Continuação
do Capítulo 3
Não é terrível quando as coisas simplesmente
saem dos seus planos? Por exemplo, meus planos eram bem específicos: Ir para
Los Angeles com minha família e meu melhor amigo, ajudar ele a viver os sonhos
dele, porém viver os meus também e ir levando a vida.
Ok, não eram tão
específicos, mas ainda assim eram planos.
Planos que foram interrompidos pelo meu visto
cancelado, assim me deportando para a Austrália novamente. A notícia foi um
choque. Matt nos explicou que meu visto foi negado pois era preciso um
documento que eu não tinha e este documento demora vários meses para ser feito,
e eu não poderia esperar o documento em Los Angeles.
Olhei para Matt,
que dirigia o carro. Estávamos voltando pra casa após o ensaio e o clima estava
muito tenso. Cody não abriu a boca em momento algum depois daquele anuncio.
Alli me mandou um olhar triste e eu torci a boca. Cody havia sentado do outro
lado da janela, longe de mim.
- Chegamos… – Matt
quebrou o silêncio quando carro estacionou em frente minha casa.
- Bom, obrigada
pela carona denovo Matt. – Forcei um sorriso. – Até amanhã. –
- Até amiga – Alli
disse suspirando.
Cody se manteve imóvel, olhando pro outro lado
da rua. Nenhum olhar, nenhum aceno, nenhuma palavra… nada. Só um grande pote de
ignorância.
Dei as costas e caminhei até a porta. Matt
manobrou o carro para o outro lado da rua e eu virei pra espiar Cody e Alli
entrando em casa. Cody olhou pra mim triste, como se estivesse segurando algo
muito forte na garganta, virou e entrou em casa. Fiz o mesmo. Entrei em casa,
subi a escadaria e entrei no meu quarto.
Meu quarto sempre foi, por incrível que pareça,
limpo. Não organizado, mas limpo. As paredes azuis e o piso branco combinavam
perfeitamente com o armário lilás e minhas roupas de cama. Minha cama ficava no
canto do cômodo, enquanto no outro canto havia uma escrivaninha branca cheia de
livros e papéis. Uma das paredes era feita com uma camada fina de metal, onde
eu conseguia colocar fotos em qualquer canto da parede com imãs coloridinhos.
Retirei meu allstar com facilidade e o joguei
pra longe de mim. Deitei na cama e fiquei olhando para o teto como se dali
fosse sair uma solução pro meu problema.
Será que Cody estava bravo comigo? Creio que
não, eu não fiz nada! Mas o jeito que ele me olhou antes de entrar em casa foi
tão diferente.
Senti o celular vibrar no meu bolso e o
peguei.
“Dá pra abrir a porta ou a gente vai ter que
escalar sua sacada?”
Não aguentei e ri
com o sarcasmo de Cher. Desci as escadas e abri a porta.
- Finalmente menina
– Cher disse batendo o pé e Damian riu fofinho como sempre. Fiz sinal pros dois
entrarem e assim eles fizeram. Subimos as escadas ouvindo os resmungos de Cher
sobre o dia na escola e entramos no meu quarto.
- E depois o
professor teve a cara de pau de falar que a culpa foi minha! – Cher terminou e
se jogou em cima da minha cama. Damian fez o mesmo.
- O que foi? –
Damian notou que eu não estava muito bem.
- Ah, se eu falar
vocês nem vão acreditar. – Suspirei sentando na cadeira giratória da
escrivaninha. – Eu vou ser deportada. –
- O QUE? – Os dois
disseram em uníssono.
- Como assim? –
Damian disse de olhos arregalados.
Contei tudo o que Matt me disse e eles ouviram
de olhos e ouvidos atentos.
- Eu não to
acreditando nisso. – Cher disse cruzando as pernas.
- Eu avisei. –
Torci o nariz e suspirei.
- Não tem como
esperar aqui mesmo em Los Angeles? Essa leis de deportação são cheias de becos…
deve ter alguma coisa! – Damian disse passando a mão no topete.
- Não sei… creio
que não. – Falei juntando as sobrancelhas. – E se eu for embora não tenho como
voltar depois. Só daqui uns 4 ou 5 anos -
- Por causa do
tempo de deportação né? Já ouvi falar sobre isso. – Cher disse indignada. –
Você já tem data pra ir embora? –
- O representante
ficou de ligar pro Matt pra avisar. Eu fiquei sabendo hoje, nem sei se meus pais
já sabiam. – Levantei e entre Cher e Damian.
Alguns segundos de silêncio até que Damian
decidiu falar algo.
- Eu vou sentir sua
falta… - Ele me abraçou de lado e eu deitei minha cabeça no ombro dele.
- Idem, amiga. –
Cher disse com os olhos cheios de lágrimas e depois segurou minha mão.
- Ah bebês, eu
também vou. Amo muito vocês. – Falei emocionada.
- Mas e sobre o
Cody? – Damian disse se ajeitando e eu me joguei pro colo de Cher, deitando
minha cabeça nas pernas dela e colocando minhas pernas no colo de Damian.
- Ele tá estranho
comigo. Não falou nada até agora. – Comentei e Damian torceu o nariz.
- Talvez ele esteja
com medo de te perder pra sempre. – Cher disse brincando com uma mecha do meu
cabelo.
- Talvez ele esteja
pensando em como te dizer adeus, ou ele tenha algo muito importante pra te
falar antes de você ir embora e não esperava essa notícia… - Damian disse como
se soubesse de algo e eu juntei as sobrancelhas notando a pretensão das
palavras dele.
- Como assim? –
Sentei direito ao lado dele.
- Ah amiga, tanto
tempo juntos, às vezes a gente acha que as coisas são pra sempre, e quando
descobre que não são, o choque pode ser grande. – Cher filosofou em sua própria
experiência com a vida.
- Exato. – Damian
apontou pra Cher como se ela tivesse tirado as palavras da boca dele.
- Certo, e o que eu
devo fazer? Ficar na minha ou ir falar com ele? – Perguntei levantando da cama
e ficando de frente pros dois.
- Melhor esperar
ele falar com você. – Damian disse como se tivesse certeza do que ele estava
falando. – Espera até ele sair desse choque e tomar coragem pra falar contigo.
–
- Eu não concordo.
– Cher disse jogando os ombros. – Acho que você tem que ir falar com ele o mais
rápido o possível, pois nunca se sabe… vai que você tem que sair de Los Angeles
amanhã? –
- Odeio quando
vocês não concordam nos conselhos. – Falei passando a mão na testa.
- Ah amiga, só
segue seu coração. – Cher disse e eu ri fraco.
“Segue seu coração”
é uma frase tão inútil pra alguém que pede um conselho. Se eu soubesse pra onde
meu coração estava me mandando, eu não pediria um conselho certo?
- Eu vou pensar no
que fazer mais tarde… - Encostei minha bunda na escrivaninha.
- Ok. – Eles
disseram em uníssono.
- Mas agora você
vai fazer um rango pra gente. – Damian disse levantando e Cher fez o mesmo.
- Tem comida na
casa de vocês não é? – Perguntei rindo e desencostando da escrivaninha.
- Lógico que temos,
mas tem que preparar, cozinhar, colocar num prato, depois lavar a louça… - Cher
disse como se ficasse cansada só de pensar. – Aqui é mais fácil, é só mandar
você ir fazer. –
- Ah, que bacana da
parte de vocês. – Ri e desci a escada acompanhada por eles.
Passamos pela sala e fomos pra cozinha. Damian
se jogou em cima do balcão e Cher correu pra abrir a geladeira.
- AH MEU DEUS, TEM
NUTELLA. – Cher berrou e Damian deu um pulo.
- Nunca viu um
nutella na tua vida não menina? – Perguntei tirando o pão do armário e ela me
encarou de testa franzida.
- Tomar no cu você
não quer né amiga? – Ela disse e Damian gargalhou.
- Você tá na minha
casa, vai comer da minha comida e ainda me pergunta se eu quero tomar no cu? –
Perguntei rindo da situação e ela riu alto.
- Pega o nutella, o
iogurte, duas facas e três copos. – Eu ordenei e saí batendo o pão em todas as
paredes até chegar na sala. Logo vieram os dois passa fome discutindo sobre
quem iria lamber a tampinha de alumínio do nutella. Jogaram o iogurte, as facas
e os copos em cima da mesinha de centro e sentaram no sofá.
- Hey, coloca na
FOX que tá passando Glee. – Cher disse apontando pro controle na mão do Damian
e ele assentiu.
- Mas é tudo
reprise. – Falei passando o nutella no pão e lambendo meu dedo sujo do
chocolate cremoso.
- E daí? É Glee do
mesmo jeito. – Cher disse e eu ri.
- To ansiosa pela
quarta temporada… - Falei despertando o interesse de Cher em conversar.
Passamos uma hora e meia conversando sobre
televisão, cinema e música (assuntos que sempre vem após falar de Glee) e
depois os dois foram pra casa.
Lá estava eu, novamente, sozinha em casa.
Subi as escadas e
entrei no meu quarto. Abri a porta da sacada e me apoiei no mármore branco. A
vista da sacada era um lago lindo que ficava no centro de um ponto cheio de
árvores do bairro. Era como uma praça, mas com um lago. Havia alguns banquinhos
em volta do lago e uma ponte de madeira que parecia um arco dava passagem de um
ponto do lago para o outro lado.
Passei a mão no cabelo e pensei em como minha
vida mudaria sem Los Angeles. Sem meus amigos. Sem o Cody.
Ah, o Cody. É incrível como não importa o
quanto eu cresça ou mude, meu mundo continua girando em volta desse garoto.
Quer dizer, ele é meu melhor amigo desde sempre. A verdade é que não importa
pra onde eu vá, eu posso mudar de continente, trocar corte de cabelo, ter uma
vida completamente diferente, completar sessenta anos e me mudar pra uma casa
que fica de frente pro mar pra esperar a morte, mas nunca vou esquecer ele.
Nunca vou esquecer os sorrisos que ele me forneceu, as lágrimas que
compartilhamos e o amor e carinho que ele sempre me deu… Droga, lágrimas.
Deixei minhas lágrimas escorrerem pelo meu
rosto e funguei. Eu não conseguiria ficar quieta enquanto não soubesse o que
exatamente ele está sentindo.
Caminhei de volta pro meu quarto e peguei meu
celular que estava em cima da escrivaninha. Disquei o número da Alli e esperei
chamar.
- Alô? Amiga? –
Alli disse como se estivesse surpresa.
- Oi amoreco, bem?
– Sentei na minha cama.
- Sim e você? – Ela
disse estranhamente.
- To bem também,
tirando as notícias de hoje… - Falei puxando assunto e ela concordou.
- Mas qual é o
motivo da ligação? – Ela perguntou e eu suspirei.
- É o Cody. – Falei
tensa e ela suspirou como se fosse óbvio. – Ele tava estranho comigo quando
chegamos e eu to muito preocupada… -
- Ele tá mal, muito
mal. – Alli disse e meu coração quebrou em trocentas partes.
- Sério? Tem como
eu falar com ele? – Perguntei e ela sussurrou um “eai?” como se estivesse
falando com alguém fora do telefone. Ele estava ao lado dela, eu tinha certeza.
- Agora não. – Ela
disse e eu senti uma dor no coração. Como assim “agora não”? Ele não queria
falar comigo?
- Hm… pode ser que
horas então? – Perguntei e ela ficou em silêncio por uns momentos.
- Mais tarde
talvez. – Ela disse como se não quisesse dizer aquilo.
- Hm… ok então…
até. – Falei e ela desligou o telefone na minha cara.
Ponto de
vista de Cody Simpson - On
- Mais tarde talvez
– Alli falou contra a vontade dela. Não acredito que eu estava dispensando ela.
Ignorei o olhar negativo da minha irmã e voltei a olhar pro teto.
- Hm… ok então…
até. – Panda disse magoada e Alli desligou o telefone, cheia de raiva.
- Não to
acreditando nisso. – Ela falou jogando telefone em mim. Eu estava deitado na
cama e ela estava sentada no pufe branco que fica perto da janela.
- Eu não tive
escolha, não fala como se a culpa fosse minha. – Eu disse como se ela estivesse
completamente errada.
- Não teve escolha?
Sempre tem uma escolha Cody! – Ela aumentou o tom de voz.
- Aé? Cite uma. –
Ele me desafiou.
- Você podia ter
falado com ela, ou pelo menos dito que ainda não tinha esfriado a cabeça ou
algo do tipo. – Ela levantou e apontou pra janela do quarto da Panda. – Agora
ela deve estar lá, magoada e confusa, achando que você não quer falar com ela.
–
- Mas eu não quero
falar com ela. – Eu disse e ela riu.
- Até quando você
vai tentar se enganar Cody? – Perguntou cruzando os braços e eu me ajeitei pra
ouvir.
- Do que você tá
falando? – Perguntei como se não soubesse.
- Eu to falando
sobre essa sua insistência de dizer “ela é só minha amiga” quando te perguntam
sobre ela. – Ela disse e eu senti um nó na garganta.
- Mas ela é só
minha amig… -
- CALA A SUA BOCA.
– Alli perdeu a cabeça e dei dois passos à frente. – Olha só, nós dois sabemos
que você a ama. E não to falando de amor de amigo, eu to falando de amor de
verdade. Pára de se esconder Cody, você sabe que isso faz mal tanto pra você
quanto pra ela. –
- Eu vou dormir. –
Dei as costas e ela fez um som que eu identifiquei como um suspiro que
significa “Não acredito que você falou isso”.
- Eu só estou
tentando de ajudar. – Ela explicou dando um passo à frente.
- Então pare de
tentar. – Falei seco.
Ela ficou em silêncio e saiu do meu quarto
batendo os pés e a porta quando feito.
Droga, odeio brigar
com minha irmã.
Eu estou tão confuso, realmente não sei o que
fazer. A Panda vai sair da América e eu não posso ir junto, mas eu sei que
nunca vou conseguir levar minha vida adiante sem ela. Ela é tudo pra mim. Não
há nada no mundo que me faça esquecer o quão lindo é o sorriso dela ou os olhos
dela, ou… ela.
Afundei o rosto no travesseiro e chorei pela milésima
vez no dia. Ela é a única garota por quem eu sinto isso e sempre vai ser. Essa
coisa esmagadora que dizem que é amor me enforca desde que nos beijamos ou até
antes, mas agora estava tão forte. Só de pensar em perder ela…
Chorei mais um pouco e levantei pra tomar um
banho. Arranquei a roupa e entrei no chuveiro. Água morna pra ajudar a pensar.
Depois me joguei na cama e dormi. Acordei era meia noite e meia.
Peguei o notebook e fiquei lendo as mentions
do meu twitter.
- Oi cara. – Ouvi
uma voz conhecida e virei. Billy estava na porta me olhando de testa franzida.
Ele ia passar uma semana na minha casa enquanto seus pais viajavam.
- Fala aí. –
Respondi sentando na cama. Ele caminhou até o pufe e se jogou pra trás.
- Como que tá? –
Ele perguntou e eu suspirei.
- Confuso. –
Respondi passando a mão no cabelo.
- Você não vai a deixar
ir embora não é? – Billy perguntou e eu ri com ironia.
- Eu tenho escolha?
– Perguntei e ele ficou em silêncio por alguns segundos.
- Sempre há
escolha. – Billy disse e eu joguei a cabeça pra trás. Segunda vez que alguém me
diz isso hoje. Já que “sempre há escolha”, bem que alguém poderia me dizer qual
é essa tal escolha nesse caso, pois eu não consigo descobrir.
- Eu não posso sair
da América e ela não pode ficar. Então me diz, qual é a escolha? – Perguntei e
ele suspirou.
- Ah, sei lá… você
fez um trabalho sobre leis, não tem nada que você lembre e possa mudar essa
situação? – Ele perguntou e eu arregalei os olhos.
Em questão de segundos me lembrei de mais de
280 leis, mas encontrei uma que poderia mudar tudo. Peguei meu celular e
disquei o número de Matt.
Ponto de
vista de Cody Simpson - Off
Peguei a pera,
cortei um pedaço e enfiei na boca. Eram quase uma hora da manhã e eu ainda não
havia conseguido dormir. Todas as luzes da casa estavam apagadas, exceto a do
meu quarto.
Quando meus pais chegaram tivemos uma longa
conversa sobre como seria daqui pra frente. Obviamente, não foi agradável. Meus
pais deixaram bem claro que se fossemos embora, não teríamos como voltar.
Depois jantamos e fomos dormir. Bem, eles
foram dormir. Eu não consegui fechar os olhos desde então, pois Cody não saía
da minha mente.
Todas as lembranças correndo pela minha mente,
mas uma delas me fez sentir um nó na garganta inexplicável. Lembrei do dia em
que Cody me contou que estaríamos indo pra Los Angeles viver nossos sonhos e eu
o fiz uma promessa.
“- Hei. - Ele disse
olhando nos meus olhos e eu movi a cabeça o mandando prosseguir. - Promete uma
coisa? -
- O que? - Perguntei e ele
corou pegando fôlego.
- Promete que eu nunca vou
te perder? - Cody disse e eu sorri. Esse foi o momento mais sincero da minha vida.
Ergui o dedo
mindinho e ele fez o mesmo.
- Nós contra o mundo. -
Falei e ele sorriu, entrelaçamos os dedinhos e ele repetiu:
- Nós contra o mundo.”
Levantei pra ir ao banheiro e caminhei pelo
corredor sem fazer barulho. Fiz xixi e quando estava voltando, ouvi barulhos
estranhos vindos do meu quarto. Um som de pedras batendo em algo. Entrei no
quarto como se estivesse caindo meteoros ou havendo uma invasão alienígena.
Vistoriei o quarto todo e olhei dentro do
armário (pra ter certeza que não havia nenhum monstro S.A), mas não encontrei
nada.
O som ocorreu novamente e então percebi que
vinha da janela. Corri por impulso pra olhar e me assustei com a visão.
Cody estava só de pijama e pantufa jogando
pedras na minha janela. Considerando que ele sempre teve uma mira horrível,
aquela devia ser uma emergência extrema.
Abri a janela e fui acertada pro uma pedra bem
no meio da testa.
- FOI MAL! – Ele gritou
e eu gargalhei.
Ele fez sinal pra eu descer e assim eu fiz.
Fechei a janela e caí escada abaixo. Saí pela porta dos fundos, dei a volta na
piscina e passei pelo jardim, encontrando Cody na porta da frente.
- Cody… - Dei mais
alguns passos até chegar mais perto dele – Aconteceu alguma coisa? –
- Claro que
aconteceu, acha que vim de pijama e pantufa na madrugada treinar atiramento de
pedrinha na tua janela por nada? – Ele disse e eu ri.
- Imagino que não. –
Falei e ele sorriu.
- Eu descobri um
jeito de você ficar aqui em Los Angeles até seu visto sair. – Ele disse
empolgado e eu arregalei os olhos.
- JURA? – Berrei e
depois me repreendi. – Como? –
- Você tem que ser
minha namorada. – Ele disse e eu ri.
- To falando sério
Cody, como? – Perguntei denovo e ele franziu a testa.
- Eu também to
falando sério. – Ele agitou a cabeça. – Você tem que ser minha namorada. –
Como se respira mesmo? Cody estava, às uma da
madrugada, de pijama e pantufa na porta da frente da minha casa, me pedindo em
namoro. Isso mesmo produção?
- C… como assim?
Explica direito menino. – Fiz sinal pra ele desembuchar e ele agitou a cabeça
novamente.
- De acordo com uma
lei, a deportação deve ser cancelada se a pessoa que for deportada tenha um
relacionamento sério e público com outra pessoa, ou seja – Ele tomou fôlego. –
se você for minha namorada e eu anunciar pro mundo inteiro, você pode ficar
aqui em Los Angeles até que seu visto seja liberado novamente. – Ele disse
empolgado, como se fosse um gênio por ter descoberto aquilo.
- O que? Você bebeu
Cody? – Perguntei e ele juntou as sobrancelhas, desfazendo o sorriso lindo que
estava no rosto antes.
- Há um problema? –
Ele perguntou e eu ri ironicamente.
- Um problema? Há
vários! – Falei e ele torceu o rosto. – Eu não posso fingir ser sua namorada! –
- Por quê? – Ele disse
e eu tomei fôlego.
- É óbvio Cody. Pra
ser sua namorada de mentirinha eu vou ter que mentir pra mais de três milhões
de fãs suas e ainda tem os repórteres e manchetes… - Falei atropelando as
palavras e vi Cody abaixar a cabeça.
- Eu achei que você
estivesse disposta a passar por isso… - Ele falou baixo, como se estivesse
segurando algo.
- Cody… - Ergui o
rosto dele com minha mão. – você tá disposto a isso? –
- Você não entende não
é? Eu to disposto a fazer qualquer coisa por você! – Ele gritou pra acordar a
vizinhança.
- Isso é loucura. –
Falei com um tom elevado de voz.
- Loucura? – Ele juntou
as sobrancelhas e se aproximou de mim. – Loucura é eu te amar tanto a ponto de
não poder seguir a minha vida sem você comigo. –
Senti minha
respiração falhar e minha pressão diminuir. Ele realmente havia dito aquilo?
Quando recuperei meus sentidos, vi que Cody tinha lágrimas escorrendo pelo
rosto.
- Coala… - Senti
lágrimas escorrendo em mim. – eu não posso. –
Ele soltou um soluço e olhou para o horizonte,
como se procurasse algo que explicasse o que estava sentindo. Ele estava com a
ponta do nariz vermelho e as veias pulsando nos braços e na testa, como se
fossem explodir.
Ele, rapidamente, pegou minha mãe e pousou em
seu peito.
- Sente isso? – Ele
perguntou e eu parei pra pensar. Seus olhos verdes penetravam nos meus como se
procurassem por algo específico, brilhavam como eu nunca tinha visto antes.
Senti as batidas de seu coração mais fortes do que nunca, parecia que o coração
dele ia saltar de seu peito. Olhei nos olhos lacrimejados dele e não aguentei.
As lágrimas saíam muito rápido, eu não podia sequer enxergar direito. – Isso é
como eu fico quando to perto de você, quando eu olho pra você ou quando eu
penso em você. Basta lembrar o seu sorriso e meu coração já vai à mil. –
Aquele garoto era minha vida, sempre foi. Eu
não conseguiria dizer não. Era ir ou ficar, e minha única escolha no momento
era ficar.
- Não vai embora,
por favor. – Ele implorou e eu assenti, não conseguindo falar.
- Eu fico. – Falei e
ele me olhou sem acreditar. – Eu fico por você. –
- Sério? – Ele perguntou
sorrindo e eu assenti mais uma vez.
Cody me pegou pela cintura e me girou no ar, o
que me fez gargalhar.
- Ah, como eu te
amo pandinha. – Ele me abraçou forte e eu retribui. Distanciei nossos corpos,
mas ele não soltou minha cintura. O que nos deixou frente a frente, de narizes
encostados. Cody olhou meus lábios como se algo ali o estivesse chamando.
As cenas a seguir foram feitas por uma garota
em pânico.
Ele inclinou o
rosto e segurou meu queixo com o polegar. Senti sua respiração quente se
aproximando e entrei em desespero. Não por ter medo de beijar, mas sim por ter
medo de beijar ele. Virei o rosto o
fazendo abrir os olhos subitamente e fazer uma expressão frustrada.
- Ér… quer dormir
aqui em casa? – Perguntei tentando ser o mais normal o possível e ele assentiu.
– Vamos subir então… -
Peguei a mão dele e envolvi na minha. Entramos
em casa pela porta dos fundos e subimos a escada tropeçando.
- Seu quarto é tão
limpo. – Ele disse se jogando em cima da cama.
- Como se o seu não
fosse… - Falei e ele riu.
- Mas o meu não sou
eu quem limpa, é a Sue. – Ele disse se referindo a empregada que limpa a casa
nos finais de semana.
- Verdade, você é
preguiçoso. – Falei colocando um par de meias nos pés.
- Tá tão frio assim
é? – Ele perguntou rindo da minha cara.
- Falou você,
senhor-pantufas-de-unicórnio. – Tirei com a cara dele e ele riu.
- São da Alli ok?
Eu vim desesperado. – Ele disse empinando o nariz.
- Urum, sei… são da
Alli. – Falei me preparando pra deitar.
- Mas é sério! –
Ele disse e eu me mantive séria.
- E eu to
brincando? – Falei com ironia e ele riu alto. Deitei ao lado dele, de barriga
pra cima enquanto ele estava de lado, me olhando.
Ele me abraçou de lado e eu me aconcheguei pra
finalmente conseguir dormir. Eu estava quase entrando no mundo dos Ursinhos
Carinhosos, quando Cody resolveu falar.
- Quer saber? – Ele
perguntou e eu arregalei os olhos erguendo as sobrancelhas.
- O que Coala? –
Perguntei fechando os olhos novamente e deitando de lado pra poder envolver
minha mão na dele.
- Fingir ser seu
namorado não vai ser tão difícil… -
Continua
Autora: WASSUP Y’ALL! Tudo bom com vocês gracinhas da Tia Lilah?
KKKKKKKKK Devo dizer que a cada capítulo eu consigo digitar com mais facilidade
e entrar mais na história. To correndo pra terminar essa nota aqui porque ainda
não vi o episódio novo da WYWH Summer Series e minha mãe tá berrando pra eu ir
jantar ‘-‘ KKKKKKKK Mas enfim, comentem o que acharam da atualização, caso contrário vão
virar comida de porquinho da índia.