofegante ao sexto andar e praticamente arrombei a porta
- SURPRESA! –
 Demorou pra eu entender, mas entendi. Devia haver umas trinta pessoas espalhadas pela sala. A Pequena apareceu linda na porta da cozinha e me encarou risonha.
- Oi amor. – Ela falou rindo e eu relaxei os músculos.
- Mas não é meu aniversário. – Falei sorrindo.
- E quem disse que a gente ta comemorando o aniversário de alguém? – Fred falou de boca cheia e eu fiz careta.
- O que a gente ta comemorando mesmo? – Jake perguntou.
- Você não sabe? – Dylan retrucou rindo.
- Sei lá, disseram que ia ter rango de graça e nós entramos no avião, ué. – Josh falou e todos riram.
- Nós estamos comemorando você. – A Pequena disse vindo na minha direção. Poxa, como ela estava maravilhosa. O cabelo antes longo e encaracolado, agora estava curto com uma franja na testa. Simplesmente perfeita, opa, mais perfeita. O que já era lindo ficou melhor ainda. E eu achando que não tinha como ficar melhor.
 Acho que fiquei um bom tempo maravilhado, apenas encarando ela, pois quando dei conta a galera começou a gargalhar da minha cara.
- Hã? – Soltei e ela riu corada.
- Eu disse que nós estamos comemorando você. – Ela repetiu e o povo parou de rir.
- Como assim? – Franzi a testa.
- Nós estamos comemorando o cara incrível que você é. – Cambo falou.
- Tanto como amigo quanto como irmão, namorado, colega de trabalho, músico… - Cole ia continuar, mas foi interrompido pela Emma.
- Enfim, a gente nunca te falou isso, mas todo mundo aqui te ama muito! – Ela disse e todos concordaram.
 Essa me pegou desprevenido. Toda aquela galera me homenageando… sem palavras. Não sei se foi meio gay ou não, mas que meus olhos encheram de água: encheram.
- OOWNT, QUE LINDO, ELE TA CHORAANDO! – Alli empurrou todo mundo e me abraçou.
- É isso aí cara, você merece tudo o que tem e muito mais. – Jake falou e eu agradeci.
- Quem deu a ideia? – Perguntei abraçando cada um deles.
- Ah, quem seria? – Fred disse como se fosse obvio e eu olhei pra Pequena que estava com o sorriso mais lindo do mundo.
- Eu encontrei o Léo no elevador e ele me disse que você não anda passando muito tempo com os amigos então, eu resolvi te lembrar da importância deles. – Ela disse apontando pro Léo, amigão de classe, que estava sentado no sofá.
- Não tenho palavras pra agradecer vocês, serio mesmo. – Falei abraçado com minha irmã.
- A gente é que tem que agradecer você por sempre nos ajudar. – Léo falou e a galera concordou.
- De boa Cody? Nunca te falei isso então aproveita o momento. Eu te amo demais! – Jake falou e Cambo concordou rindo.
- Tu é F-O-D-A! – Fred gritou e todo mundo bateu palma.

Ponto de vista do Cody – desligado.
– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
 Abri os olhos e sorri.
Depois de toda aquela homenagem pro Cody, a gente começou a bagunça e a festa foi a tarde toda. Era nove da noite a galera ainda estava aqui paparicando tanto Cody, quanto eu e o bebê. O povo foi embora e eu acabei cochilando em cima do Cody.
 Cody lentamente abriu os olhos e as pérolas verdes brilharam.
- Oi. – Falei e ele sorriu me puxando mais pra perto. - Dormiu bem? –
- Melhor impossível. – Ele acariciou meu rosto com cuidado. – Eu amei. –
- O que? – Perguntei confusa e ele suspirou de felicidade.
- Tudo. A festa, o trabalho que você teve em chamar cada um dos meus amigos, seu novo visual… tudo. – Cody deixou nossas testas juntas e eu sorri.
- Eu sei que você me ama, mas quero que você não esqueça seus amigos. – Falei e ele assentiu, como uma promessa.
- Você quase me matou de susto. – Ele disse e eu ri alto. – Acho que a sua maior sorte hoje foi eu não ter morrido no caminho pra cá! –
- Era o único jeito de te fazer vir correndo! E eu queria te dar um susto também! – Falei e ele fez cara de ofendido.
- Ah, então você queria é? – Ele começou a fazer cócegas em mim e eu gargalhei. – Quer dar uma volta? –
- Hã? – Falei me recuperando.
- Quero te levar pra um lugar. – Ele disse e eu franzi a testa.
- Vai dar meia noite amor… - Falei e ele deu ombros.
- Você quer? – Ele insistiu e eu suspirei.
- Ok, cinco minutos. – Cedi e ele sorriu empolgado.
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 Eu já estava vestida com uma calça jeans, uma blusa de moletom cinza largo de Cody e um allstar cinza quando Cody apareceu na porta apontando pro relógio.
- Não eram cinco minutos? – Ele perguntou encostando-se ao batente.
- É que eu não sabia o que colocar… você nem falou pra onde a gente vai. – Me justifiquei e ele deu ombros.
- Nem vem com essa, não vou contar. – Ele falou segurando minha mão e me guiando pra porta.
- AAAH, QUE DOLGA! – Imitei Sammy e ele riu alto.
- Sinto falta do baixinho. – Ele falou e eu sorri.
- Eu também, meu mano. – Falei encostando a porta. – Então, não vai contar mesmo? –
- Nop. – Ele falou rápido e eu suspirei.
- Só não me mata do coração ta? – Falei entrando no elevador com ele e ele fez cara de pensativo.
- Prometo nada. – Cody disse apertando o térreo e eu ri.
 Atravessamos o estacionamento de mãos dadas, porque a garotinha aqui tem medo do escuro e é capaz de ter um treco quando ela fica sozinha num lugar como aquele, principalmente no escuro.
Entramos no carro rindo de algum comentário besta sobre meu medo e colocamos o sinto.
- Preparada? – Ele perguntou colocando a chave na ignição.
- ACELERA TIO! – Gritei como se tivesse em uma excursão e ele gargalhou. Passamos todo o percurso, desconhecido por mim, conversando e cantando as músicas que passavam nas rádios. O caminho todo foi pela orla (beira da praia) e praticamente só havia nós dois acordados na grande Los Angeles.
- Chegamos – Cody puxou o freio de mão e olhei em volta. Era só a antiga. – Agora é só subir. –
- Subir… onde? – Perguntei e ele sorriu sapeca apontando pro arranha-céu – TU ENLOUQUECESTE CODY SIMPSON? –
- Hm… só um pouquinho. – Ele falou e eu balancei a cabeça.
- Você quer que eu suba as escadas do US Bank Tower? – Perguntei calma e ele riu.
- Claro que não, eles deixam o prédio aberto a noite e a gente pode subir de elevador. – Ele disse e eu ri.
- BORA ENTÃO. – Saí do carro e ele também.
- Sabe… - Ele começou enquanto atravessávamos a rua. – No meu tempo não tinha elevador. –
 Entramos no prédio. Estávamos nós dois no pátio vazio. Entramos no elevador e apertamos o ultimo andar, a cobertura.[dê play chuchu]
- E você costumava vir muito aqui cabrito? – Perguntei passando meus braços sobre o ombro dele.
- Toda noite. – Ele respondeu sorrindo. – Eu vinha aqui pra pensar, cantar… -
- E você subia as escadas? Toda noite? – Perguntei e ele assentiu.
- Eu chegava duas horas antes porque aí dava pra subir devagarzinho, parando pra beber água e tal. – Ele disse segurando minha cintura e eu me impressionei.
- Nossa. – Soltei por impulso e ele riu.
- Mas vale a pena, a vista é linda! – Cody disse e eu quase pude ver a vista refletida nos olhos verdes.


(When she was just a girl)
Quando ela era apenas uma garota
(she respect the world)
Ela esperava o mundo
(But it flew away from her reach)
Mas ele vôou fora de seu alcance
(So she ran away in her sleep)
Então ela fugiu em seu sono

- Ah, não pode ser tão linda assi… - Olhei pro lado e a porta do elevador abriu lentamente, deixando a vista tomar conta de todo o meu horizonte. Dava pra ver Los Angeles inteira, as luzes das casas acesas, o mar ao lado e todo o resto da cidade. A paisagem mais linda da minha vida!
- O prédio tem 310 metros, é o único arranha-céu aqui em Los Angeles. – Ele disse me abraçando por trás e apoiando o melhor queixo em meu ombro.
- É lindo. – Falei e ele sorriu.
- Eu tenho algumas coisas pra te falar amor. – Cody disse e eu virei pra olhar pra ele.
- Diga. – Sorri e ele respirou fundo.
- Eu quero te agradecer não só por hoje, mas por tudo que você já fez por mim, e é muita coisa, eu sei. Você me deu os melhores três anos da minha vida e não há palavras pra eu explicar o quanto eu sou grato por isso. – Ele disse sincero e pegou fôlego pra continuar.



(The stormy night)
Na noite de tempestade
(Away she'd fly)
Para longe ela voaria
(And dreams of paradise)
E sonharia com o paraíso
(Para-para-paradise)
Para-para-paraíso
(Para-para-paradise)
Para-para-paraíso

Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

- Eu te amo muito, o suficiente pra pular daqui se fosse preciso! – Ele disse e eu sorri.
 - Depois de todos esses anos, é impossível não dizer que o que existe entre nós é amor, aquele tipo de amor de conto de fadas, que não acaba nunca. E agora você está grávida, de um filho meu, nosso! –
- Eu passei semanas planejando o que ia te falar, mas acho que eu devia ter ensaiado mais, pois o que tenho pra te falar é muita coisa, muita mesmo. Eu não posso te falar tudo em meia hora, pensei que podia, mas não posso! –

(And so lying underneath those stormy skies)
E assim por debaixo dos céus tempestuosos
(She'd say oh-oh-oh-oh-oh-oh i know the sun must set to rise)
Ela dizia: ''oh, oh oh oh oh, eu sei que o sol deve sair para se pôr"

- Resumir em “eu te amo” já é muito clichê então eu achei outra maneira, uma única frase de apenas duas palavras - Os olhos verdes brilhantes e os ombros tensos. Ele estava realmente falando tudo aquilo ou foi apenas minha imaginação projetando um sonho?
Cody ajoelhou-se à minha frente. Como mágica, ele apenas abriu a palma da mão livre e uma caixinha cor vinho apareceu sob ela. Ele a abriu e um anel brilhante fez meus olhos encherem de água. Fechei os olhos com força. Ele não ia fazer isso, se eu abrisse os olhos, tudo ia desaparecer? O cenário, o anel, Cody me olhando quase implorante. Eu não queria arriscar. Estava tudo tão perfeito, exatamente do jeito que sonhei.
- Mas antes de dizê-la, quero deixar claro que se uma estrela cadente passasse por aqui neste momento, meu único desejo seria de que você dissesse sim. – Ele ainda segurava uma das minhas mãos e olhava no fundo dos meus olhos. O silêncio estava quase me deixando louca, quando ele pegou fôlego e disse as duas palavras que mudariam minha vida:
 - Casa comigo? –

Continua.

Autora: Gente, eu to de castigo e acabei de dar uma fugidinha e consegui postar o capitulo. Hm, três coisas:
 Primeira: Um pedido especial de desculpas pra @ThayMarques25 e pra @IceCreamCody, pois eu prometi que ia postar, mas no outro dia minha mãe me colocou de castigo ~~le chora.
 Segunda: AAA O NOME DA CABRA (A Teodora) É EM HOMENAGEM À @Alli_Dorgada. MINHA BITCH, ESSA FOI PA TU ;)
 Terceira: O Imagine total deu 40 páginas e eu achei muito pra postar, então postei só 24 páginas e até dia 10 (quando eu saio do castigo) eu posto o resto, óquei? E não esqueçam de comentar pra tia Lilah aqui.
 XOXO COMENTEM DIWAS DA LAJE
 

12 comentários:

Anônimo disse...

AAAHH PRIMEIRA ~dance~ vc me fez chorar U.U mas ta perfeito. ELA TAM QUE DIZER SIIIIIM!!!

Anônimo disse...

OOOOOMMGGGGG ! Perfeição, essa palavra não é suficiente pra descrever esse imagine. Amo, mais que eu tudo . <333 @brazilianswagge

Kethellen Cristina disse...

Que FODAAAAA !!!
Ameei demaaaaaaais,muuuito mesmo.
Como sempre,muuuuuito PERFEEEITO s2
Então,continuuuuaaaaaaaaaaaaaaaaaaa ..

Anônimo disse...

Dalila, piriguete, atualiza isso logo. curiosa *-*

Anônimo disse...

ATUALIIIIZA, ATUALIIIIIZA, ATUALIIIIZA ♫

Anônimo disse...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-*-*-*-*-*-*-*-*-* amei, ♥

Angel disse...

KKKKKKKK, fica fazendo coisa errada, aí fica de castigo e me deixa curiosa... IUHASUIASIHA ta perfect sua vadia! continua! <3

Anônimo disse...

continuaa

Anônimo disse...

Dalila, atualiiiiiiiza ♥

Unknown disse...

CONTINUAAAAAAAA
tá de deboxe ?

Cabriteusa disse...

Se disser não eu dou tiro de basuca ! Oshee haha! Continua logo isso Lilah \õ/

Tá de deboxe? ²

Gabi disse...

Tia Lilah ta ótimo o seu imagine, continua to muito curiosa.
Gente leiam esse blog e se gostarem sigam por favor é da minha best.
http://www.imaginesepuder.blogspot.com/
@gabirobinhah sigam la.PLEASE.